Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- analisar os principais fatores de risco e a etiologia da discinesia tardia;
- considerar as principais medicações envolvidas na gênese da discinesia tardia;
- identificar precocemente os sinais e sintomas da discinesia tardia para que não haja retardo no diagnóstico;
- reconhecer as principais modalidades terapêuticas tanto farmacológicas quanto não farmacológicas para discinesia tardia;
- orientar a prevenção adequada para evitar o surgimento da discinesia tardia.
Esquema conceitual
Introdução
A discinesia tardia (DT) é uma complicação motora tardia e muitas vezes irreversível, resultante da exposição de longo prazo a agentes bloqueadores do receptor D2 da dopamina (ABRDagente bloqueador do receptor D2 da dopaminas).1 É uma síndrome que inclui uma variedade de distúrbios iatrogênicos do movimento, sendo principalmente causada por medicamentos antipsicóticos para tratar a esquizofrenia e outros transtornos mentais importantes.2
O termo DT, referindo-se ao início tardio, foi cunhado em 1964 e se popularizou, embora seu primeiro relato tenha sido publicado em 1957, em consequência do efeito colateral do antipsicótico clorpromazina.3
As características definidoras da DT incluem seu início, significando um atraso de semanas a meses até que os sintomas apareçam, e movimentos discinéticos (anormais, involuntários). Dependendo da gravidade, a DT pode ter um impacto funcional adverso que pode ser debilitante, estigmatizante e associado ao aumento da mortalidade.1