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ENDOMETRIOSE E VITAMINA D: PERSPECTIVA CLÍNICA

Autores: Andrea Cassimiro Alves da Silva, Maria Caroline de Melo Silva, Júnia Helena Porto Barbosa
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • relacionar a vitamina D à endometriose a partir de vias metabólicas e mecanismos associados;
  • reconhecer a vitamina D como potencial coadjuvante no tratamento da endometriose;
  • identificar estratégias práticas para otimizar os níveis de vitamina D (suplementação adequada, ingestão de fontes alimentares), a fim de gerenciar a endometriose de forma mais eficaz.

Esquema conceitual

Introdução

A endometriose é uma doença inflamatória crônica associada à disfunção do sistema imunológico, caracterizada pela presença de glândulas endometriais e estroma em locais ectópicos (fora do útero) e considerada dependente de estrogênio.1

A endometriose pode ser dividida em três apresentações (superficial, ovariana e profunda). Os principais sintomas são os seguintes:1

 

  • dismenorreia;
  • dor pélvica crônica;
  • dispareunia de profundidade;
  • alterações intestinais cíclicas;
  • alterações urinárias cíclicas;
  • infertilidade.

Essa doença está presente em 10% de todas as mulheres em idade reprodutiva. Sua prevalência aumenta de 20 a 50% em mulheres que sofrem de infertilidade.1

O exame físico, em especial o toque do fundo de saco vaginal posterior, é fundamental para verificar a presença de suspeita de lesões profundas nessa região. As ultrassonografias (USGs) pélvica e transvaginal e/ou a ressonância magnética (RM) desempenham papel significativo na decisão terapêutica.2,3

A suspeita de endometriose pode ser inicialmente avaliada por métodos de imagem, como USG e RM. No entanto, o diagnóstico definitivo requer a realização de um procedimento cirúrgico chamado de laparoscopia, que permanece sendo o padrão de referência para essa condição.4

Com relação aos objetivos, o tratamento da endometriose se baseia em três princípios importantes:2,3

 

  • redução dos sintomas dolorosos;
  • melhoria da qualidade de vida;
  • prevenção da progressão e/ou recorrência da doença.

O tratamento clínico hormonal é eficaz no controle da dor pélvica e deve ser o tratamento de escolha na ausência de indicações absolutas para cirurgia. Os progestagênios e contraceptivos orais combinados constituem as medicações de primeira linha, mas não devem ser oferecidos para mulheres com desejo reprodutivo. Mulheres que sofrem de infertilidade relacionada à endometriose podem ser submetidas a tratamento com técnicas de reprodução assistida.2,3

Estudos sugerem um papel importante da suplementação de vitamina D no tratamento da endometriose, com benefícios como:5

 

  • alívio da dor;
  • melhora da receptividade endometrial associada à endometriose;
  • efeito preventivo e terapêutico.

Há a hipótese de a vitamina D atuar na prevenção do surgimento e/ou da progressão da doença, exercendo efeitos na modulação de respostas imunes, reações inflamatórias, proliferação celular e apoptose, angiogênese, adesão e invasão de tecidos.5

Este capítulo tem como objetivo abordar o uso da vitamina D como coadjuvante no tratamento da endometriose a partir da análise da literatura científica atual.

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