Introdução

O comprometimento das vias aéreas (VAs) por infecção bacteriana ou viral, trauma ou, até mesmo, processo imunológico exacerbado é muito comum na infância. Trata-se de um dos principais motivos para os pais levarem a criança a uma consulta de emergência.^1,2 Portanto, saber reconhecer um quadro de insuficiência respiratória aguda é muito importante no dia a dia do pediatra. Nos serviços de urgência e emergência, manejar adequadamente uma VA pode ser um fator essencial para o desfecho do paciente.^1,2

A avaliação das VAs, no cotidiano de uma emergência, costuma ser altamente subjetiva. Até mesmo os médicos especialistas têm significativa dificuldade em prever com precisão quais casos serão desafiadores. Alguns estudos sugerem que mais de 90% das VAs difíceis (VADs) não são previstas.^2,3

A dificuldade de manejo das VAs é altamente variável e depende de distintos fatores, envolvendo características físicas do paciente, histórico de doenças prévias e/ou cirurgias. O contexto clínico no qual o manejo das VAs é necessário, incluindo os sinais vitais, também pode determinar a dificuldade na abordagem ao paciente.⁴ A não garantia da VA do paciente crítico aumenta o risco de hipoxemia grave, que, por consequência, pode levar a acidose metabólica grave e até colapso cardiovascular.

Neste capítulo, serão abordados dispositivos para uma VAD — quando há dificuldade de realizar a laringoscopia — e dispositivos para uma intubação difícil — quando a laringoscopia é viável, porém o acesso à glote é difícil.

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

• reconhecer as particularidades da anatomia das VAs em pediatria;
• identificar os instrumentos necessários para garantir uma boa ventilação ao paciente pediátrico;
• discorrer sobre as técnicas e reconhecer os instrumentos fundamentais para a abordagem de uma VAD em pediatria.

Esquema conceitual