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EVIDÊNCIAS ATUAIS SOBRE OS FITOESTROGÊNIOS

Autores: Hugo Miyahira, Laura Rabelo de Freitas
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  • Introdução

Fitoterapia é definida literalmente como o tratamento profilático e paliativo por meio de plantas medicinais. Tem sido objeto de estudo desde os médicos ancestrais (Hipócrates, Paracelsus, Avicena) até a contemporaneidade, sendo frequente, entre os adeptos da prática, o relato de resultados satisfatórios.

A crença do produto natural como isento de riscos à saúde, somada à sua possível eficácia, constituem as bases da ampla aceitação da fitoterapia na prática médica atual e, sobretudo, entre o público leigo, atordoado frente aos efeitos adversos das medicações industrializadas.1,2

Uma enorme parte do atual arsenal terapêutico é extraída de plantas a partir de processos laboratoriais que isolam e caracterizam fórmulas químicas e concentrações definidas da substância isolada, determinando e testando seu mecanismo de ação e sua potência terapêutica, o que nem sempre é possível à fitoterapia.

O Ministério da Saúde, na Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, editou a Lista E, com a notificação especial de plantas que, por meio de processos químicos, podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas. São elas:

 

  • Claviceps paspali;
  • Datura suaveolans;
  • Erytroxylum coca;
  • Lophophora williamsii (cacto peyote);
  • Haemadictyon amazonicum (prestônia amazônica).

Compostos vegetais com estrutura semelhante ao estradiol, os fitoestrogênios são considerados pelos defensores da fitoterapia como tratamento eficaz para os sintomas do climatério em contraposição à terapia hormonal, que aumentaria o risco de câncer de mama e de eventos cardiovasculares, como descrito no estudo Women’s Health Iniciative.3

Estima-se que mais de 300 plantas possuam componentes com atividade estrogênica na natureza.4,5 Dentre as principais fontes de fitoestrogênios, destacam-se:

 

  • as isoflavonas (presentes na soja, na lentilha, na ervilha verde, no feijão);
  • os coumestanos (presentes no broto de feijão, no broto de alfafa, no broto de soja);
  • os lignanos (encontrados em legumes, no arroz integral, na aveia, no trigo, na cevada, no farelo de trigo);
  • os flavonoides (encontrados na linhaça, na maçã, na pera, em sementes de flores, na cenoura, na cebola, no alho, no azeite de oliva).

Não há qualquer dúvida de que plantas submetidas a processos químicos industriais possam originar substâncias ativas. O questionamento que se impõe é: teriam as plantas fitoestrogênicas a capacidade de desenvolver ação hormonal a ponto de substituírem esteroides naturais e/ou sintéticos no tratamento de sintomas climatéricos? Assim, para responder a tal questão, sucinta e objetivamente este artigo analisará as dificuldades no estudo, o conceito e a classificação dos fitoestrogênios, seu mecanismo de ação e suas indicações clínicas, bem como a avaliação da sua eficácia.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de

 

  • conceituar fitoestrogênios;
  • reconhecer o mecanismo de ação dos fitoestrogênios;
  • avaliar o possível uso dos fitoestrogênios na prática médica.
  • Esquema conceitual
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