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ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDÍACO EM CIRURGIA NÃO CARDÍACA

Lucas Nepomuceno Barros

Germana Porto Linhares Almeida

Ricardo Barreira Uchoa

Felipe Oliveira Marques

epub-PROANESTESIA-C5V4_Artigo3

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • destacar a importância da estratificação de risco cardíaco em cirurgia não cardíaca (CNC);
  • utilizar ferramentas clínicas e exames complementares para avaliação de risco cardíaco;
  • dominar os principais guidelines de avaliação do risco cardíaco em CNC (American College of Cardiology/American Heart Association/American Society of Anesthesiologists [ACC/AHA/ASA], Canadian Cardiovascular Society [CCS] e European Society of Cardiology/European Society of Anaesthesiology and Intensive Care [ESC/ESAIC]).

Esquema conceitual

Introdução

Estima-se que mais de 3­00 milhões de cirurgias de grande porte são realizadas no mundo anualmente.1 A incidência de morbidade cardíaca após cirurgia depende da definição, que varia desde elevação de biomarcadores (BMs) apenas até definições mais clássicas, como sinais clínicos de isquemia miocárdica (IM). A despeito das evoluções e melhorias na abordagem perioperatória, aproximadamente 1 a 2% dos pacientes irão sofrer algum evento cardiovascular adverso maior (ECAM) dentro de 30 dias após a CNC.2

Uma acurada avaliação clínica e laboratorial3 da estratificação do risco cardíaco pode servir a vários objetivos. Estimativas válidas dos riscos e benefícios da cirurgia podem facilitar a clareza de informações necessárias para a tomada de decisão tanto da equipe cirúrgica quanto do paciente com relação à adequação do procedimento cirúrgico, como:4,5

  • discussão sobre abordagem aberta versus abordagem endovascular;
  • manejo adequado da escolha da monitoração intraoperatória e pós-operatória;
  • quais devices escolher;
  • grau de invasibilidade dos monitores;
  • exames a serem solicitados para acompanhamento pós-operatório.

Ao longo das próximas décadas, é esperado, em conjunto com a tendência global de envelhecimento da população, que a prevalência de cirurgias em pacientes idosos acima de 75 anos, com maior número de comorbidades e riscos cardiovasculares (RCVs), aumente drasticamente, impelindo ao médico anestesiologista demanda por conhecimentos e expertise no manejo da estratificação de risco cardíaco em CNCs.

Entre adultos submetidos a CNCs, as maiores causas de mortalidade são associadas a três principais complicações: sangramento, sepse e injúria miocárdica.6

Injúria miocárdica é definida como elevação das troponinas cardíacas com ou sem sintomas isquêmicos.7

Em razão da relevância do tema, sociedades de especialidades médicas publicaram guidelines sobre a avaliação de RCV perioperatório e manejo do paciente submetido à CNC, incluindo a ACC/AHA, em conjunto com a ASA,8 em 2014, a CCS,2 em 2017, e, mais recentemente, a ESC, em conjunto com a ESAIC,9 em 2022.

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