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MONONUCLEOSE INFECCIOSA

Autor: Marcelo Genofre Vallada
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Introdução

No final do século XIX, Filatov e Pfeiffer descreveram uma doença que frequentemente acometia várias pessoas de uma mesma família e se apresentava com mal-estar, febre, hepatomegalia e esplenomegalia, linfadenopatia e desconforto abdominal, de maneira semelhante à mononucleose infecciosa.1,2 Esse quadro era denominado de febre glandular (drüsenfieber).

No início do século XX, apareceram na literatura médica relatos de casos descritos como leucemia aguda com cura espontânea, mas que apresentavam manifestações clínicas e características epidemiológicas semelhantes às da mononucleose infecciosa. Apenas em 1920 a doença passou a ser reconhecida como uma entidade específica, quando Sprunt e Evans descreveram seis casos de febre, linfadenopatia e prostração em adultos jovens previamente hígidos, acompanhados do achado de linfocitose atípica no hemograma.

Em 1932, Paull e Bunnel, durante investigação de anticorpos heterófilos em portadores de febre reumática e outras doenças, descobriram que o soro de pacientes com mononucleose infecciosa causava a aglutinação de eritrócitos de carneiros.3 Esse teste, denominado de teste dos anticorpos heterófilos, tornou-se a base do diagnóstico sorológico da mononucleose infecciosa e é utilizado até hoje por alguns laboratórios.

Em 1964, os pesquisadores Epstein, Achong e Barr, ao estudarem as células de cultura de tecido de amostra de um paciente com linfoma de Burkitt por meio de microscopia eletrônica, identificaram a presença de uma partícula viral, que, quatro anos mais tarde, foi associada ao desenvolvimento de sinais e sintomas da mononucleose infecciosa.4 Um técnico de laboratório acidentou-se quando manipulava o novo vírus e desenvolveu o quadro clínico típico. A pesquisa de anticorpos heterófilos foi positiva em seu soro. A partir de então, outros estudos comprovaram que a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) era a causa da doença.

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever as características do EBV e a sua patogênese;
  • identificar quais são as principais características clínicas e epidemiológicas da mononucleose infecciosa;
  • descrever a evolução natural da mononucleose infecciosa;
  • interpretar corretamente os diferentes exames laboratoriais auxiliares do diagnóstico da mononucleose infecciosa;
  • reconhecer as principais complicações agudas da mononucleose infecciosa;
  • orientar o paciente em relação ao retorno às atividades esportivas após o tratamento da mononucleose infecciosa.

Esquema conceitual

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