- Introdução
O doente crítico necessita de acurácia e rapidez na avaliação diagnóstica inicial. A ultrassonografia (USultrassonografia) à beira do leito tornou-se uma valiosa ferramenta na condução de pacientes instáveis na unidade de terapia intensiva (UTIunidade de terapia intensiva) e no pronto-socorro, podendo ser considerada uma extensão e um refinamento do exame físico. A USultrassonografia oferece respostas rápidas, pode ser repetida várias vezes e não tem a desvantagem de precisar transportar o paciente para outras áreas hospitalares.
Vários autores têm proposto protocolos com uso da USultrassonografia para sistematizar a abordagem das principais síndromes no paciente grave [alteração do nível de consciência, insuficiência respiratória (IRinsuficiência respiratória) e choque].1–3
A USultrassonografia auxilia na identificação de hipertensão intracraniana (HIChipertensão intracraniana), no diagnóstico diferencial e no tratamento das principais causas de choque e de IRinsuficiência respiratória. Ainda, a USultrassonografia pode ser utilizada para guiar procedimentos de forma mais segura (toracocentese, pericardiocentese, acesso venoso central).
Neste artigo, serão apresentadas as técnicas para obtenção das imagens pela USultrassonografia e sua correlação clínica no contexto do paciente grave.
- Objetivos
Aoaorta final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- reconhecer a importância da USultrassonografia como refinamento do exame físico no paciente crítico;
- mensurar o diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNOdiâmetro da bainha do nervo óptico) para identificação de HIChipertensão intracraniana;
- identificar a técnica de USultrassonografia pulmonar;
- reconhecer o padrão ultrassonográfico pulmonar normal e o significado clínico dos artefatos presentes nas principais causas de IRinsuficiência respiratória;
- utilizar a USultrassonografia na identificação dos mecanismos fisiopatológicos do choque e no seu manejo terapêutico;
- identificar os cortes anatômicos da ecocardiografia e a avaliação qualitativa da função ventricular esquerda e direita;
- identificar os sinais de derrame pericárdico e do tamponamento cardíaco ao ecocardiograma;
- utilizar a USultrassonografia na avaliação do estado volêmico e da fluido-responsividade;
- analisar a presença de líquido livre nas cavidades torácica e abdominal como causa da instabilidade hemodinâmica;
- avaliar, de forma rápida e sistematizada, as causas de choque, por meio de pontos ecográficos.
- Esquema conceitual
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