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TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON

Autores: Helen Arruda Guimarães, Mônica Ferreira Lessa, Felipe Lima Rebêlo, Lucyana Karla Lima de Paula Oliveira, Ana Carolina de Vasconcelos Viana
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  • Introdução

O aumento da prevalência de doenças crônico-degenerativas é consequência do processo de transição epidemiológica vivenciado pelas sociedades modernas e está diretamente atrelado à mudança do seu perfil demográfico.1 Algumas doenças mostram-se mais prevalentes em idosos, mesmo que não apresentem ligação direta com o processo de envelhecimento.

A doença de Parkinson (DPdoença de Parkinson) acomete preferencialmente indivíduos com idade superior a 50 anos, sendo encontrada com maior frequência entre a população idosa. Uma das explicações que poderia justificar essa prevalência estaria relacionada a alterações funcionais do sistema nervoso nos idosos, entre elas a perda neuronal progressiva e as perdas que acontecem na substância negra, que é mais sensível ao envelhecimento em relação às outras estruturas cerebrais.2

A DPdoença de Parkinson foi descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817. Apenas 150 anos após a sua descrição, Georges Cotzias, em 1967, introduziu uma terapêutica eficaz, com o uso de levodopa em altas doses, o que é considerado um marco no tratamento da doença.3

A DPdoença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva, sem etiologia definida, que acomete cerca de 1% dos indivíduos acima de 60 anos, com aumento da incidência em idades mais avançadas, atingindo cerca de 4% da população acima de 80 anos.4 A condição apresenta curso variável e é decorrente da degeneração de neurônios dopaminérgicos situados na substância negra e da presença dos corpúsculos de Lewy.

As alterações degenerativas precedem o aparecimento dos sintomas motores (SMsintoma motors) em torno de 20 anos, sendo acompanhadas de pródromos com sintomas não específicos, como constipação intestinal, hiposmia e fadiga. Os SMsintoma motors clássicos da doença são:

 

  • tremor de repouso – de predomínio distal e inicialmente assimétrico;
  • rigidez – também inicialmente assimétrica;
  • bradicinesia – sintoma bastante incapacitante.

A instabilidade postural ocorre nas fases mais avançadas da DPdoença de Parkinson e é responsável pelo aumento de quedas e suas graves consequências. Com a progressão da doença, ocorre envolvimento de vias não dopaminérgicas, acarretando SMsintoma motors e sintomas não motores (SNMsintoma não motors) resistentes ao tratamento com a levodopa.5

O tratamento da DPdoença de Parkinson tem o objetivo de melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente e deve ter sempre abordagem interdisciplinar, tendo em vista o caráter progressivo da doença. Deve ser iniciado quando o paciente começar a apresentar sintomas que causem impacto em suas atividades diárias e em sua funcionalidade.5

Durante o tratamento da DPdoença de Parkinson, deve-se ter atenção ao risco de interações farmacológicas múltiplas e aos possíveis efeitos antidopaminérgicos que podem concorrer. Essa situação acarreta menor eficácia do tratamento de pacientes parkinsonianos, considerando que o envelhecimento se caracteriza por mudanças fisiológicas e pela diminuição da reserva funcional, com alteração na composição corporal, modificações no metabolismo renal, hepático e até mesmo intestinal, provocando alterações na farmacocinética e na farmacodinâmica dos medicamentos. Além disso, pacientes idosos geralmente apresentam mais comorbidades e polifarmácia.6

A levodopa, os agonistas dopaminérgicos e os inibidores da monoaminoxidase (IMAOinibidor da monoaminoxidases), como a selegilina e a rasagilina, são as opções no tratamento inicial da DPdoença de Parkinson. Entretanto, os IMAOinibidor da monoaminoxidases devem ser evitados em idosos por causa dos seus potenciais efeitos colaterais.5

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • identificar os principais fármacos utilizados no tratamento dos SMsintoma motors da DPdoença de Parkinson, seus principais efeitos colaterais e as peculiaridades no tratamento de idosos;
  • discernir os SMsintoma motors e SNMsintoma não motors predominantes da DPdoença de Parkinson e o respectivo manejo;
  • reconhecer a importância da atuação da equipe multidisciplinar no manejo da DPdoença de Parkinson.
  • Esquema conceitual
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