- Introdução
Os intensivistas hoje em dia são capazes de resgatar e de sustentar a vida dos pacientes mais graves, pois contam com ferramentas de suporte de última geração. Contudo, os esforços para reabilitar os pacientes graves geram consequências. Muitos doentes críticos agudos sobrevivem apenas à sua doença aguda, necessitando de apoio prolongado à vida com a cronificação da sua saúde.
Em 1985, Girard e Raffin1 cunharam o termo doença crítica crônica ao descrever os pacientes que sobreviveram a um episódio de doença aguda grave e que se tornaram dependentes de cuidados intensivos por períodos prolongados. A doença crítica crônica é uma condição devastadora cuja mortalidade excede a da maioria das neoplasias malignas. Para a maioria dos sobreviventes, a dependência funcional persiste, consistindo em deficiências físicas, em dor e em deficiências psicossociais.
É possível observar que, à medida que a população envelhece, os avanços em cuidados intensivos continuam a evoluir, contribuindo para a sobrevivência dos pacientes doentes de modo mais severo e aumentando o contingente de doentes críticos crônicos.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- conceituar doença crítica crônica;
- caracterizar a epidemiologia da doença crítica crônica;
- identificar a síndrome da inflamação persistente, imunossupressão e catabolismo (PICSsíndrome da inflamação persistente, imunossupressão e catabolismo);
- reconhecer as disfunções orgânicas do doente crítico crônico;
- distinguir os prognósticos e os cuidados paliativos indicados para os doentes críticos crônicos.
- Esquema conceitual
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