Introdução
O sistema cardiovascular do corpo humano é amplamente influenciado pelo sistema nervoso autonômico, isto é, simpático e parassimpático. Por essa razão, é importante conhecer suas principais funções.
O sistema nervoso simpático influencia a resposta corporal ao estresse, à utilização de energia e à atividade física. As funções-chave controladas por esse sistema incluem aumento da frequência cardíaca (FC), da contratilidade miocárdica e da resistência vascular periférica (RVP), além de retenção de sal e água.1
Os efeitos pressóricos do sistema nervoso simpático são mediados por ações no coração, nos rins e em vasos.1 Eles são alcançados a partir da ação de hormônios neuroendógenos (epinefrina e norepinefrina) e fármacos adrenérgicos exógenos, ao se combinarem a receptores adrenérgicos no coração e nos vasos. Os principais subtipos de adrenorreceptores são α1 (produz vasoconstrição, aumenta a FC e a pressão arterial [PA]), α2 (inibe a liberação de norepinefrina), β1 (aumenta a FC e a contratilidade miocárdica) e β2 (promove vasodilatação e redução da RVP).
A estimulação dos receptores β-adrenérgicos causa aumento da atividade do nó sinusal, condução atrioventricular mais rápida e aumento da contratilidade miocárdica. Receptores α são a minoria dos receptores adrenérgicos no miocárdio ventricular, porém seu estímulo desencadeia efeito inotrópico positivo.
O sistema nervoso parassimpático atua de forma diferente sobre o sistema cardiovascular. A inervação parassimpática do coração é feita pelo nervo vago. As fibras pré-gangliônicas longas realizam sinapse no gânglio dentro do coração, de onde as fibras pós-gangliônicas curtas viajam até o nó sinusal, nó atrioventricular e cardiomiócitos. A acetilcolina é o neurotransmissor liberado tanto pelas fibras pré quanto pós-gangliônicas. O estímulo vagal (colinérgico) deprime a FC e a função contrátil por meio da limitação do aporte intracelular de cálcio.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- elencar os principais fármacos vasoativos usados no ambiente de terapia intensiva pediátrica;
- identificar o efeito esperado dos fármacos vasoativos no contexto do paciente grave e sua aplicabilidade;
- distinguir os limites de atuação de cada fármaco vasoativo e os efeitos adversos esperados.