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EXPOSIÇÃO DE ANESTESIOLOGISTAS AOS ANESTÉSICOS

Gastão F. Duval Neto

epub-PROANESTESIA-C4V1_Artigo1

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • reconhecer a necessidade de conscientização sobre a possibilidade de efeitos adversos dos gases anestésicos residuais à saúde de profissionais atuantes nos centros cirúrgicos;
  • identificar como os trabalhadores são expostos a gases anestésicos residuais;
  • recomendar práticas de trabalho para reduzir as exposições;
  • identificar métodos para minimizar a contaminação do meio pelo vazamento de gases anestésicos no ambiente de trabalho;
  • reconhecer a importância da monitoração sistemática e documental do nível de contaminação dos ambientes cirúrgicos e das salas de recuperação pós–anestésica (SRPAs) por resíduos de gases anestésicos (RGAs) pelas instituições.

Esquema conceitual

Introdução

“Os dados sobre os efeitos genotóxicos, mutagênicos, hepato e nefrotóxicos da exposição ocupacional aos anestésicos voláteis mais utilizados clinicamente são limitados e controversos.”1

A poluição anestésica gasosa em salas de cirurgia (SCs) é conhecida desde 1924. Segundo Vaisman2 e os estudos epidemiológicos de Cohen e colaboradores,3 organizações de cuidados à saúde têm sido envolvidas na preocupação com saúde ocupacional de profissionais da área cirúrgica de assistência médica.

Vapores halogenados residuais e poluição anestésica por óxido nitroso (N2O) foram responsabilizados por dobrar a prevalência da taxa de aborto espontâneo e aumentar moderadamente o número de anomalias congênitas em filhos de anestesistas. O fígado e o sistema nervoso também são alvos prováveis de poluição de RGAs poluidores de salas de cirurgia e SRPAs. Em 1967, um estudo correlacionou a inalação crônica de N2O por mulheres componentes de grupos de suporte em ambiente cirúrgico com teratogenicidade.4

Outros estudos experimentais, realizados em animais ou cultura de células, sobre consequências patológicas da exposição a N2O ou vapores halogenados, fornecem resultados conflitantes e, consequentemente, não são conclusivos.

A taxa de poluição é medida por cromatografia e espectrofotometria, e 25 partes por milhão (ppm) de N2O e 2ppm de halotano são os limites superiores permitidos para a contaminação do ar nos ambientes cirúrgicos, no conceito de algumas instituições, como será visto a seguir neste capítulo. A anestesia intravenosa total, os circuitos respiratórios fechados e a drenagem de gases expirados podem evitar essa poluição, mas são técnicas que têm se mostrado nem sempre seguras para esse tipo de prevenção.5,6

A prevenção da poluição em caráter rotineiro é relativamente simples, moderadamente cara, mas necessária para a proteção do pessoal envolvido com o atendimento das SCs e das SRPAs.

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