Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar as manifestações clínicas da esporotricose;
- estabelecer a conduta adequada para o diagnóstico da esporotricose;
- determinar o tratamento adequado para cada caso, de acordo com as necessidades do paciente;
- revisar as formas de prevenir e controlar a transmissão;
- avaliar a epidemiologia da doença.
Esquema conceitual
Introdução
A esporotricose é uma zoodermatose causada por fungos termodimórficos do gênero Sporothrix.1–3 Entre os fungos dimórficos conhecidamente patogênicos, o gênero Sporothrix possui relevância, em virtude de sua extensa dispersão geográfica. As suas apresentações clínicas, especialmente pela infecção não acontecer por via aérea, e a epidemiologia diferem entre as regiões acometidas, além de se destacar como único dessa categoria com significativo caráter zoonótico.2 S. schenckii, S. brasiliensis, S. globosa e S. luriei são consideradas as principais espécies patogênicas com relevância clínica.4
A esporotricose apresenta grande sucesso de infecção em mamíferos, o que se deve à sua capacidade de converter a 25ºC a sua forma ambiental de micélio para a forma de levedura, presente nas lesões de animais e humanos, a 37ºC.5 Já foram descritas 53 espécies do gênero, cada uma com suas características fenotípicas e genotípicas.3,5
A esporotricose é uma doença globalmente distribuída, descrita em todos os continentes e considerada a micose mais prevalente no mundo. No entanto, o verdadeiro número de casos é difícil de ser descrito, pois, na maioria dos países, não é uma doença de notificação obrigatória.1,6,7
O agente etiológico é naturalmente encontrado no solo e material em decomposição. A transmissão clássica é definida como a inoculação traumática do agente no tecido subcutâneo, ou seja, é necessária uma lesão ainda que pequena, durante a realização de atividades como jardinagem, agricultura, caça, pesca, horticultura e carpintaria.1 Essa classe de transmissão ainda é descrita em alguns países da Ásia e prevalece em alguns estados do Brasil, como o Espírito Santo.8–10
Hoje em dia, a situação no estado do Rio de Janeiro é descrita como hiperendêmica de longa duração relacionada à transmissão zoonótica. No entanto, as regiões Sul e outros estados do Sudeste descrevem preocupante elevação no número de casos de esporotricose.11–15
A distribuição geográfica da doença foi caracterizada como um cinturão localizado na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. A sua expansão foi descrita posteriormente para além dessa região, com casos na baixada litorânea e em municípios vizinhos à região metropolitana.16,17
As espécies mais frequentemente identificadas nos isolados de animais e humanos são S. brasiliensis e S. schenckii.18,19 S. brasiliensis, a espécie mais virulenta e relacionada a casos incomuns, era relatada como restrita ao Brasil, no entanto, foi descrita na Argentina, no Paraguai, Panamá e Reino Unido.19–21
A esporotricose é caracterizada por lesões papulonodulares e ulcerogomosas com variadas apresentações clínicas para cada espécie acometida.22 Nos humanos, prevalece a forma cutâneo-linfática; nos felinos, a forma disseminada; e, nos caninos, a forma cutânea, geralmente com lesões localizadas.1,23
No presente momento, no Brasil, a transmissão zoonótica possui maior importância desde a década de 1990, com início da hiperendemia no estado do Rio de Janeiro.16 Os casos de felinos infectados são os mais comuns, e a infecção de humanos e outros animais ocorre por arranhadura, mordedura e/ou contato com a secreção de lesões de felinos doentes. A espécie felina é a mais suscetível à esporotricose pela exacerbada carga fúngica presente em suas lesões e predominância de manifestações disseminadas da doença.1,10
Para o diagnóstico, a cultura fúngica é considerada o padrão-ouro para a identificação de colônias e isolamento fúngico. No entanto, outros exames são realizados, por exemplo, citopatológico e histopatológico, visto que o início precoce da terapia pode ser adiado pela demora no resultado da cultura.24
Para humanos e animais, existem diversas doenças que cursam com o aparecimento de lesões cutâneas e mucosas, portanto, o diagnóstico diferencial deve ser considerado.22,25 Um atraso foi observado no diagnóstico da doença devido à pandemia de COVID-19, consequentemente casos com evoluções mais severas foram observados.13 Para obtenção de desfechos clínicos oportunos, são essenciais um rápido diagnóstico com início imediato do tratamento e o estudo da disseminação do fungo.26
A esporotricose foi negligenciada por vários anos pelo Poder Público, levando à atual situação de hiperendemia com caráter zoonótico.13,27 As medidas de controle e prevenção devem ser baseadas especialmente no tratamento e isolamento de felinos doentes. Para isso, são necessários o diagnóstico precoce e a instituição de terapia imediata e apropriada, além da conscientização da população a respeito de posse responsável de animais.1,11
Histórico e epidemiologia
A esporotricose foi identificada e descrita pela primeira vez em 1896, nos EUA, por Benjamin Schenck, ao tratar uma lesão de pele em um humano.1 Em 1907, houve o primeiro relato no Brasil, na região de São Paulo, onde foi possível observar a ocorrência da doença em humanos e roedores. Ao final da década de 1990, por se tratar de uma região predominantemente litorânea, quente e úmida, começaram a surgir surtos de esporotricose por todo o Rio de Janeiro, trazendo início aos estudos sobre a doença.28
Hoje em dia, a esporotricose é marcada pelo acometimento de felinos, cães e do homem e ocorre principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.29 No estado do Rio Grande do Sul, a principal forma de infecção é por meio da transmissão zoonótica por tatus, principalmente relacionada ao período de caça.30 A espécie predominante de Sporothrix no Brasil é S. brasiliensis.
A expansão da esporotricose vem ocorrendo por todo o território brasileiro. Nos últimos 5 anos, houve notificações nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Acre e Pará. Os casos de esporotricose felina já foram relatados em países como EUA, México, Argentina, Paraguai, Malásia, Espanha, Alemanha, Austrália, Japão, Tailândia, Reino Unido e Brasil.27
Segundo o Boletim Epidemiológico da Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, no banco do Sistema Nacional de Agravos de Notificação do Estado do Rio de Janeiro (Sinan/RJ), durante os anos de 2016 e 2017, notificaram-se 2.499 casos da doença, os quais aumentam continuamente.31
Um dos agravantes consideráveis para o aumento do número de casos no país é o tamanho da população de felinos domiciliados e errantes. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2013, 44,3% dos domicílios brasileiros possuem cães e 17,7% gatos.32 Além disso, as dificuldades socioeconômicas, a aglomeração urbana, o saneamento básico precário e a escassez de serviços de saúde adequados auxiliam nessa expansão.27
A epidemia também demonstrou ter um perfil bem delineado, ocorrendo em áreas mais carentes, acometendo principalmente gatos errantes e pessoas que possuem contato com felinos ou os têm como animais de estimação.29
Agente etiológico, taxonomia e fatores de virulência
O complexo Sporothrix pertence ao reino Fungi e apresenta quitina em sua parede celular. Pertence à divisão Ascomycota, classe Pyrenomycetes, ordem Ophiostomatales e família Ophiostomataceae, por apresentar septo simples, com corpos de Woronin e três pares de quitina sintase.33,34 As espécies do complexo Sporothrix spp. são diferenciadas, principalmente na forma tecidual pela produção de células germinativas, muitas vezes incapazes de assimilar creatina ou creatinina.35
O S. globosa é distribuído mundialmente. S. brasiliensis está relacionado à epidemia zoonótica na América do Sul. S. mexicana está limitado ao México.36,37
São organismos dimórficos e geofílicos. O dimorfismo ocorre pelas variações de temperatura e pH, em uma faixa de pH de 3,0 a 11,5. Em temperatura média de 25ºC, apresentam-se na fase saprófita com característica de hifas septadas hialinas de 1 a 2μm de largura e produzem conídios em grupos.35,38 Quando está infectando o corpo do hospedeiro mamífero à temperatura de 35ºC a 37ºC e pH entre 3,0 e 8,5, apresentam-se leveduriformes, que se assemelham a formatos de charutos.38,39
A forma saprófita do gênero Sporothrix é caracterizada pela presença de conídios sésseis e simpodial, sendo o primeiro com forma muito variável (globosa, subglobosa, elipsoidal, triangular, entre outras), como observado nas Figuras 1A–E, e o último sendo obovoide.
FIGURA 1: Morfologia dos conídios sésseis do complexo de espécies S. schenckii. A) S. brasiliensis. B e C) S. schenckii. D) S. globosa. E) S. mexicana. // Fonte: Marimon e colaboradores (2007).37
As cepas isoladas a 37ºC apresentam colônias lisas e enrugadas, brancas a cremosas no início e vão se tornando castanhas e pretas após alguns dias (Figura 2) ou podem apresentar colônias escuras desde o início do crescimento. As colônias jamais vão se apresentar de forma algodonosa ou flocosa.37,40
FIGURA 2: Culturas de material coletado de lesões de pacientes infectados por S. schenckii. A maioria das cepas torna-se visível após 4 dias de crescimento em ágar Sabouraud dextrose, não apresentando pigmento escuro visível nessa fase (tubo à esquerda), enquanto outras são melanizadas desde o início do crescimento (tubo ao centro). Quando transferidas para ágar infusão de cérebro e coração e cultivadas a 37ºC, as cepas sofrem dimorfismo, apresentando colônias de leveduras de coloração branca a castanho-amarelada após 7 dias de crescimento (tubo à direita). // Fonte: Barros e colaboradores (2011).1
O Sporothrix spp. tem parede celular ao redor da membrana plasmática na forma micelial e na forma leveduriforme, mas apresenta diferenças na espessura da parede e nas invaginações da membrana plasmática. Nos conídios, as invaginações são curtas e abundantes; nas formas leveduriformes, são escassas e mais longas, enquanto a membrana plasmática das hifas é lisa e sem invaginações.41
A composição glicosídica da parede celular da levedura apresenta polissacarídeos d-manose (50%) e l-ramnose (33%), pequenas quantidades de galactose (1%), cerca de 16% de peptídeos, grânulos de melanina e proteínas envolvidas na aderência, que contribuem para a virulência fúngica.42 A glicoproteína responsável pela adesão à matriz celular é a 70 kDa, tem distribuição uniforme na superfície da célula e cerca de 5,7% da sua massa molecular são compostos por glicanos ligados a N.43
A síntese de melanina é modulada pela concentração de carboidratos disponíveis durante o crescimento do Sporothrix spp., aumentando a formação de pigmento de maneira dependente da concentração de glicose, como mostram as Figuras 3A e B.40 A melanização também tem papel na patogênese, uma vez que os isolados pigmentados têm maior capacidade invasiva e promovem a formação de granulomas multifocais.36,37
FIGURA 3: Aumento da síntese de melanina dependente da concentração de glicose. A concentração de glicose (%, peso/vol) em cada cultura é indicada pelos números nas placas de ágar. A) S. brasiliensis cepa 17307, cultivada a 22ºC, e B) S. schenckii cepa 23250, cultivada a 37ºC, são isolados representativos que apresentam aumento da melanização com quantidades crescentes de glicose. // Fonte: Barros e colaboradores (2011).1
De acordo com Steenbergen e colaboradores, o fungo do gênero Sporothrix tem sua virulência relacionada às interações intermicrobianas.44 Os microrganismos no hospedeiro mamífero geralmente têm capacidade de formar biofilmes e mecanismos para adquirir ferro e produzir enzimas proteolíticas que levarão à maior virulência.45
Os mecanismos imunológicos acerca das infecções por Sporothrix spp. ainda não estão bem elucidados. Acredita-se que incluam respostas humorais e celulares desencadeadas por antígenos. Os antígenos celulares de superfície, especialmente alguns lipídios, inibem o processo de fagocitose, e a resposta humoral é induzida pela liberação de exoantígenos.46,47
Esporotricose em felinos
O fungo Sporothrix sp. não penetra na pele íntegra, sendo necessária a inoculação do agente para ocorrer a infecção. Após o contato com regiões profundas do tecido cutâneo, há transformação para a forma leveduriforme.48
É um hábito natural do felino doméstico — Felis catus — cavar para cobrir dejetos e arranhar madeira com o objetivo de desgaste e renovação das garras. Dessa maneira, aumentam as chances da retirada do fungo e contaminação das unhas.22,48
Os gatos — principalmente machos adultos não castrados e de vida livre, que, em geral, possuem comportamento territorialista — podem se infectar por meio de contato físico com outros animais contaminados, devido à arranhadura e mordedura que ocorre em brigas ou mesmo durante a cópula.6,49 Pode ainda ocorrer a autoinoculação em consequência de lambedura, mordiscamento ou prurido.22,50
Nos felinos, a evolução da esporotricose é mais rápida do que em outros animais, devido à predisposição e à grande carga fúngica presente nas lesões, o que coloca os felinos domésticos como a principal fonte de transmissão zoonótica por conta de sua proximidade com o ser humano e de seus hábitos.48,50
O avanço da enfermidade depende da resposta imune do organismo em relação ao patógeno. O imunocomprometimento em consequência de infecções simultâneas — que podem ser diversas, como as bacterianas, virais ou por protozoários — pode levar à progressão da doença, porém não há evidências sólidas em relação à não resposta do tratamento em gatos coinfectados por retroviroses.6,22
Os sinais clínicos dependem do sistema acometido, podendo variar do acometimento cutâneo ou mucocutâneo até a forma disseminada da doença.6 As manifestações clínicas mais frequentes são lesões cutâneas associadas a alterações respiratórias. As lesões cutâneas são caracterizadas por úlceras e nódulos, sendo comumente encontradas em membros e regiões da cabeça, em especial, na região nasal,6,21,51 podendo haver presença de exsudatos serossanguinolentos e/ou purulentos.
As lesões tumorais também são encontradas no nariz.51 As alterações no trato respiratório incluem espirros, dispneia e secreção nasal.6,51 As lesões cutâneas podem estar associadas ao aumento dos gânglios linfáticos. As mucosas também podem ser afetadas, sendo mais comum na mucosa nasal. Podem ser observadas linfadenite e linfangite, sendo esta última menos frequente.21
As formas clínicas descritas na esporotricose em felinos são as seguintes:6,48,52
- cutânea localizada ou disseminada;
- linfocutânea;
- disseminada.
As combinações de mais de uma forma clínica podem ocorrer no mesmo organismo. Apesar de o acometimento da pele ser a forma mais comum, podem ocorrer sinais respiratórios, como espirros e/ou secreção nasal, que em alguns casos precedem o aparecimento de lesões cutâneas.6,48,52
A forma cutânea localizada e disseminada ocorre na pele e/ou nas mucosas, com o aparecimento de lesões nodulares, papulonodular ou ulceradas centralmente, que drenam exsudato serossanguinolento e não há acometimento da rede linfática.6,48 Na forma linfocutânea, acontece linfangite e linfadenite com lesão única ou múltipla, sendo a forma mais comum nos gatos.6,48,50
Na forma disseminada, mais grave, observam-se, além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre.50 Essa forma ocorre principalmente em gatos que apresentam histórico de depressão, anorexia, letargia e febre. Pode ocorrer a disseminação hematógena do fungo logo após a infecção.21,51
A hipoalbuminemia, a hiperglobulinemia, a anemia e a leucocitose com neutrofilia também são sinais da esporotricose disseminada, sendo mais comum a presença dessas alterações em gatos que apresentam múltiplas lesões cutâneas.21
As lesões podem ser observadas com maior frequência na região cefálica, nas porções distais dos membros e da cauda, podendo também ocorrer em qualquer outra região do corpo, como dorso e abdome (Figuras 4A e B). Na região cefálica, as orelhas e o focinho são os locais mais afetados, especialmente o plano nasal, no qual podem ser observados edema e nódulos ulcerados (Figura 5).6,48,50
FIGURA 4: A) Felino com esporotricose apresentando lesões ulceradas na parte distal do membro anterior direito, à esquerda, e B) lesões ulceradas e nodulares nas regiões nasal e ocular. Campos dos Goytcazes, RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
FIGURA 5: Felino com esporotricose apresentando lesões ulceradas em plano nasal, região ocular e ambas as orelhas. Campos dos Goytacazes/RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Nos felinos, as lesões por esporotricose apresentam, na avaliação histopatológica, características de inflamação piogranulomatosa e altas cargas fúngicas.6,52
As afecções — como carcinoma de células escamosas, dermatose eosinofílica, piodermite bacteriana, prototecose, micobacteriose, criptococose, histoplasmose e leishmaniose tegumentar americana — devem ser consideradas como diagnósticos diferenciais da esporotricose, além da possibilidade de coinfecção, ou seja, o animal pode estar acometido com mais de uma afecção ao mesmo tempo. Logo, médicos veterinários devem ser cuidadosos e conhecer as possíveis causas de lesões cutâneas e mucosas em animais.22,51,53
Esporotricose em cães
A esporotricose é uma enfermidade pouco frequente nos cães, ou seja, os animais com maior acesso às atividades e a locais com vegetação abundante, como nas ocasiões de caça ou em contato com felinos infectados, estão mais expostos à possibilidade de contrair a doença.50,54
O contato traumático com material contaminado ou a inalação de conídios de Sporothrix sp. pode resultar em infecção.54,55 Nos cães, as formas clínicas de esporotricose são as seguintes:22,55–57
- cutânea — fixa ou linfocutânea;
- extracutânea;
- disseminada.
Na forma cutânea, ocorre o aparecimento de nódulos, que, quando ulcerados, apresentam secreção marrom-avermelhada e com baixa quantidade de leveduras em relação aos felinos.22,50,56,57 Na forma linfocutânea, ocorre a presença de nódulos e o acometimento da rede linfática com linfangite e linfadenopatia, sendo a forma mais comum nos membros.22,56,57
A forma extracutânea pode ocorrer por inalação do fungo. Os sinais respiratórios em casos de comprometimento da cavidade nasal são edema, espirros, secreção nasal seromucosa, dispneia e até perda do olfato (Figura 6).57
FIGURA 6: Canino com esporotricose com lesão em plano nasal. Campos dos Goytacazes/RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Já na forma disseminada, de ocorrência rara em animais imunocompetentes, além dos nódulos, outros sintomas clínicos estão presentes, como anorexia, febre e letargia.56,57 Os locais mais comuns de aparecimento das lesões são membros, região cefálica, orelhas e plano nasal.50,56
Os cães apresentam menor potencial zoonótico, pois as secreções provenientes das lesões da esporotricose possuem baixa carga fúngica em comparação aos felinos.54,55
Esporotricose em humanos
Os casos em humanos aumentaram significativamente, o que caracterizou a situação hiperendêmica da esporotricose no final da década de 1990, no estado do Rio de Janeiro.16,58 No entanto, esses não foram os primeiros casos no Brasil, pois em 1955 um caso humano foi relatado em São Paulo, com a infecção associada a um arranhão de felino.59 Outros três casos, no litoral de São Paulo, também associados a arranhões de felinos, foram descritos em 1989.60
Em humanos, as alterações clínicas mais comuns são lesões cutâneas ou linfocutâneas. As lesões cutâneas normalmente iniciam no local do trauma, sendo comum em regiões que ficam mais expostas, como os membros superiores.61 Essas lesões são caracterizadas por úlceras e podem atingir o sistema linfático, formando nódulos linfáticos aumentados e abscessos.
A forma linfocutânea, caracterizada por nódulos linfáticos, é frequentemente encontrada, estando presente em 95% dos casos. Por outro lado, as manifestações disseminadas — que podem incluir infecções osteoarticulares, pulmonares e neurológicas — são as mais incomuns, sendo observadas em menos de 10% dos casos.21
A doença possui quatro apresentações clínicas em humanos:62
- cutâneo linfática;
- cutâneo localizada;
- cutâneo disseminada;
- extracutânea, incluindo acometimento de mucosas, ossos, olhos, articulações e vísceras.
A cutâneo linfática é a mais prevalente1 e em adultos afeta, em especial, mãos e antebraços, e nas crianças, a face. Inicialmente ocorre o aparecimento de pápula, nódulo ou goma, que depois ulcera, com a ocorrência de outros nódulos pela cadeia linfática.58,63,64 Na apresentação localizada da doença, a lesão pode ou não ulcerar e ser ou não acompanhada de lesões satélites, porém não há envolvimento linfático.25,62
Já a apresentação disseminada está associada, na maioria dos casos, a pacientes imunossuprimidos, por exemplo, alcoólatras, pacientes com diabetes melito, com sarcoidose, com tuberculose, que passaram por um transplante, terapias com imunossupressores e HIV. Os casos podem ser cutâneos ou sistêmicos, e o diabetes descompensado e o alcoolismo crônico são as causas predisponentes mais comuns para essa apresentação clínica.25,62,65
Além das apresentações cutâneas e linfocutâneas, também pode haver lesões em mucosas, sendo mais comuns na mucosa ocular. Entre as manifestações oftálmicas, estão a conjuntivite aguda e crônica, a síndrome de Parinaud e a dacriocistite, quando o ducto lacrimal é afetado, apesar de ocorrer também infecções cutâneas nas pálpebras. Essas infecções oculares ocorrem quando secreções da ferida ou gotículas de espirro de um gato infectado entram em contato com a conjuntiva do indivíduo.21
Podem ocorrer reações de hipersensibilidade quando pacientes desenvolvem resposta imune mediada por células a antígenos de S. brasiliensis. Essas reações aparentemente só ocorrem em infecções por espécies S. brasiliensis.21
A esporotricose foi responsável por óbitos e hospitalizações em todo o Brasil, em um período de 23 anos. Os estados com maior destaque foram Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. No Rio de Janeiro, foram descritas 36 mortes e 250 hospitalizações, demonstrando a importância da doença para a saúde pública.66
Na apresentação extracutânea da esporotricose, os ossos são os mais afetados, e a falta de lesões dificulta o diagnóstico. Essa apresentação é relacionada à inalação do fungo e sua disseminação pelo sangue.25,67
Apesar de não possuir predileção racial ou sexual, a esporotricose é mais relatada em mulheres de meia-idade, entre 30 e 60 anos, com baixo nível socioeconômico, responsáveis por atividades do lar e possivelmente pelo manejo de felinos infectados. Na transmissão clássica, os mais acometidos eram homens com mais de 50 anos.2,16,17,63,68,69
Hoje em dia, a espécie mais isolada em casos animais e humanos, S. brasiliensis, é associada a apresentações incomuns da doença, como, por exemplo, a forma disseminada sem fatores imunossupressores, conjuntiva e mucosas afetadas, além de reações de hipersensibilidade.19
Além desses, dois casos de esporotricose após a realização de tatuagens foram descritos, sem histórico de contato com felinos ou outras fontes de infecção possíveis.70 S. brasiliensis foi isolada recentemente em uma amostra de madeira situada onde gatos infectados com esporotricose residiam, concluindo que, apesar da transmissão clássica — via ambiental — ser difícil, ela não é impossível.71,72
A infecção de humanos e outros animais por esporotricose ocorre por meio de arranhadura, mordedura e contato com a secreção de lesões de felinos doentes.1,10 A transmissão entre humanos pode ser rara, contudo, uma exposição prolongada a uma lesão aberta foi descrita como possível forma de infecção.73,74 Os cães podem atuar como possíveis fontes de infecção, no entanto, escassos casos são relatados e eles não são relevantes como os felinos.1,75
O diagnóstico em humanos é imprescindível, pois, de acordo com a apresentação, a esporotricose pode ter como diagnósticos diferenciais doenças como paracoccidioidomicose, leishmaniose, cromomicose e tuberculose.25,62 O resultado da cultura fúngica pode ser dificultoso pela lentidão do crescimento fúngico, que pode demorar até 30 dias.7 Os pacientes que não obtiveram sucesso terapêutico tiveram diagnóstico e início tardios do tratamento.70
O tratamento das formas cutâneas de esporotricose é realizado pela administração do itraconazol oral. No entanto, em apresentações disseminadas, a escolha terapêutica pode se tornar um desafio. Como alternativa ao fármaco de escolha oral em casos refratários, a anfotericina B é o único medicamento intravenoso disponível para esses casos. Em estudo, 52,1% dos pacientes obtiveram cura clínica com o tratamento com anfotericina B.70,76,77
Foram contabilizados, no período de 2008 a 2015, no estado do Rio de Janeiro, por meio do Sinan/RJ da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ) e do Sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente (Sipec) do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), 6.372 casos humanos.16 No período de janeiro de 2011 a setembro de 2020, no estado do Rio de Janeiro, foram contabilizados 10.313 casos, demonstrando a situação hiperendêmica da esporotricose.13
Apesar de a notificação da doença ter sido iniciada em 2011, sendo classificada como de notificação obrigatória, no estado do Rio de Janeiro, em 2013,78 a esporotricose ainda é considerada uma doença tropical negligenciada pela OMS.79 O Ministério da Saúde incluiu, em 2020, a esporotricose na lista nacional de notificação obrigatória de doenças, agravos e eventos de saúde pública. Todavia, a portaria foi revogada, no mesmo ano.80,81
ATIVIDADES
1. Em relação ao agente etiológico da esporotricose, assinale a afirmativa correta.
A) A esporotricose é causada por bactérias do gênero Sporothrix spp.
B) A esporotricose é uma doença causada por fungo de baixa prevalência, o que explica a não obrigatoriedade das notificações da doença em vários países.
C) O agente etiológico é naturalmente encontrado no solo e em material em decomposição, não em felinos como muitos acreditam.
D) É considerado um fungo superficial, portanto, não é necessária uma lesão prévia para a sua inoculação.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix spp. Infelizmente, mesmo com a altíssima prevalência em todo o Brasil, a notificação da doença é obrigatória apenas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, além de Guarulhos (em São Paulo), Camaçari e Salvador (na Bahia), Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte (em Minas Gerais), Natal, Rio Grande do Norte e João Pessoa (na Paraíba). O fungo é encontrado no solo, em plantas e material em decomposição. É considerada uma micose subcutânea. A infecção ocorre pela inoculação do fungo na pele, a qual pode ocorrer por uma lesão prévia em contato com a secreção de lesões de felinos doentes, ou por meio de arranhadura, mordedura ou trauma causado por lascas de madeira infectada.
Resposta correta.
A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix spp. Infelizmente, mesmo com a altíssima prevalência em todo o Brasil, a notificação da doença é obrigatória apenas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, além de Guarulhos (em São Paulo), Camaçari e Salvador (na Bahia), Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte (em Minas Gerais), Natal, Rio Grande do Norte e João Pessoa (na Paraíba). O fungo é encontrado no solo, em plantas e material em decomposição. É considerada uma micose subcutânea. A infecção ocorre pela inoculação do fungo na pele, a qual pode ocorrer por uma lesão prévia em contato com a secreção de lesões de felinos doentes, ou por meio de arranhadura, mordedura ou trauma causado por lascas de madeira infectada.
A alternativa correta é a "C".
A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix spp. Infelizmente, mesmo com a altíssima prevalência em todo o Brasil, a notificação da doença é obrigatória apenas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, além de Guarulhos (em São Paulo), Camaçari e Salvador (na Bahia), Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte (em Minas Gerais), Natal, Rio Grande do Norte e João Pessoa (na Paraíba). O fungo é encontrado no solo, em plantas e material em decomposição. É considerada uma micose subcutânea. A infecção ocorre pela inoculação do fungo na pele, a qual pode ocorrer por uma lesão prévia em contato com a secreção de lesões de felinos doentes, ou por meio de arranhadura, mordedura ou trauma causado por lascas de madeira infectada.
2. Em relação à epidemiologia da esporotricose, assinale a afirmativa correta.
A) O Rio de Janeiro é considerado um estado hiperendêmico e único com número de casos relevantes no Brasil.
B) O estado do Rio Grande do Sul não relata esporotricose.
C) Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Acre, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo já notificaram casos da doença.
D) A esporotricose deve apenas ser considerada como diagnóstico diferencial em estados com número elevado de casos da doença.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
O estado do Rio de Janeiro é hiperendêmico para esporotricose, no entanto, números elevados de casos da doença também são descritos no Rio Grande do Sul e Nordeste do Brasil. Além disso, outros estados já relataram casos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo. Com casos relatados em praticamente todo o território brasileiro, a doença deve ser considerada como diagnóstico diferencial em qualquer local, em casos de lesões cutâneas.
Resposta correta.
O estado do Rio de Janeiro é hiperendêmico para esporotricose, no entanto, números elevados de casos da doença também são descritos no Rio Grande do Sul e Nordeste do Brasil. Além disso, outros estados já relataram casos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo. Com casos relatados em praticamente todo o território brasileiro, a doença deve ser considerada como diagnóstico diferencial em qualquer local, em casos de lesões cutâneas.
A alternativa correta é a "C".
O estado do Rio de Janeiro é hiperendêmico para esporotricose, no entanto, números elevados de casos da doença também são descritos no Rio Grande do Sul e Nordeste do Brasil. Além disso, outros estados já relataram casos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo. Com casos relatados em praticamente todo o território brasileiro, a doença deve ser considerada como diagnóstico diferencial em qualquer local, em casos de lesões cutâneas.
3. Descreva a forma clínica da esporotricose mais relatada em felinos.
Confira aqui a resposta
A forma disseminada da esporotricose é a mais descrita em felinos e é considerada a mais grave. Além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, observam-se ainda sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. A forma disseminada acomete o estado de saúde geral do animal, além do aparecimento de lesões cutâneas ou em mucosas.
Resposta correta.
A forma disseminada da esporotricose é a mais descrita em felinos e é considerada a mais grave. Além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, observam-se ainda sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. A forma disseminada acomete o estado de saúde geral do animal, além do aparecimento de lesões cutâneas ou em mucosas.
A forma disseminada da esporotricose é a mais descrita em felinos e é considerada a mais grave. Além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, observam-se ainda sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. A forma disseminada acomete o estado de saúde geral do animal, além do aparecimento de lesões cutâneas ou em mucosas.
4. Cite as doenças que podem ser consideradas diagnósticos diferenciais para a esporotricose em animais.
Confira aqui a resposta
São doenças que podem ser consideradas diagnósticos diferenciais para a esporotricose em animais: carcinoma de células escamosas, dermatose eosinofílica, piodermite bacteriana, prototecose, micobacteriose, criptococose, histoplasmose e leishmaniose tegumentar americana. As lesões cutâneas da esporotricose não são patognomônicas da doença, e qualquer outra afecção que apresente como sinal clínico a lesão cutânea ou em mucosa deve ser considerada como diagnóstico diferencial.
Resposta correta.
São doenças que podem ser consideradas diagnósticos diferenciais para a esporotricose em animais: carcinoma de células escamosas, dermatose eosinofílica, piodermite bacteriana, prototecose, micobacteriose, criptococose, histoplasmose e leishmaniose tegumentar americana. As lesões cutâneas da esporotricose não são patognomônicas da doença, e qualquer outra afecção que apresente como sinal clínico a lesão cutânea ou em mucosa deve ser considerada como diagnóstico diferencial.
São doenças que podem ser consideradas diagnósticos diferenciais para a esporotricose em animais: carcinoma de células escamosas, dermatose eosinofílica, piodermite bacteriana, prototecose, micobacteriose, criptococose, histoplasmose e leishmaniose tegumentar americana. As lesões cutâneas da esporotricose não são patognomônicas da doença, e qualquer outra afecção que apresente como sinal clínico a lesão cutânea ou em mucosa deve ser considerada como diagnóstico diferencial.
5. Qual é a espécie predominante de Sporothrix no Brasil?
A) S. schenckii.
B) S. globosa.
C) S. brasiliensis.
D) S. luriei.
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".
A espécie predominante de Sporothrix no Brasil é S. brasiliensis.
Resposta correta.
A espécie predominante de Sporothrix no Brasil é S. brasiliensis.
A alternativa correta é a "C".
A espécie predominante de Sporothrix no Brasil é S. brasiliensis.
6. Sobre as formas clínicas descritas na esporotricose em felinos, correlacione a primeira e a segunda colunas.
1 Cutânea localizada ou disseminada 2 Linfocutânea 3 Disseminada |
Acontece linfangite e linfadenite com lesão única ou múltipla, sendo a forma mais comum nos gatos. Observam-se, além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. Ocorre na pele e/ou nas mucosas, com o aparecimento de lesões nodulares, papulonodular ou ulceradas centralmente, que drenam exsudato serossanguinolento e não há acometimento da rede linfática. |
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 2 — 3 — 1
B) 3 — 2 — 1
C) 1 — 3 — 2
D) 1 — 2 — 3
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".
A forma cutânea localizada e disseminada ocorre na pele e/ou nas mucosas, com o aparecimento de lesões nodulares, papulonodular ou ulceradas centralmente, que drenam exsudato serossanguinolento e não há acometimento da rede linfática. Na forma linfocutânea, acontece linfangite e linfadenite com lesão única ou múltipla, sendo a forma mais comum em gatos. Na forma disseminada, mais grave, observam-se, além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. Essa forma ocorre principalmente em gatos que apresentam histórico de depressão, anorexia, letargia e febre. Pode ocorrer a disseminação hematógena do fungo logo após a infecção.
Resposta correta.
A forma cutânea localizada e disseminada ocorre na pele e/ou nas mucosas, com o aparecimento de lesões nodulares, papulonodular ou ulceradas centralmente, que drenam exsudato serossanguinolento e não há acometimento da rede linfática. Na forma linfocutânea, acontece linfangite e linfadenite com lesão única ou múltipla, sendo a forma mais comum em gatos. Na forma disseminada, mais grave, observam-se, além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. Essa forma ocorre principalmente em gatos que apresentam histórico de depressão, anorexia, letargia e febre. Pode ocorrer a disseminação hematógena do fungo logo após a infecção.
A alternativa correta é a "A".
A forma cutânea localizada e disseminada ocorre na pele e/ou nas mucosas, com o aparecimento de lesões nodulares, papulonodular ou ulceradas centralmente, que drenam exsudato serossanguinolento e não há acometimento da rede linfática. Na forma linfocutânea, acontece linfangite e linfadenite com lesão única ou múltipla, sendo a forma mais comum em gatos. Na forma disseminada, mais grave, observam-se, além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. Essa forma ocorre principalmente em gatos que apresentam histórico de depressão, anorexia, letargia e febre. Pode ocorrer a disseminação hematógena do fungo logo após a infecção.
Diagnóstico
O diagnóstico da esporotricose inicia na coleta de dados referentes à anamnese e ao histórico do paciente. Algumas informações — como possibilidade de acesso à rua, presença de contactantes com lesões similares, tempo de evolução das lesões e terapias já realizadas — são fundamentais para o início do raciocínio clínico.22
Os sinais clínicos da esporotricose são inespecíficos, sendo observados em outras doenças, portanto, faz-se necessária a realização de exame laboratorial para a obtenção do diagnóstico.48
Cultura micológica
A coleta de amostra para a cultura micológica é realizada por meio de swabs estéreis, punção aspirativa por agulha fina (PAAF) ou biópsias das lesões de pele. A coleta com o swab consiste em friccioná-lo na lesão ulcerada, a fim de se obter o material exsudativo presente e posteriormente acondicioná-lo em meio de transporte Stuart para ser enviado ao laboratório, onde a cultura é realizada.82
O cultivo do material pode ser feito em meios de cultura comumente utilizados em temperatura ambiente (25ºC), como o ágar Sabouraud dextrose, acrescido de cicloeximida, a fim de reduzir a contaminação por fungos saprófitas, e cloranfenicol ou gentamicina, para inibir o crescimento de bactérias.82 O tempo de cultivo varia, em média, de 7 a 30 dias.83
Para a confirmação do diagnóstico, realiza-se a prova de termoconversão, com a incubação da cultura a 37ºC. Nesse caso, um dos meios de cultura que pode ser utilizado é o ágar BHI (infusão cérebro-coração).82 Quando cultivado a 25ºC, o crescimento do Sporothrix spp. é micelial; já a 37ºC, o seu crescimento é leveduriforme. Com a demonstração do dimorfismo do microrganismo, tem-se a confirmação do diagnóstico.22,82
Com o alto número de casos refratários ao tratamento, a cultura micológica é fundamental para possibilitar a definição do perfil de suscetibilidade do fungo aos antifúngicos84 e a instituição do tratamento adequado.
Citopatologia
Para a realização do exame citopatológico, pode-se obter a amostra por imprint e PAAF. A técnica de imprint consiste em pressionar suavemente uma lâmina de vidro sobre a lesão ulcerada. Já a técnica de PAAF é destinada aos nódulos cutâneos não ulcerados.84
Após a coleta, deve-se realizar a fixação e a coloração do material,84 que podem ser feitas de diferentes formas, como fixação em fogo52 e em álcool absoluto (99,5%), e coloração pelo método do panótico rápido84 e técnica de Gram.52
Na observação da lâmina ao microscópio, é possível visualizar o fungo em sua forma de levedura, que consiste em estruturas arredondadas, ovaladas e de charuto, as quais podem se apresentar internalizadas em fagócitos.22,84
O tratamento prévio com antifúngicos interfere na sensibilidade diagnóstica do exame citopatológico, o qual é considerado presuntivo.84
Histopatologia
Para a realização do exame histopatológico, a amostra é obtida por meio de biópsia, que pode ser incisional ou excisional,22 e posteriormente fixada em formol tamponado a 10%.85 Para efetuar a coloração, podem-se utilizar técnicas como hematoxilina e eosina (HE), metenamina de prata de Grocott-Gomori (GMS) e ácido periódico de Schiff (PAS). Ao microscópio, é possível visualizar estruturas leveduriformes compatíveis com Sporothrix spp.48
As características teciduais são a ulceração da epiderme e a reação inflamatória intensa na derme e no subcutâneo, com a presença de neutrófilos, macrófagos e, em menor número, linfócitos, plasmócitos e células gigantes multinucleadas. O exame histopatológico tem a vantagem de possibilitar a exclusão de diagnósticos diferenciais da esporotricose, como o carcinoma de células escamosas.48
Testes sorológicos
Embora raramente utilizados na rotina clínica em medicina veterinária para o diagnóstico da esporotricose, é possível realizar testes sorológicos, como:22
- fixação do complemento;
- imunodifusão;
- imunofluorescência indireta;
- soroaglutinação.
Reação em cadeia da polimerase
As amostras para a realização da reação em cadeia da polimerase (PCR) podem ser coletadas com swabs estéreis, que devem ser friccionados sobre as lesões dos felinos. Para o prosseguimento do exame, é necessário extrair e purificar o DNA das amostras obtidas.86
A PCR consiste na amplificação, por meio de ferramentas moleculares, de uma região específica do DNA do patógeno, como a região do locus calmodulina, permitindo a identificação da espécie do Sporothrix. Esse é um método que apresenta alta sensibilidade, boa concordância com a cultura micológica e possibilita um diagnóstico rápido.86
Tratamento
A seguir, será apresentado o tratamento da esporotricose.
Esporotricose humana
Por mais que o S. brasiliensis seja mais virulento do que outras espécies de Sporothrix nos animais e tenha menor sensibilidade in vitro a alguns antifúngicos, o tratamento da esporotricose humana é o mesmo, independentemente da espécie infectante.21
A duração do uso de antifúngicos varia conforme a forma clínica, de 2 a 6 meses, e pode ser estendida além de 12 meses para pacientes graves e/ou quando não respondem à terapia.21 A manutenção da terapia por 1 mês após a remissão clínica é recomendada.87 Em casos graves, recomendam-se 2 meses após a cura clínica para minimizar o risco de recorrência.21
As falhas no tratamento e a presença de casos atípicos reforçam a necessidade de estudos focados na detecção de potencial de resistência antifúngica e estratégias terapêuticas alternativas.27
Em humanos, a terapia de primeira escolha para apresentações fixas cutâneas, linfocutâneas e osteoarticulares de esporotricose humana é o itraconazol (200–400mg/dia), por via oral (VO).77 Um estudo mais recente evidenciou resposta terapêutica alta (100mg/dia).88 Se o uso do itraconazol for contraindicado, uma alternativa é a terbinafina (500mg), duas vezes ao dia, que pode ser usada em manifestações cutâneas e linfocutâneas fixas.89
A solução saturada de iodeto de potássio é uma opção de tratamento em regiões de poucos recursos, em que o itraconazol ou a terbinafina não estão disponíveis, mas ela pode não ser bem e há a possibilidade de ocasionar disfunção da tireoide.21
Nos casos de esporotricose pulmonar grave, acometimento do sistema nervoso central (SNC) e esporotricose ocular ou disseminada, a anfotericina B de formulação lipídica (50mg/dia) é indicada.87 De acordo com os relatos, o posaconazol pode ser uma medicação eficaz em combinação com outros antifúngicos para o tratamento de formas disseminadas graves da doença.90
Em gestantes ou para lesões recalcitrantes e hiperqueratóticas, a criocirurgia e a terapia de calor podem ser associadas com o antifúngico para diminuir o tempo do tratamento.21
O tratamento de esporotricose em gestantes é restrito devido ao potencial teratogênico de muitos antifúngicos.87
No pós-parto e em um curto período de lactação, o tratamento com anfotericina B ou itraconazol pode ser recomendado. Em casos graves com grande disseminação, o medicamento de escolha é a anfotericina B na forma lipídica (dose de 3–5mg/kg/dia) ou na forma desoxicolato (0,7–1mg/kg/dia), que pode ser acompanhada de hipertermia local.65
Em crianças, pode ser utilizada a anfotericina B (0,7mg/kg/dia), e/ou itraconazol (6–10mg/kg/dia) ou ainda iodeto de potássio, duas gotas orais, três vezes ao dia, no início do tratamento de esporotricose, aumentando a dose em duas gotas a cada sessão até um máximo de 20 gotas, três vezes ao dia, dependendo da forma clínica.77
Nos casos cutâneo-osteoarticulares, o uso de itraconazol e/ou iodeto de potássio associados com sulfametoxazol/trimetoprima (800mg/160mg), duas vezes ao dia, demonstraram bons resultados.65
Esporotricose em pequenos animais
Em cães, o itraconazol oral, cetoconazol e iodeto de potássio são as medicações mais utilizadas no tratamento de esporotricose. A terbinafina oral (25–30mg/kg/dia) também pode ser usada.91
Em felinos, o itraconazol e o iodeto de potássio são os medicamentos mais usados no tratamento de esporotricose.6
Para felinos, a dosagem das cápsulas de itraconazol varia de acordo com o peso do animal:27
- menores de 1kg (25mg/kg/dia);
- entre 1 e 3kg (50mg/kg/dia);
- a partir de 3kg (100mg/kg/dia).
A associação de itraconazol com cápsulas de iodeto de potássio (2,3–20mg/kg/dia) ainda é o tratamento de escolha, especialmente em casos com acometimento nasal, embora tenham sido descritas falhas terapêuticas, efeitos adversos e recidiva das lesões.87
Alguns estudos mostram a necessidade de aumentar a dose de itraconazol por animal (50–100mg/dia) para haver resolução clínica92 e comparam a bioequivalência do itraconazol genérico e do manipulado com o de referência. Ambos não são bioequivalentes ao medicamento de referência, sendo o uso do genérico alternativo.93,94
O uso de cápsulas de itraconazol (100mg/dia), VO, em conjunto com cápsulas de iodeto de potássio (2,5–20mg/kg/dia), pode ser considerado para gatos que ainda não entraram em tratamento, pois demonstrou ter eficácia mais rápida de ação do que a monoterapia com itraconazol ou iodeto de potássio21 e menor quantidade de efeitos colaterais.95
Essa combinação também aumenta a probabilidade de recuperação em animais que não responderam à monoterapia com itraconazol96 ou os que apresentam lesões cutâneas, lesões mucosas nasais e/ou sinais respiratórios,95,97 visto que os gatos acometidos por múltiplas lesões cutâneas tendem a ter lesões persistentes e chance maior de falha no tratamento com a monoterapia de itraconazol,98 assim como alta carga fúngica nas lesões de pele antes do tratamento.99
As cápsulas de itraconazol e iodeto de potássio podem ser abertas, e a dose pode ser misturada na ração úmida, porém os grânulos do itraconazol devem permanecer intactos.100,101 A administração das cápsulas abertas junto com o alimento diminui as chances de contato com o animal doente e o risco de transmissão zoonótica.27 É indicada a administração do itraconazol com alimentos para facilitar sua absorção, porém não deve ser administrado com antiácidos, devido à alcalinidade diminuir sua absorção.102
Em casos refratários à monoterapia com itraconazol, principalmente para gatos com lesões na mucosa nasal e/ou sinais respiratórios, as cápsulas de iodeto de potássio podem ser utilizadas96,102 como monoterapia ou associadas ao itraconazol, sendo uma alternativa eficaz para o tratamento da esporotricose felina. O seu baixo custo favorece muito seu uso,94,102 além de ser eficaz na melhora da cicatrização e no controle da carga fúngica.98
Os ajustes de dosagem não são necessários em casos com comprometimento renal, mas a dose deve ser reduzida se houver doença hepática ou disfunção101 ou o medicamento deve ser suspenso, devido a reações adversas clínicas e/ou laboratoriais, como náuseas, anorexia, vômitos e aumento da alanino-aminotransferase (ALT) sérica, até que o apetite retorne e/ou as enzimas hepáticas séricas retornem aos níveis de referência, necessitando de acompanhamento clínico e bioquímico.95,101
Quando os animais apresentarem elevados níveis de transaminases, podem receber terapia hepatoprotetora com silimarina oral (30mg/kg, uma vez ao dia) ou S-adenosilmetionina (SAMe) (20mg/kg, uma vez ao dia).103,104
As reações adversas relacionadas à administração de iodeto de potássio — como anorexia, vômito, letargia e febre — são comuns, principalmente para dosagens mais altas (10–20mg/kg a cada 12–24 horas), sendo de menor ocorrência quando há utilização de dosagens menores (2,5–20mg/kg a cada 24 horas).92
O iodeto de potássio deve ser imediatamente suspenso em caso de efeito colateral.
Ao considerar criocirurgia ou administração de anfotericina B intralesional, alguns fatores devem ser considerados, como a localização das lesões residuais da pele e a exigência de procedimentos anestésicos.92 A anfotericina B intralesional ou subcutânea pode ser considerada como alternativa.6
As formulações lipídicas de anfotericina B são menos nefrotóxicas que a forma convencional, sendo indicadas para o tratamento de formas disseminadas de esporotricose, podendo a sua administração intravenosa ser combinada com o itraconazol oral.101
A administração intravenosa de anfotericina lipossômica B (1mg/kg) e itraconazol oral (100mg/dia) é indicada para animais que apresentem lesões cutâneas e mucosas na região nasal refratárias ao itraconazol (100mg/dia), mas o paciente precisa estar clinicamente saudável para que a doença não progrida e consiga combater a infecção.50
A crioterapia pode ser utilizada como terapêutica complementar junto ao tratamento com itraconazol em caso de lesão cutânea refratária persistente,92 assim como a ressecção cirúrgica das lesões associada à terapia antifúngica pode ser uma alternativa após o insucesso do tratamento clínico.105 A termoterapia, a criocirurgia e a hipertermia local também são opções para o tratamento da esporotricose felina e terapia complementar.106
O cetoconazol também é uma alternativa de tratamento (5–27,7mg/dia),92 porém está ligado à maior ocorrência de reações adversas se comparado ao itraconazol, como alterações gastrintestinais107 e hepatotoxicidade.108 O uso de posaconazol (40mg/dia) reduz tecidos infectados residuais e leva à resolução clínica, quando o animal não puder continuar com o tratamento com itraconazol.109
O tratamento da esporotricose pode levar de algumas semanas a meses e deve ser continuado por pelo menos 30 dias após a cura clínica, podendo ocorrer recorrência da doença com retorno das lesões.6 A partir do desaparecimento de todos os sinais clínicos, o animal é considerado curado.110
Comumente as lesões na região nasal dos gatos são de difícil tratamento, e a gravidade e a extensão das lesões podem dificultar a sua cicatrização.6 Os gatos que apresentam múltiplas lesões e altas cargas fúngicas tendem a ter lesões persistentes e maior risco de falha do tratamento quando a monoterapia de itraconazol é usada,98 assim como demora na cicatrização da ferida.99
O abandono do tratamento da esporotricose felina é frequente e ocorre principalmente no momento em que o gato apresenta cicatrização das lesões cutâneas, o que pode levar à recorrência da doença, dificultando a cura111 e contribuindo para a transmissão do Sporothrix spp. O cumprimento do protocolo terapêutico adequado por parte do tutor do gato é crucial para alcançar o sucesso terapêutico no animal doente.87
Controle e prevenção
A transmissão antropozoonótica traz desafios no controle e na prevenção da esporotricose. Devido aos gatos infectados serem a principal fonte de transmissão, o controle e a prevenção se concentram principalmente na redução da carga fúngica na população felina para diminuir o risco de infecção entre gatos, de gato para outros animais ou para o humano e o ambiente.
Para evitar a disseminação de esporotricose transmitida por gatos, os tutores devem impedir que seus gatos interajam com gatos errantes, restringindo o seu acesso à rua. O controle populacional de gatos pode reduzir o risco de infecção e a transmissão da doença pelos animais, visto que a maior parte dos gatos infectados é de machos não castrados.21
O tratamento de infecções ativas entre a população de gatos é importante para controlar a disseminação da esporotricose, principalmente quando aplicado de forma precoce, e deve durar por pelo menos 1 mês após a cura clínica.21 Se um gato não puder ser tratado, a eutanásia pode impedir a disseminação do Sporothrix na população e no ambiente em que vive, além da cremação, que é recomendada, em vez do enterro, para evitar uma possível contaminação ambiental.61
Outra precaução é não permitir que animais infectados sejam transportados para áreas não endêmicas, de modo que os tutores que se mudam com os animais de estimação precisam ter os certificados de saúde necessários, assim como os animais devem ser examinados e não apresentar lesões em pele e mucosas.21 Os donos de gatos que se mudam para áreas endêmicas devem ser informados sobre a esporotricose e devem impedir o acesso de seus animais a áreas externas, como as ruas.112
Entre as pessoas com alto risco de contrair a esporotricose, estão os médicos veterinários, estudantes de medicina veterinária, cuidadores de animais e tutores de felinos, principalmente os que possuem gatos com acesso ao peridomicílio.21
O manuseio de animais doentes deve ser realizado portando luvas, máscaras e proteção para os olhos para evitar a transmissão por inoculação traumática do fungo, inalação de esporos ou contato conjuntival com gotículas infecciosas. Logo, recomenda-se, durante os atendimentos clínicos, o uso de avental descartável de manga longa com elástico nos punhos, luvas descartáveis, máscara N95 ou PFF2, óculos de proteção e touca descartável.28
O local onde os atendimentos clínicos ocorrem deve passar por procedimentos de limpeza para evitar a contaminação e remover qualquer sujeira e matéria orgânica. É importante que a mesa de atendimento, os instrumentais, a sala de atendimento e a caixa de transporte passem por essa limpeza, a qual deve ser realizada com água e sabão e outros produtos químicos que auxiliam na limpeza.28
O produto indicado para a etapa de desinfecção é o hipoclorito de sódio a 1%, o qual deve ser depositado na mesa de atendimento e retirado, com papel-toalha, após 10 minutos. Para outros instrumentos, como termômetro e estetoscópio, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser usado e posteriormente o álcool 70%.28
Salienta-se a necessidade da limpeza da mesa e dos instrumentais após cada paciente atendido, da sala, incluindo pisos e paredes, ao final do dia de atendimentos e da caixa de transporte após cada uso. Se utilizados em animais com esporotricose, os instrumentais cirúrgicos devem ser autoclavados durante 20 a 30 minutos a 121ºC, após o uso.28
Para pacientes imunocomprometidos que residem em áreas endêmicas para esporotricose, é necessário incluir as formas clínicas graves da doença (cutânea disseminada e extracutânea disseminada, pulmonar, distúrbios osteoarticulares, oculares e do SNC) como diagnósticos diferenciais.87
A população, no geral, deve ser cautelosa ao lidar com os animais errantes, principalmente os gatos, para evitar mordidas e arranhões, prevenindo assim a infecção e interrompendo o modo primário de transmissão da zoonose. Se a pessoa for mordida ou arranhada por um gato, principalmente se for desconhecido, deve ter a ferida lavada com água morna e sabão e procurar atendimento médico, visto que o indivíduo pode ser acometido por uma série de patógenos.21
A abordagem one health vem demonstrando que a saúde humana e a animal estão ligadas à saúde do ambiente em que vivem e é fundamental para o controle e a vigilância eficazes.27
De acordo com a evolução dos casos de esporotricose, a colaboração de profissionais da saúde de várias áreas e das autoridades sanitárias é de suma importância para detectar epidemias e evitar o aumento de disseminação, promovendo prevenção, detecção da doença e assistência dos indivíduos acometidos. Alguns aspectos necessitam de mais pesquisas, como a patogênese e os biomarcadores do fungo, para ocorrer a promoção dessa abordagem.87
ATIVIDADES
7. O Sporothrix é um fungo termodimórfico. Explique o que isso significa.
Confira aqui a resposta
O Sporothrix sofre dimorfismo devido às variações de temperatura. Quando está no meio ambiente, encontra-se na forma de hifas; quando infecta o hospedeiro, apresenta-se em forma de levedura. Acredita-se que o enorme sucesso de infecção do fungo está relacionado ao seu dimorfismo. É importante entender essa característica para a realização da cultura fúngica, visto que a 25 a 30ºC o crescimento da forma filamentosa ocorrerá. Já a 37ºC, temperatura encontrada também nos mamíferos, o fungo exibe sua forma de levedura, que é usada para isolamento do fungo e sua identificação de forma correta.
Resposta correta.
O Sporothrix sofre dimorfismo devido às variações de temperatura. Quando está no meio ambiente, encontra-se na forma de hifas; quando infecta o hospedeiro, apresenta-se em forma de levedura. Acredita-se que o enorme sucesso de infecção do fungo está relacionado ao seu dimorfismo. É importante entender essa característica para a realização da cultura fúngica, visto que a 25 a 30ºC o crescimento da forma filamentosa ocorrerá. Já a 37ºC, temperatura encontrada também nos mamíferos, o fungo exibe sua forma de levedura, que é usada para isolamento do fungo e sua identificação de forma correta.
O Sporothrix sofre dimorfismo devido às variações de temperatura. Quando está no meio ambiente, encontra-se na forma de hifas; quando infecta o hospedeiro, apresenta-se em forma de levedura. Acredita-se que o enorme sucesso de infecção do fungo está relacionado ao seu dimorfismo. É importante entender essa característica para a realização da cultura fúngica, visto que a 25 a 30ºC o crescimento da forma filamentosa ocorrerá. Já a 37ºC, temperatura encontrada também nos mamíferos, o fungo exibe sua forma de levedura, que é usada para isolamento do fungo e sua identificação de forma correta.
8. Em relação à esporotricose, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
A espécie mais isolada em casos animais e humanos atualmente, S. brasiliensis, é associada a apresentações atípicas e mais graves da doença.
A infecção de humanos e outros animais ocorre por meio de arranhadura, mordedura e/ou contato com a secreção de lesões de animais doentes ou pela inoculação traumática envolvendo matéria orgânica, solo e material vegetal.
A transmissão entre humanos é impossível, mesmo com uma exposição prolongada a uma lesão aberta.
Os cães não podem atuar como possível fonte de infecção para outras espécies.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — F — V — F
B) F — V — F — V
C) F — F — V — V
D) V — V — F — F
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".
A transmissão da esporotricose entre humanos já foi relatada em casos de exposição prolongada a uma lesão aberta causada pela doença. Apesar de possuírem baixa carga fúngica e de rara transmissão, os episódios de transmissão por meio de caninos infectados já foram relatados.
Resposta correta.
A transmissão da esporotricose entre humanos já foi relatada em casos de exposição prolongada a uma lesão aberta causada pela doença. Apesar de possuírem baixa carga fúngica e de rara transmissão, os episódios de transmissão por meio de caninos infectados já foram relatados.
A alternativa correta é a "D".
A transmissão da esporotricose entre humanos já foi relatada em casos de exposição prolongada a uma lesão aberta causada pela doença. Apesar de possuírem baixa carga fúngica e de rara transmissão, os episódios de transmissão por meio de caninos infectados já foram relatados.
9. Descreva como e quais produtos devem ser utilizados na limpeza e desinfecção do local de atendimento, dos instrumentos e da caixa de transporte utilizados durante atendimentos de animais com esporotricose.
Confira aqui a resposta
Para retirar sujidades e matéria orgânica, recomenda-se o uso de água e sabão para a mesa de atendimento, o piso e as paredes do local de atendimento e a caixa de transporte. Para a desinfecção, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser depositado na mesa de atendimento e retirado, com papel-toalha, após 10 minutos. Para outros instrumentos, como termômetro e estetoscópio, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser usado e posteriormente o álcool 70%. Salienta-se a necessidade da limpeza da mesa e dos instrumentais, após cada paciente atendido, da sala, incluindo pisos e paredes, ao final do dia de atendimentos e da caixa de transporte após cada uso. Se utilizados em animais com esporotricose, os instrumentais cirúrgicos devem ser autoclavados durante 20 a 30 minutos a 121ºC, após o uso.
Resposta correta.
Para retirar sujidades e matéria orgânica, recomenda-se o uso de água e sabão para a mesa de atendimento, o piso e as paredes do local de atendimento e a caixa de transporte. Para a desinfecção, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser depositado na mesa de atendimento e retirado, com papel-toalha, após 10 minutos. Para outros instrumentos, como termômetro e estetoscópio, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser usado e posteriormente o álcool 70%. Salienta-se a necessidade da limpeza da mesa e dos instrumentais, após cada paciente atendido, da sala, incluindo pisos e paredes, ao final do dia de atendimentos e da caixa de transporte após cada uso. Se utilizados em animais com esporotricose, os instrumentais cirúrgicos devem ser autoclavados durante 20 a 30 minutos a 121ºC, após o uso.
Para retirar sujidades e matéria orgânica, recomenda-se o uso de água e sabão para a mesa de atendimento, o piso e as paredes do local de atendimento e a caixa de transporte. Para a desinfecção, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser depositado na mesa de atendimento e retirado, com papel-toalha, após 10 minutos. Para outros instrumentos, como termômetro e estetoscópio, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser usado e posteriormente o álcool 70%. Salienta-se a necessidade da limpeza da mesa e dos instrumentais, após cada paciente atendido, da sala, incluindo pisos e paredes, ao final do dia de atendimentos e da caixa de transporte após cada uso. Se utilizados em animais com esporotricose, os instrumentais cirúrgicos devem ser autoclavados durante 20 a 30 minutos a 121ºC, após o uso.
10. O aumento nos níveis de transaminases pode ocorrer em animais em tratamento para esporotricose. Cite dois medicamentos que podem ser utilizados para a redução desses níveis.
Confira aqui a resposta
São medicamentos que podem ser utilizados para a redução dos níveis de transaminases de animais em tratamento para esporotricose: SAMe e silimarina. Esses medicamentos são hepatoprotetores e, segundo a literatura, funcionam para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevadas devido à administração do itraconazol por longos períodos. Podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
Resposta correta.
São medicamentos que podem ser utilizados para a redução dos níveis de transaminases de animais em tratamento para esporotricose: SAMe e silimarina. Esses medicamentos são hepatoprotetores e, segundo a literatura, funcionam para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevadas devido à administração do itraconazol por longos períodos. Podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
São medicamentos que podem ser utilizados para a redução dos níveis de transaminases de animais em tratamento para esporotricose: SAMe e silimarina. Esses medicamentos são hepatoprotetores e, segundo a literatura, funcionam para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevadas devido à administração do itraconazol por longos períodos. Podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
11. Sobre os tipos de diagnóstico laboratorial para esporotricose, correlacione a primeira e a segunda colunas.
1 Cultura micológica 2 Citopatologia 3 Histopatologia 4 Testes sorológicos 5 PCR |
A amostra pode ser obtida a partir de biópsia incisional ou excisional e deve ser fixada em formol 10%, podendo ser corada por HE, GMS ou PAS. Essa forma de diagnóstico possibilita a exclusão de diagnósticos diferenciais, como o carcinoma de células escamosas. As amostras podem ser coletadas com swabs estéreis. Há a necessidade de extrair e purificar o DNA da amostra, pois essa forma de diagnóstico amplifica uma região específica do DNA do patógeno, possuindo, assim, alta sensibilidade e diagnóstico rápido. A amostra pode ser coletada por swabs estéreis, PAAF ou biópsias das lesões cutâneas. Essa forma de diagnóstico é considerada padrão-ouro. Ela permite demonstrar o dimorfismo do fungo, além de possibilitar testes de sensibilidade a antifúngicos. É raramente utilizado na medicina veterinária para essa finalidade. Podem ser realizadas fixação do complemento, imunodifusão, imunofluorescência indireta e soroaglutinação. A amostra pode ser obtida por meio de imprint e PAAF e depois deve ser fixada e corada. Essa técnica possibilita visualizar a forma leveduriforme do fungo, podendo estar internalizada em fagócitos. |
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 2 — 4 — 1 — 3 — 5
B) 3 — 5 — 1 — 4 — 2
C) 1 — 5 — 3 — 2 — 4
D) 4 — 1 — 3 — 5 — 2
Confira aqui a resposta
Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".
A cultura fúngica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico da esporotricose e é realizada com a inoculação da amostra coletada em meio de cultura, que posteriormente é colocado para crescimento em estufa. O seu resultado pode demorar de 7 a 15 dias, logo, outros exames são indicados para o diagnóstico e início de tratamentos precoces. O exame citológico é de fácil execução, baixo custo e a sensibilidade é de quase 80% para detecção do fungo em felinos, no entanto, para humanos e caninos, os quais possuem baixa carga fúngica, a visualização de leveduras pode ser dificultosa, e um resultado negativo não significa que o animal ou humano não tenha esporotricose. O histopatológico é importante para a exclusão de outros diagnósticos. Os testes sorológicos ainda não são largamente usados na rotina clínica, no entanto, foi destacado seu uso para monitorar a evolução do tratamento e a cura do paciente. O PCR é essencial, pois permite a identificação do fungo a nível de espécie, contudo, na rotina, ainda é pouco usado, sendo promissor, pois seu resultado tem alta sensibilidade, facilitando o diagnóstico.
Resposta correta.
A cultura fúngica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico da esporotricose e é realizada com a inoculação da amostra coletada em meio de cultura, que posteriormente é colocado para crescimento em estufa. O seu resultado pode demorar de 7 a 15 dias, logo, outros exames são indicados para o diagnóstico e início de tratamentos precoces. O exame citológico é de fácil execução, baixo custo e a sensibilidade é de quase 80% para detecção do fungo em felinos, no entanto, para humanos e caninos, os quais possuem baixa carga fúngica, a visualização de leveduras pode ser dificultosa, e um resultado negativo não significa que o animal ou humano não tenha esporotricose. O histopatológico é importante para a exclusão de outros diagnósticos. Os testes sorológicos ainda não são largamente usados na rotina clínica, no entanto, foi destacado seu uso para monitorar a evolução do tratamento e a cura do paciente. O PCR é essencial, pois permite a identificação do fungo a nível de espécie, contudo, na rotina, ainda é pouco usado, sendo promissor, pois seu resultado tem alta sensibilidade, facilitando o diagnóstico.
A alternativa correta é a "B".
A cultura fúngica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico da esporotricose e é realizada com a inoculação da amostra coletada em meio de cultura, que posteriormente é colocado para crescimento em estufa. O seu resultado pode demorar de 7 a 15 dias, logo, outros exames são indicados para o diagnóstico e início de tratamentos precoces. O exame citológico é de fácil execução, baixo custo e a sensibilidade é de quase 80% para detecção do fungo em felinos, no entanto, para humanos e caninos, os quais possuem baixa carga fúngica, a visualização de leveduras pode ser dificultosa, e um resultado negativo não significa que o animal ou humano não tenha esporotricose. O histopatológico é importante para a exclusão de outros diagnósticos. Os testes sorológicos ainda não são largamente usados na rotina clínica, no entanto, foi destacado seu uso para monitorar a evolução do tratamento e a cura do paciente. O PCR é essencial, pois permite a identificação do fungo a nível de espécie, contudo, na rotina, ainda é pouco usado, sendo promissor, pois seu resultado tem alta sensibilidade, facilitando o diagnóstico.
12. Quais são as possíveis formas de diagnóstico laboratorial para a esporotricose?
Confira aqui a resposta
São possíveis formas de diagnóstico laboratorial para a esporotricose: cultura micológica, citopatológico, testes sorológicos e PCR. A cultura fúngica é considerada padrão-ouro para o diagnóstico, no entanto, o resultado pode demorar de 7 a 15 dias. Portanto, o exame citológico se torna importante pela facilidade e agilidade no resultado. Os testes sorológicos e o PCR também possuem especificidade, contudo, ainda não são largamente usados na rotina clínica, mas são promissores.
Resposta correta.
São possíveis formas de diagnóstico laboratorial para a esporotricose: cultura micológica, citopatológico, testes sorológicos e PCR. A cultura fúngica é considerada padrão-ouro para o diagnóstico, no entanto, o resultado pode demorar de 7 a 15 dias. Portanto, o exame citológico se torna importante pela facilidade e agilidade no resultado. Os testes sorológicos e o PCR também possuem especificidade, contudo, ainda não são largamente usados na rotina clínica, mas são promissores.
São possíveis formas de diagnóstico laboratorial para a esporotricose: cultura micológica, citopatológico, testes sorológicos e PCR. A cultura fúngica é considerada padrão-ouro para o diagnóstico, no entanto, o resultado pode demorar de 7 a 15 dias. Portanto, o exame citológico se torna importante pela facilidade e agilidade no resultado. Os testes sorológicos e o PCR também possuem especificidade, contudo, ainda não são largamente usados na rotina clínica, mas são promissores.
13. Quais são as reações adversas mais comuns quanto à administração do iodeto de potássio e quando é indicada a suspensão de seu uso nos casos de esporotricose?
Confira aqui a resposta
As reações mais comuns à administração do iodeto de potássio são anorexia, vômito, letargia e febre. O seu uso deve ser suspenso imediatamente quando o animal apresentar alterações clínicas e/ou laboratoriais, como vômitos, anorexia e aumento da ALT sérica.
Resposta correta.
As reações mais comuns à administração do iodeto de potássio são anorexia, vômito, letargia e febre. O seu uso deve ser suspenso imediatamente quando o animal apresentar alterações clínicas e/ou laboratoriais, como vômitos, anorexia e aumento da ALT sérica.
As reações mais comuns à administração do iodeto de potássio são anorexia, vômito, letargia e febre. O seu uso deve ser suspenso imediatamente quando o animal apresentar alterações clínicas e/ou laboratoriais, como vômitos, anorexia e aumento da ALT sérica.
14. Cite algumas formas de controle e prevenção da esporotricose.
Confira aqui a resposta
São formas de controle e prevenção da esporotricose: castração; cremação dos corpos; isolamento do animal em tratamento; cuidado ao manejar animais de rua e com ferimentos; não permitir que os animais tenham acesso ao peridomicílio; fazer o tratamento com o auxílio de um médico veterinário. A castração dos felinos reduz a saída para a rua e ocorrência de disputas por fêmeas e território, além de diminuir o número de animais mais acometidos pela doença, que são machos inteiros. A cremação dos cadáveres de animais deve ser realizada, pois o fungo é naturalmente encontrado no solo e, se animais que vêm a óbito forem enterrados, o ciclo do fungo continuará e contaminará o solo. O isolamento de animais doentes impede a transmissão da doença para outros animais e humanos, assim como o cuidado ao manejar o animal infectado reduz a infecção de humanos. Os animais com acesso à rua também são os mais acometidos, pois, além das brigas, estão expostos ao ambiente, onde podem se infectar. O tratamento correto é a medida de controle e prevenção mais eficaz, pois reduz a carga fúngica de animais doentes e consequentemente a infecção de novos animais e humanos.
Resposta correta.
São formas de controle e prevenção da esporotricose: castração; cremação dos corpos; isolamento do animal em tratamento; cuidado ao manejar animais de rua e com ferimentos; não permitir que os animais tenham acesso ao peridomicílio; fazer o tratamento com o auxílio de um médico veterinário. A castração dos felinos reduz a saída para a rua e ocorrência de disputas por fêmeas e território, além de diminuir o número de animais mais acometidos pela doença, que são machos inteiros. A cremação dos cadáveres de animais deve ser realizada, pois o fungo é naturalmente encontrado no solo e, se animais que vêm a óbito forem enterrados, o ciclo do fungo continuará e contaminará o solo. O isolamento de animais doentes impede a transmissão da doença para outros animais e humanos, assim como o cuidado ao manejar o animal infectado reduz a infecção de humanos. Os animais com acesso à rua também são os mais acometidos, pois, além das brigas, estão expostos ao ambiente, onde podem se infectar. O tratamento correto é a medida de controle e prevenção mais eficaz, pois reduz a carga fúngica de animais doentes e consequentemente a infecção de novos animais e humanos.
São formas de controle e prevenção da esporotricose: castração; cremação dos corpos; isolamento do animal em tratamento; cuidado ao manejar animais de rua e com ferimentos; não permitir que os animais tenham acesso ao peridomicílio; fazer o tratamento com o auxílio de um médico veterinário. A castração dos felinos reduz a saída para a rua e ocorrência de disputas por fêmeas e território, além de diminuir o número de animais mais acometidos pela doença, que são machos inteiros. A cremação dos cadáveres de animais deve ser realizada, pois o fungo é naturalmente encontrado no solo e, se animais que vêm a óbito forem enterrados, o ciclo do fungo continuará e contaminará o solo. O isolamento de animais doentes impede a transmissão da doença para outros animais e humanos, assim como o cuidado ao manejar o animal infectado reduz a infecção de humanos. Os animais com acesso à rua também são os mais acometidos, pois, além das brigas, estão expostos ao ambiente, onde podem se infectar. O tratamento correto é a medida de controle e prevenção mais eficaz, pois reduz a carga fúngica de animais doentes e consequentemente a infecção de novos animais e humanos.
15. Qual é a importância da parceria entre autoridades sanitárias e profissionais da saúde, tanto humana como veterinária, em relação à esporotricose?
Confira aqui a resposta
Por se tratar de uma zoonose de fácil transmissibilidade, é necessário o reconhecimento das lesões suspeitas para que o tratamento seja feito precocemente, para evitar que a doença se dissemine ainda mais, além de realizar a prevenção e detecção da doença e prestar assistência aos indivíduos afetados, sejam humanos ou não. A abordagem de saúde única ou one health se torna importante para todas as doenças zoonóticas endêmicas. Logo, a ação de autoridades sanitárias e profissionais de saúde, tanto médicos como médicos veterinários, é essencial para controlar e prevenir novos casos da doença, com ações visando ao diagnóstico e tratamento precoces de animais domesticados ou selvagens infectados e à vigilância dos casos e locais onde ocorrem.
Resposta correta.
Por se tratar de uma zoonose de fácil transmissibilidade, é necessário o reconhecimento das lesões suspeitas para que o tratamento seja feito precocemente, para evitar que a doença se dissemine ainda mais, além de realizar a prevenção e detecção da doença e prestar assistência aos indivíduos afetados, sejam humanos ou não. A abordagem de saúde única ou one health se torna importante para todas as doenças zoonóticas endêmicas. Logo, a ação de autoridades sanitárias e profissionais de saúde, tanto médicos como médicos veterinários, é essencial para controlar e prevenir novos casos da doença, com ações visando ao diagnóstico e tratamento precoces de animais domesticados ou selvagens infectados e à vigilância dos casos e locais onde ocorrem.
Por se tratar de uma zoonose de fácil transmissibilidade, é necessário o reconhecimento das lesões suspeitas para que o tratamento seja feito precocemente, para evitar que a doença se dissemine ainda mais, além de realizar a prevenção e detecção da doença e prestar assistência aos indivíduos afetados, sejam humanos ou não. A abordagem de saúde única ou one health se torna importante para todas as doenças zoonóticas endêmicas. Logo, a ação de autoridades sanitárias e profissionais de saúde, tanto médicos como médicos veterinários, é essencial para controlar e prevenir novos casos da doença, com ações visando ao diagnóstico e tratamento precoces de animais domesticados ou selvagens infectados e à vigilância dos casos e locais onde ocorrem.
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Em janeiro de 2022, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), localizado na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ, um gato macho, não castrado, com 2 anos de idade, pesando 4,7kg, o qual apresentava lesões na região escapular e lateral direita do dorso (Figura 7). Segundo relato do tutor, o animal havia sido resgatado há cerca de 15 dias e apresentava lesões espalhadas pelo dorso, pescoço e patas, além de espirros.
FIGURA 7: Felino com lesões ulceradas em região escapular e dorsal causadas por Sporothrix spp. Campos dos Goytacazes/RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Durante a avaliação clínica, constataram-se lesões do tipo ulcerativa, com secreção purulenta local. Foi coletado material das lesões a partir de swabs estéreis contendo meio de transporte Stuart, posteriormente encaminhados ao Laboratório de Sanidade Animal (LSA) da UENF para a realização de cultura fúngica e lâmina para observação do fungo na forma leveduriforme, por meio da microscopia direta. Ambos os resultados foram positivos para Sporothrix sp., sendo o tempo de espera pelo resultado da cultura fúngica de 7 dias.
A partir da confirmação do laudo, foi iniciado o tratamento com itraconazol 100mg/gato, VO, uma vez ao dia (SID), em associação com o protetor hepático SAMe 90mg/gato, VO, SID, por 120 dias. Foi solicitado retorno do animal para acompanhamento da evolução das lesões.
Nos primeiros 30 dias de tratamento, as lesões já se apresentavam em processo de cicatrização, havia ocorrido a redução do tamanho da lesão (Figura 8), e o animal não apresentava alterações clínicas, entretanto, os espirros ainda persistiam.
FIGURA 8: Felino com esporotricose após 30 dias de tratamento com itraconazol. Campos dos Goytacazes/RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
No segundo mês, as lesões já se apresentavam completamente cicatrizadas, o animal não apresentava mais espirros e havia somente alopecia na região em que se encontravam as lesões (Figura 9).
FIGURA 9: Felino após 60 dias de tratamento, apresentando lesões cicatrizadas e presença de alopecia no local da lesão. Campos dos Goytacazes/RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
Foi solicitada a continuidade do tratamento, mesmo após a cicatrização das lesões, pelo período de mais 60 dias, quando, completando 120 dias, o animal teve alta médica e já havia crescimento de pelos na região escapular e do dorso (Figura 10).
FIGURA 10: Felino curado da esporotricose após o final do tratamento. Campos dos Goytacazes/RJ. // Fonte: Arquivo de imagens das autoras.
ATIVIDADES
16. Por que o tratamento com antifúngico foi continuado por 60 dias mesmo após o desaparecimento dos sinais clínicos da esporotricose nesse felino?
Confira aqui a resposta
O animal é considerado curado quando todos os sinais clínicos desaparecem. Sabe-se também que o tratamento da esporotricose pode levar alguns meses e deve ser continuado por pelo menos 30 dias após a cura clínica, pois pode ocorrer recorrência da doença com retorno das lesões, devido ao fato de a micose ocorrer no tecido subcutâneo. Conforme descrito, as lesões na região nasal e os sinais clínicos, como espirro e dispneia, são de difícil tratamento. Além disso, os casos de recidiva ocorrem frequentemente, portanto, é recomendado que a medicação utilizada seja mantida por pelo menos mais 60 dias. Para casos com envolvimento nasal, a associação do itraconazol com iodeto de potássio é preconizada e também mantida por no mínimo 60 dias para reduzir a chance recidiva dos sinais clínicos, após seu desaparecimento. No entanto, alguns felinos são sensíveis à administração do iodeto de potássio e podem apresentar vômito e anorexia. Nesses casos, a medicação deve ser descontinuada. Os protetores hepáticos, como SAMe e silimarina, são indicados para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevados devido à administração do itraconazol por longos períodos, e podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
Resposta correta.
O animal é considerado curado quando todos os sinais clínicos desaparecem. Sabe-se também que o tratamento da esporotricose pode levar alguns meses e deve ser continuado por pelo menos 30 dias após a cura clínica, pois pode ocorrer recorrência da doença com retorno das lesões, devido ao fato de a micose ocorrer no tecido subcutâneo. Conforme descrito, as lesões na região nasal e os sinais clínicos, como espirro e dispneia, são de difícil tratamento. Além disso, os casos de recidiva ocorrem frequentemente, portanto, é recomendado que a medicação utilizada seja mantida por pelo menos mais 60 dias. Para casos com envolvimento nasal, a associação do itraconazol com iodeto de potássio é preconizada e também mantida por no mínimo 60 dias para reduzir a chance recidiva dos sinais clínicos, após seu desaparecimento. No entanto, alguns felinos são sensíveis à administração do iodeto de potássio e podem apresentar vômito e anorexia. Nesses casos, a medicação deve ser descontinuada. Os protetores hepáticos, como SAMe e silimarina, são indicados para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevados devido à administração do itraconazol por longos períodos, e podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
O animal é considerado curado quando todos os sinais clínicos desaparecem. Sabe-se também que o tratamento da esporotricose pode levar alguns meses e deve ser continuado por pelo menos 30 dias após a cura clínica, pois pode ocorrer recorrência da doença com retorno das lesões, devido ao fato de a micose ocorrer no tecido subcutâneo. Conforme descrito, as lesões na região nasal e os sinais clínicos, como espirro e dispneia, são de difícil tratamento. Além disso, os casos de recidiva ocorrem frequentemente, portanto, é recomendado que a medicação utilizada seja mantida por pelo menos mais 60 dias. Para casos com envolvimento nasal, a associação do itraconazol com iodeto de potássio é preconizada e também mantida por no mínimo 60 dias para reduzir a chance recidiva dos sinais clínicos, após seu desaparecimento. No entanto, alguns felinos são sensíveis à administração do iodeto de potássio e podem apresentar vômito e anorexia. Nesses casos, a medicação deve ser descontinuada. Os protetores hepáticos, como SAMe e silimarina, são indicados para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevados devido à administração do itraconazol por longos períodos, e podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
Conclusão
A esporotricose é uma zoonose micótica, tendo sido relatados numerosos casos em diversos estados brasileiros. Portanto, os médicos veterinários e profissionais de saúde precisam conhecer a doença, as suas apresentações clínicas, os exames laboratoriais para diagnóstico e as opções farmacológicas para o tratamento adequado. Esse conhecimento sobre a micose permite o início precoce do tratamento, auxiliando na prevenção e no controle de novos casos em animais e humanos.
A abordagem de saúde única se torna crucial e deveria ser implementada pelo Poder Público, o qual infelizmente ainda negligencia a alta prevalência da esporotricose no país. Os tutores de felinos, espécie que possui alta carga fúngica nas lesões e alto potencial de infecção, devem ser conscientizados, assim, são essenciais ações para elevar a posse responsável.
Atividades: Respostas
Comentário: A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix spp. Infelizmente, mesmo com a altíssima prevalência em todo o Brasil, a notificação da doença é obrigatória apenas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, além de Guarulhos (em São Paulo), Camaçari e Salvador (na Bahia), Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte (em Minas Gerais), Natal, Rio Grande do Norte e João Pessoa (na Paraíba). O fungo é encontrado no solo, em plantas e material em decomposição. É considerada uma micose subcutânea. A infecção ocorre pela inoculação do fungo na pele, a qual pode ocorrer por uma lesão prévia em contato com a secreção de lesões de felinos doentes, ou por meio de arranhadura, mordedura ou trauma causado por lascas de madeira infectada.
Comentário: O estado do Rio de Janeiro é hiperendêmico para esporotricose, no entanto, números elevados de casos da doença também são descritos no Rio Grande do Sul e Nordeste do Brasil. Além disso, outros estados já relataram casos, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo. Com casos relatados em praticamente todo o território brasileiro, a doença deve ser considerada como diagnóstico diferencial em qualquer local, em casos de lesões cutâneas.
RESPOSTA: A forma disseminada da esporotricose é a mais descrita em felinos e é considerada a mais grave. Além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, observam-se ainda sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. A forma disseminada acomete o estado de saúde geral do animal, além do aparecimento de lesões cutâneas ou em mucosas.
RESPOSTA: São doenças que podem ser consideradas diagnósticos diferenciais para a esporotricose em animais: carcinoma de células escamosas, dermatose eosinofílica, piodermite bacteriana, prototecose, micobacteriose, criptococose, histoplasmose e leishmaniose tegumentar americana. As lesões cutâneas da esporotricose não são patognomônicas da doença, e qualquer outra afecção que apresente como sinal clínico a lesão cutânea ou em mucosa deve ser considerada como diagnóstico diferencial.
Comentário: A espécie predominante de Sporothrix no Brasil é S. brasiliensis.
Comentário: A forma cutânea localizada e disseminada ocorre na pele e/ou nas mucosas, com o aparecimento de lesões nodulares, papulonodular ou ulceradas centralmente, que drenam exsudato serossanguinolento e não há acometimento da rede linfática. Na forma linfocutânea, acontece linfangite e linfadenite com lesão única ou múltipla, sendo a forma mais comum em gatos. Na forma disseminada, mais grave, observam-se, além de lesões cutâneas e/ou alterações respiratórias, sinais como apatia, anorexia, perda de peso e febre. Essa forma ocorre principalmente em gatos que apresentam histórico de depressão, anorexia, letargia e febre. Pode ocorrer a disseminação hematógena do fungo logo após a infecção.
RESPOSTA: O Sporothrix sofre dimorfismo devido às variações de temperatura. Quando está no meio ambiente, encontra-se na forma de hifas; quando infecta o hospedeiro, apresenta-se em forma de levedura. Acredita-se que o enorme sucesso de infecção do fungo está relacionado ao seu dimorfismo. É importante entender essa característica para a realização da cultura fúngica, visto que a 25 a 30ºC o crescimento da forma filamentosa ocorrerá. Já a 37ºC, temperatura encontrada também nos mamíferos, o fungo exibe sua forma de levedura, que é usada para isolamento do fungo e sua identificação de forma correta.
Comentário: A transmissão da esporotricose entre humanos já foi relatada em casos de exposição prolongada a uma lesão aberta causada pela doença. Apesar de possuírem baixa carga fúngica e de rara transmissão, os episódios de transmissão por meio de caninos infectados já foram relatados.
RESPOSTA: Para retirar sujidades e matéria orgânica, recomenda-se o uso de água e sabão para a mesa de atendimento, o piso e as paredes do local de atendimento e a caixa de transporte. Para a desinfecção, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser depositado na mesa de atendimento e retirado, com papel-toalha, após 10 minutos. Para outros instrumentos, como termômetro e estetoscópio, o hipoclorito de sódio a 1% deve ser usado e posteriormente o álcool 70%. Salienta-se a necessidade da limpeza da mesa e dos instrumentais, após cada paciente atendido, da sala, incluindo pisos e paredes, ao final do dia de atendimentos e da caixa de transporte após cada uso. Se utilizados em animais com esporotricose, os instrumentais cirúrgicos devem ser autoclavados durante 20 a 30 minutos a 121ºC, após o uso.
RESPOSTA: São medicamentos que podem ser utilizados para a redução dos níveis de transaminases de animais em tratamento para esporotricose: SAMe e silimarina. Esses medicamentos são hepatoprotetores e, segundo a literatura, funcionam para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevadas devido à administração do itraconazol por longos períodos. Podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
Comentário: A cultura fúngica é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico da esporotricose e é realizada com a inoculação da amostra coletada em meio de cultura, que posteriormente é colocado para crescimento em estufa. O seu resultado pode demorar de 7 a 15 dias, logo, outros exames são indicados para o diagnóstico e início de tratamentos precoces. O exame citológico é de fácil execução, baixo custo e a sensibilidade é de quase 80% para detecção do fungo em felinos, no entanto, para humanos e caninos, os quais possuem baixa carga fúngica, a visualização de leveduras pode ser dificultosa, e um resultado negativo não significa que o animal ou humano não tenha esporotricose. O histopatológico é importante para a exclusão de outros diagnósticos. Os testes sorológicos ainda não são largamente usados na rotina clínica, no entanto, foi destacado seu uso para monitorar a evolução do tratamento e a cura do paciente. O PCR é essencial, pois permite a identificação do fungo a nível de espécie, contudo, na rotina, ainda é pouco usado, sendo promissor, pois seu resultado tem alta sensibilidade, facilitando o diagnóstico.
RESPOSTA: São possíveis formas de diagnóstico laboratorial para a esporotricose: cultura micológica, citopatológico, testes sorológicos e PCR. A cultura fúngica é considerada padrão-ouro para o diagnóstico, no entanto, o resultado pode demorar de 7 a 15 dias. Portanto, o exame citológico se torna importante pela facilidade e agilidade no resultado. Os testes sorológicos e o PCR também possuem especificidade, contudo, ainda não são largamente usados na rotina clínica, mas são promissores.
RESPOSTA: As reações mais comuns à administração do iodeto de potássio são anorexia, vômito, letargia e febre. O seu uso deve ser suspenso imediatamente quando o animal apresentar alterações clínicas e/ou laboratoriais, como vômitos, anorexia e aumento da ALT sérica.
RESPOSTA: São formas de controle e prevenção da esporotricose: castração; cremação dos corpos; isolamento do animal em tratamento; cuidado ao manejar animais de rua e com ferimentos; não permitir que os animais tenham acesso ao peridomicílio; fazer o tratamento com o auxílio de um médico veterinário. A castração dos felinos reduz a saída para a rua e ocorrência de disputas por fêmeas e território, além de diminuir o número de animais mais acometidos pela doença, que são machos inteiros. A cremação dos cadáveres de animais deve ser realizada, pois o fungo é naturalmente encontrado no solo e, se animais que vêm a óbito forem enterrados, o ciclo do fungo continuará e contaminará o solo. O isolamento de animais doentes impede a transmissão da doença para outros animais e humanos, assim como o cuidado ao manejar o animal infectado reduz a infecção de humanos. Os animais com acesso à rua também são os mais acometidos, pois, além das brigas, estão expostos ao ambiente, onde podem se infectar. O tratamento correto é a medida de controle e prevenção mais eficaz, pois reduz a carga fúngica de animais doentes e consequentemente a infecção de novos animais e humanos.
RESPOSTA: Por se tratar de uma zoonose de fácil transmissibilidade, é necessário o reconhecimento das lesões suspeitas para que o tratamento seja feito precocemente, para evitar que a doença se dissemine ainda mais, além de realizar a prevenção e detecção da doença e prestar assistência aos indivíduos afetados, sejam humanos ou não. A abordagem de saúde única ou one health se torna importante para todas as doenças zoonóticas endêmicas. Logo, a ação de autoridades sanitárias e profissionais de saúde, tanto médicos como médicos veterinários, é essencial para controlar e prevenir novos casos da doença, com ações visando ao diagnóstico e tratamento precoces de animais domesticados ou selvagens infectados e à vigilância dos casos e locais onde ocorrem.
RESPOSTA: O animal é considerado curado quando todos os sinais clínicos desaparecem. Sabe-se também que o tratamento da esporotricose pode levar alguns meses e deve ser continuado por pelo menos 30 dias após a cura clínica, pois pode ocorrer recorrência da doença com retorno das lesões, devido ao fato de a micose ocorrer no tecido subcutâneo. Conforme descrito, as lesões na região nasal e os sinais clínicos, como espirro e dispneia, são de difícil tratamento. Além disso, os casos de recidiva ocorrem frequentemente, portanto, é recomendado que a medicação utilizada seja mantida por pelo menos mais 60 dias. Para casos com envolvimento nasal, a associação do itraconazol com iodeto de potássio é preconizada e também mantida por no mínimo 60 dias para reduzir a chance recidiva dos sinais clínicos, após seu desaparecimento. No entanto, alguns felinos são sensíveis à administração do iodeto de potássio e podem apresentar vômito e anorexia. Nesses casos, a medicação deve ser descontinuada. Os protetores hepáticos, como SAMe e silimarina, são indicados para a redução dos níveis das transaminases, que podem estar elevados devido à administração do itraconazol por longos períodos, e podem ser utilizados durante todo o tratamento do animal.
Referências
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Titulações dos autores
GABRIELA MARTINS PEREIRA // Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Mestranda em Ciência Animal pela UENF.
SARAH ORMONDE CARDOSO // Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Integrante do Projeto de Extensão Esporotricose em Campos dos Goytacazes: Diagnóstico, Controle e Prevenção da UENF.
GIULIA DEL GIUDICE FIGUEIREDO DE ARAÚJO // Graduanda em Medicina Veterinária na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Bolsista de Iniciação Científica e Integrante da Equipe que Auxilia no Projeto de Extensão Esporotricose em Campos dos Goytacazes: Diagnóstico, Controle e Prevenção da UENF.
FERNANDA SAMPAIO VALDÉS // Graduanda em Medicina Veterinária na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Bolsista de Iniciação Científica e Integrante da Equipe que Auxilia no Projeto de Extensão Esporotricose em Campos dos Goytacazes: Diagnóstico, Controle e Prevenção da UENF.
ADRIANA JARDIM DE ALMEIDA // Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Mestra em Produção Animal pela UENF. Doutora em Produção Animal pela UENF. Professora Associada da UENF nas Áreas de Terapêutica Veterinária e Saúde no Ecossistema. Coordenadora do Projeto de Extensão Esporotricose em Campos dos Goytacazes: Diagnóstico, Controle e Prevenção da UENF.
Como citar a versão impressa deste documento
Pereira GM, Cardoso SO, Araújo GGF, Valdés FS, Almeida AJ. Esporotricose em pequenos animais domésticos. In: Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais; Roza MR, Oliveira ALA, organizadores. PROMEVET Pequenos Animais: Programa de Atualização em Medicina Veterinária: Ciclo 9. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2023. p. 85–122. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 1). https://doi.org/10.5935/978-85-514-1160-5.C0005