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FRAGILIDADE

Autores: Christiane Machado Santana, Taciana Leonel Nunes Tiraboschi
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  • Introdução

Uma das principais características da medicina geriátrica e da gerontologia, com toda a amplitude de atuação que elas têm nos diversos aspectos relacionados à saúde do indivíduo idoso, é agir com foco em qualidade de vida no envelhecimento, prevenindo a cascata da incapacidade e da dependência.

A fragilidade é uma das mais importantes condições sindrômicas no envelhecimento e é prevalente o suficiente para causar impacto e ser um desafio à longevidade funcional de muitos idosos. Seu diagnóstico é clínico, reconhecido através de sinais e sintomas, como:

 

  • marcha mais lenta;
  • fraqueza;
  • sensação de exaustão;
  • perda de peso;
  • redução do nível de atividade física;
  • somatória de déficits verificados à Avaliação Geriátrica Ampla (AGAAvaliação Geriátrica Ampla).

Em 1993, Bortz afirmava que a fragilidade é a pior das ameaças para uma expectativa de vida ativa.¹ Clegg e colaboradores, definem-na como a mais problemática expressão do envelhecimento humano.2

O idoso frágil é mais vulnerável aos eventos estressores, por conta da redução de reserva homeostática em que muitos sistemas orgânicos estão envolvidos. Esse conceito aproxima-se muito do que se entende como envelhecimento fisiológico, mas a suscetibilidade a desfechos indesejados é muito mais acentuada no indivíduo considerado frágil, por razões que serão abordadas com maior profundidade mais adiante.

Idosos portadores de fragilidade têm pior prognóstico de forma global. Quanto ao gênero, a incidência da fragilidade é maior em mulheres, mas os homens são os que mais morrem em decorrência dessa condição.

A fragilidade envolve, na sua etiologia, fatores do tipo:

 

  • endocrinológicos – deficiências hormonais;
  • imunológicos – aumento de mediadores inflamatórios;
  • musculoesqueléticos – sarcopenia e redução de força.

Quedas, hospitalizações, delirium, perda da funcionalidade, dependência, institucionalização e morte são os principais eventos relacionados à fragilidade. Há também maior propensão a complicações relacionadas a hospitalizações, a procedimentos invasivos, cirurgias e terapias mais agressivas, como certos tratamentos oncológicos.3-5

Não existem propostas terapêuticas específicas comprovadamente eficazes. Atualmente, prática de atividade física aliada a aporte nutricional adequado tem sido a melhor estratégia na prevenção da fragilidade ou mesmo na melhora do quadro já instalado.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • definir fragilidade a partir dos principais referenciais teóricos, como o fenótipo e o índice de fragilidade por acúmulo de déficits;
  • conhecer dados epidemiológicos relevantes a respeito de fragilidade;
  • identificar a fisiopatologia da fragilidade, correlacionando com as principais manifestações clínicas;
  • reconhecer o impacto da fragilidade no prognóstico e nos desfechos desfavoráveis em geriatria;
  • diferenciar e correlacionar fragilidade, comorbidade e incapacidade;
  • descrever os instrumentos de avaliação da fragilidade validados e mais usados na prática clínica;
  • identificar as medidas preventivas e terapêuticas eficazes na abordagem da fragilidade.
  • Esquema conceitual
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