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POLARIZAÇÃO DE MICRÓGLIAS E DISFUNÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NA SEPSE

Monique Michels

Felipe Dal-Pizzol

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  • Introdução

A sepse é caracterizada por uma produção excessiva de mediadores inflamatórios resultando em resposta desregulada do hospedeiro e em disfunção orgânica, que inclui disfunção cerebral. Muitos estudos já relataram ativação microglial em modelos animais e humanos. O papel principal das micróglias é a manutenção de neurônios e das sinapses durante o funcionamento normal do sistema nervoso central (SNCsistema nervoso central).

Em uma lesão inicial, as micróglias se tornam ativadas e podem ter um papel protetor. As micróglias ativadas são muito plásticas e podem existir em múltiplos fenótipos, que apresentam diferentes respostas, de acordo com mudanças no microambiente cerebral. Esses múltiplos fenótipos podem induzir a reparação do cérebro, ou citotoxicidade, bem como funções imunológicas ou pró-inflamatórias.

Classicamente, na literatura, a polarização microglial é utilizada da mesma forma que a polarização de macrófagos (fenótipos M1 e M2). Teoricamente, esses diferentes fenótipos podem ter efeitos positivos ou negativos na adaptação do cérebro adulto após uma lesão.

Quando ativadas como fenótipo M1, as micróglias afetam a neurogênese, secretam mediadores pró-inflamatórios e apresentam déficits neurológicos em longo prazo após a lesão. Em contrapartida, quando ativadas como fenótipo M2, as micróglias promovem reparo, regeneração e neuroproteção.

Sabe-se que a minociclina suprime a produção de moléculas inflamatórias [interleucina 6 (IL-6interleucina 6), fator de necrose tumoral alfa (TNF-αfator de necrose tumoral alfa) e interleucina 1 beta (IL-1βinterleucina 1 beta)] induzidas por lipopolissacarídeos (LPSlipopolissacarídeos) em monócitos periféricos e tem o mesmo resultado quando injetada no cérebro, sugerindo um efeito, principalmente, nas micróglias M1.

A cinética da polarização microglial durante o desenvolvimento da sepse não é bem conhecida e pode ter implicações na recuperação da função cerebral. Portanto, muitos estudos ainda estão sendo realizados, a fim de se compreender melhor a polarização microglial na sepse.

Este artigo trará informações importantes para melhor compreensão do papel das micróglias e da ativação dos fenótipos M1 e M2 diante de uma lesão como no caso da sepse.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • caracterizar o processo fisiopatológico da sepse;
  • explicar os mecanismos de polarização microglial, fenótipos M1 e M2;
  • descrever a relação entre inflamação sistêmica e sua resposta no SNCsistema nervoso central;
  • reconhecer moduladores microgliais e seus efeitos.
  • Esquema conceitual
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