- Introdução
O aumento exponencial das notificações de casos de microcefalia que ocorre em todo território nacional desde o final de 2015, principalmente na região nordeste do País, torna necessária uma revisão de conceitos sobre esse sinal neurológico que pode estar associado a comprometimento do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central).
A microcefalia é um distúrbio no desenvolvimento do SNCsistema nervoso central que ocorre na fase embrionária denominada proliferação neuronal. O sinal neurológico precoce, decorrente desse distúrbio, é a redução do perímetro cefálico (PCperímetro cefálico).
A etiologia da microcefalia é multifatorial e pode ser dividida em dois grandes grupos – microcefalias congênitas (adquirida ou de causa genética) e pós-natais (ambiental ou genética) Para estabelecer seu diagnóstico etiológico, é necessária ampla avaliação com exames complementares, genéticos, de neuroimagem, toxicológicos e de infecções.
Estudos demonstram que crianças com microcefalia têm risco aumentado de desenvolver epilepsia, paralisia cerebral, déficits cognitivos e problemas de audição e visão. Dessa forma, recomenda-se que essas crianças sejam acompanhadas em estruturas que possuam atendimento multidisciplinar, com possibilidade de investigação e manejo das complicações por profissionais treinados em reabilitação precoce.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:
- identificar as fases de desenvolvimento do SNCsistema nervoso central e a fase na qual a microcefalia tem origem;
- reconhecer a definição de microcefalia e os dados gerais acerca de sua incidência;
- identificar os critérios para o diagnóstico de microcefalia e os principais diagnósticos diferenciais das suas diferentes formas;
- compreender a medição do PCperímetro cefálico e das curvas disponíveis;
- descrever os fatores prognósticos relacionados à microcefalia.
- Esquema conceitual