Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar as principais causas e fatores de risco para convulsões em idosos;
- diferenciar convulsões sintomáticas de convulsões não provocadas;
- explicar a fisiopatologia relacionada às causas mais comuns de convulsões em idosos;
- indicar os principais exames subsidiários na propedêutica inicial da avaliação de idoso com crise convulsiva;
- elencar as condições clínicas associadas à epilepsia no idoso;
- orientar o tratamento mais adequado para o controle de crises convulsivas em idosos.
Esquema conceitual
Introdução
Com o envelhecimento da população, o número de pessoas com idade acima de 60 anos na comunidade diagnosticadas com epilepsia de início recente aumentou significativamente. Devido às mudanças na demografia, o número de pessoas mais velhas que desenvolvem epilepsia deve aumentar substancialmente em todo o mundo.1
A epilepsia é a terceira desordem neurológica mais comum em pessoas idosas (idade acima de 60 anos), depois do acidente vascular cerebral (AVC) e da demência, condições que aumentam o risco de convulsão.2 Idosos com epilepsia tendem a ter necessidades complexas relacionadas à comorbidade, à polifarmácia, à fragilidade e ao isolamento social, devendo ser considerados como um grupo especial de portadores da doença.3
O diagnóstico de epilepsia em idosos pode ser desafiador, com convulsões podendo se apresentar de diversas formas, nem sempre convulsivas.4 Além disso, o isolamento social pode levar a convulsões não testemunhadas, com perda de consciência e confusão podendo ser atribuídas a causas não neurológicas.5
O tratamento também pode ser desafiador nesses indivíduos, pois geralmente têm uma capacidade diminuída de metabolizar drogas que se associa à sensibilidade crescente para os efeitos neurológicos das medicações. Ademais, fazem uso de outros medicamentos, com possibilidade de ampla interação medicamentosa, sendo o enfoque no cuidado de pessoas idosas com epilepsia, além do diagnóstico e do tratamento, avaliar quais outras necessidades deverão ser atendidas na melhoria da qualidade de vida e na manutenção da autonomia.4,5