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DIAGNÓSTICO E MANEJO DOS PROLACTINOMAS RESISTENTES AOS AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS

Autores: Lucio Vilar, José Luciano Albuquerque, Ana Carolina de Freitas Thé , Luciana Ansaneli Naves
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  • Introdução

Prolactinomas são o tipo mais comum de adenoma hipofisário (cerca de 40%) e representam a causa mais frequente de hiperprolactinemia crônica após a exclusão de gravidez, hipotiroidismo primário e fármacos que elevam a prolactina (PRLprolactina).1

Em adultos, prolactinomas têm uma prevalência estimada de 60 a 100 casos por milhão de pessoas.2,3 Entretanto, em 2006, Daly e colaboradores evidenciaram, na Bélgica, uma prevalência muito maior, de 55 por 71 mil – ou seja, 775 por milhão de habitantes.4 Nesse estudo, foram encontrados 75 tumores hipofisários, dos quais 53 (73,3%) eram prolactinomas, com maior prevalência em mulheres (78,2%).4

A frequência dos prolactinomas varia de acordo com a idade e o sexo, ocorrendo mais frequentemente em mulheres com idade entre 20 e 50 anos, quando a relação entre os sexos é estimada em 10:1. Após a quinta década de vida, a frequência de prolactinomas é semelhante em ambos os sexos.2,5

Os prolactinomas também são os adenomas hipofisários mais comuns em crianças e adolescentes,6 em portadores de neoplasia endócrina múltipla do tipo 1 (NEM-1)7 e em adenomas hipofisários isolados familiares.8 Os carcinomas de hipófise são extremamente raros, havendo, na literatura de língua inglesa, apenas 165 casos descritos, com predomínio dos prolactinomas.9

Além de os prolactinomas representarem uma boa parcela do total de adenomas hipofisários e de carcinomas de hipófise, eles podem desenvolver resistência a agonistas dopaminérgicos (ADagonista dopaminérgicos), que constituem a terapia de escolha em todos os casos. Essa resistência pode ser consequente de diversos mecanismos.

Existem algumas formas de tratar os prolactinomas resistentes aos ADagonista dopaminérgicos – alguns desses métodos são mais consolidados e outros mais experimentais, carecendo ainda de dados que comprovem sua eficácia , a saber:

 

  • troca do ADagonista dopaminérgico em uso por outro ADagonista dopaminérgico;
  • aumento da dose do ADagonista dopaminérgico em uso para além das doses convencionais;
  • cirurgia
  • radioterapia (RxTradioterapia);
  • adoção de outros medicamentos;
  • tratamentos experimentais.

Ao longo deste artigo, serão abordados aspectos relativos ao diagnóstico e ao tratamento dos prolactinomas em geral, bem como os mecanismos e as abordagens terapêuticas disponíveis para a forma resistente dos prolactinomas.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor estará apto a:

 

  • identificar as manifestações clínicas de um paciente com prolactinoma;
  • associar o tamanho do prolactinoma e os valores de PRLprolactina ao tipo de prolactinoma apresentado pelo paciente;
  • escolher o ADagonista dopaminérgico mais adequado para o tratamento de um paciente com prolactinoma;
  • definir, a partir do tipo de prolactinoma e dos sinais apresentados pelo paciente, quais casos devem receber tratamento e quais não devem;
  • listar os parâmetros para a definição de prolactinoma resistente a ADagonista dopaminérgicos;
  • explicar os mecanismos da resistência e as causas da resistência tardia do prolactinoma resistente a ADagonista dopaminérgicos;
  • considerar a possibilidade de “pseudorresistência” nos casos de suspeita de prolactinoma resistente a ADagonista dopaminérgicos;
  • selecionar abordagens terapêuticas adequadas para prolactinomas resistente a ADagonista dopaminérgicos quando a terapia de escolha não dá os resultados esperados.
  • Esquema conceitual
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