Introdução
Os distúrbios paroxísticos não epilépticos (DPNEs) na infância são uma causa frequente de consulta médica e infelizmente quase nunca são presenciados pelo médico. Os familiares ou outras pessoas que os presenciam, em geral, ficam tão assustados que as informações fornecidas ao médico, com frequência, são fragmentadas e incompletas.
Assim, na dúvida, é necessário que o médico dirija o questionamento e solicite que os eventos sejam gravados em vídeo para que, assim, possa ser feita uma análise mais detalhada. Os DPNEs são eventos que apresentam uma ocorrência periódica, duração variável e, em geral, um caráter estereotipado.
O espectro clínico dos DPNEs na infância é grande. Os eventos podem ser subdivididos da seguinte maneira:
- com perda de consciência, ou durante o sono:
- síncopes;
- crises de “perda de fôlego”;
- crises de “terror noturno”;
- crises psicogênicas;
- mioclonias neonatais benignas do sono;
- sem perda de consciência, ou durante a vigília:
- vertigem paroxística benigna da infância;
- aura da migrânea;
- distúrbios paroxísticos do movimento;
- desvios paroxísticos do olhar;
- hiperekplexia;
- mioclonias benignas do lactente.
Além de inúmeras síndromes bem definidas do ponto de vista clínico, há eventos difíceis de serem classificados, pois eles não se enquadram nas categorias convencionalmente usadas para tal (distonia, mioclonias, tremores).
A dificuldade em se distinguir entre um fenômeno epiléptico e um não epiléptico é ainda maior quando coexistem anormalidades neurológicas. Nessas circunstâncias, com frequência, é necessária a realização de um videoeletroencefalograma (vídeo-EEG) para o diagnóstico diferencial. A maioria dos DPNEs não necessita de tratamento, pois eles não levam a sequelas físicas ou neurológicas.
Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- discutir o quadro clínico das DPNEs mais frequentes na infância;
- realizar o diagnóstico das DPNEs mais frequentes na infância;
- propor o tratamento dos DPNEs mais frequentes na infância.