- Introdução
A cada ano, o fisioterapeuta tem a necessidade de buscar mais conhecimento para saber lidar com novas tecnologias e novos exames que são disponibilizados no mercado. Nesse contexto, a saúde baseada em evidências vem contribuindo sobremaneira nas tomadas de decisões sobre quais técnicas e/ou recursos devem ser utilizados para cada doença. A leitura e a procura da atualização são, nesse caso, fundamentais para que o profissional se capacite e saiba enfrentar novos desafios.
Embora não seja responsável pelo diagnóstico da doença, a interpretação dos resultados contidos nos exames ajuda na avaliação, além de ser uma importante ferramenta na conduta do fisioterapeuta. É por meio do processo de avaliação que todo o conhecimento adquirido ao longo da carreira profissional é colocado em prática, e os exames complementares são mais um recurso para ajudar na terapêutica.
Fisioterapeutas especializados na área de terapia intensiva, mesmo com todo o avanço científico e os recursos disponíveis das últimas décadas, podem se deparar com dúvidas sobre qual deve ser o melhor tratamento para o paciente. Aditivamente a essa questão, é possível que os locais de trabalho não disponibilizem todos os exames complementares, importantes para o bom direcionamento da terapia a ser realizada. Por esse motivo, alguns desses exames, apresentados no Quadro 1, a seguir, podem ser úteis para auxiliar na avaliação do paciente e serão explanados ao longo do artigo.
Quadro 1
EXAMES COMPLEMENTARES |
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Hemograma |
Série vermelha |
Hemoglobina (Hbhemoglobina), hematócrito (Hthematócrito) e hemácias |
Série branca |
Normal, leucocitose, leucopenia, infecção (bacteriana, viral), eosinofilia (alérgica e parasitose) |
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Plaquetas |
Normal e plaquetopenia |
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Coagulograma |
Sangramento e distúrbios da coagulação |
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Ionograma |
Sódio, potássio, fósforo, cálcio, magnésio |
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Função renal |
Ureia e creatinina (insuficiência renal) |
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Função hepática (enzimas hepáticas) |
Albumina, bilirrubinas, fatores de coagulação e enzimas transaminase glutâmico-oxalacética (TGOtransaminase glutâmico-oxalacética) e transaminase glutâmico-pirúvica (TGPtransaminase glutâmico-pirúvica) |
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Biomarcadores de necrose miocárdica |
Creatinoquinase (CKcreatinoquinase), troponinas, mioglobina, outros biomarcadores cardíacos |
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Perfil lipídico |
Colesterol total (CTcolesterol total), triglicérides (TGtriglicérides), lipoproteína de alta densidade (HDLlipoproteína de alta densidade), lipoproteína de muito baixa densidade (VLDLlipoproteína de muito baixa densidade) e lipoproteína de baixa densidade (LDLlipoproteína de baixa densidade) |
Os exames complementares isoladamente não podem ser responsáveis pela determinação do plano terapêutico; devem ser utilizados, portanto, para auxiliar na avaliação.
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor deverá ser capaz de:
- reconhecer e interpretar os diversos exames complementares existentes;
- distinguir um exame normal de outro com algum tipo de alteração;
- realizar investigação crítica durante a interpretação;
- identificar um hemograma (saber avaliar infecção viral e bacteriana);
- identificar e reconhecer a leitura de coagulograma, ionograma, função renal, função hepática, biomarcadores de necrose miocárdica e perfil lipídico.
- Esquema conceitual