Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- descrever as manifestações clínicas do processo infeccioso nos idosos;
- identificar as condições de risco na população geriátrica para infecção e as síndromes infecciosas prevalentes e seus tratamentos.
Esquema conceitual
Introdução
Os extremos de idade (recém-nascidos e idosos) são considerados períodos de maior suscetibilidade à infecção. Os idosos têm muitas razões para adquirir infecção com maior frequência, como comprometimento da imunidade mediada por células e humoral e funções fisiológicas alteradas, como reflexo de tosse diminuído, pior circulação periférica e cicatrização de feridas.1
O aumento da prevalência de muitas doenças crônicas e o uso de drogas imunossupressoras também podem ser responsáveis pelo aumento da frequência dos processos infecciosos nessa faixa etária. Está bem-estabelecido que muitas infecções são mais frequentes (pneumonia e infecção do trato urinário [ITU]) e mais associadas à mortalidade (sepse e meningite). Por outro lado, algumas infecções, como doenças sexualmente transmissíveis, são menos comuns em idosos.1
Uma elevada proporção dos custos de cuidados de saúde ao longo da vida é gasta nos últimos meses antes da morte. Idosos têm internações hospitalares mais frequentes e mais longas, mortalidade mais alta e custos hospitalares totais maiores que os mais jovens. As infecções são causas comuns, na faixa geriátrica, de internação hospitalar e de transferência de uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI) para uma unidade de emergência ou um hospital.1
As transferências hospitalares, porém, também estão associadas a um risco aumentado de efeitos adversos, como a aquisição de infecção hospitalar ou delirium. O desenvolvimento de melhores formas para tratar infecções em pacientes idosos em ILPI, evitando assim a transferência, poderia melhorar a qualidade do atendimento ao paciente e reduzir custos.1