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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS DEMÊNCIAS NÃO ALZHEIMER

Autor: João Senger
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  • Introdução

Síndrome demencial é caracterizada por declínio cognitivo adquirido, cuja intensidade é capaz de interferir nas atividades profissionais e sociais da vida diária do indivíduo.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV (DSM-IV), o déficit cognitivo deve compreender alteração de memória associado a alteração em pelo menos outro domínio cognitivo, como praxia (capacidade de realizar atividades motoras), linguagem, funções executivas ou gnosia (capacidade de reconhecer ou identificar objetos).

As demências ocorrem mais frequentemente em indivíduos idosos, e a prevalência da condição dobra a cada cinco anos a partir dos 65 anos de idade. O envelhecimento populacional é um processo mundial e, como resultado, as consequências socioeconômicas relacionadas aos quadros demenciais, que já são enormes, se tornarão ainda maiores por causa desse processo.

As diferentes causas de demência podem estar relacionadas não apenas a quadros neurológicos primários, mas também a condição médica sistêmica, a efeitos persistentes de abuso de substâncias ou a combinação desses fatores.1

As síndromes demenciais podem ser classificadas em duas categorias: 2

 

  • demências degenerativas – têm sua origem predominantemente cortical, como a doença de Alzheimer (DAdoença de Alzheimer), e subcortical, como a doença de Huntington (a divisão entre demência cortical e subcortical é baseada na localização da lesão da enfermidade);
  • demências não degenerativas – são decorrentes de acidentes vasculares, processos infecciosos, traumatismos, deficiências nutricionais, tumores, dentre outras patologias.

Além do comprometimento da memória e, ao menos, outro distúrbio cognitivo, o diagnóstico diferencial de demência exige a constatação da deterioração ou do declínio cognitivo em relação à condição prévia do indivíduo.3 O diagnóstico etiológico se baseia em exames laboratoriais, de neuroimagem, e é importante contar com a constatação do perfil neuropsicológico característico. Esses aspectos são fundamentais para o diagnóstico diferencial dos tipos de demência, tanto no caso das degenerativas não Alzheimer – como a demência de corpos de Lewy (DCLdemência de corpos de Lewy), a demência frontotemporal (DFTdemência frontotemporal), a demência vascular (DVdemência vascular) –, quanto no caso das demências potencialmente reversíveis e daquelas de causas infecciosas.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor será capaz de:

 

  • reconhecer os diferentes quadros demenciais não Alzheimer;
  • aplicar noções clínicas sobre o diagnóstico diferencial dos quadros demenciais não Alzheimer;
  • discutir fundamentos da clínica e métodos laboratoriais, assim como técnicas de neuroimagem.
  • Esquema conceitual
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