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FERRAMENTAS TRADICIONAIS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADAPTADAS À UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores: Jordana Alves, Ana Beatrice Magalhães de Oliveira, Fernanda Cintra Lima, Luciana Barros, Guilherme Duprat Ceniccola
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • descrever o processo de cuidado em nutrição (PCN) voltado ao paciente crítico adulto;
  • identificar a importância da realização da avaliação nutricional no contexto do PCN do paciente crítico adulto;
  • comparar os métodos de avaliação nutricional em pacientes adultos que demandem internação em unidade de terapia intensiva (UTI);
  • reconhecer as limitações apresentadas pelos métodos de avaliação nutricional quando utilizados em pacientes críticos adultos.

Esquema conceitual

Introdução

As UTIs são definidas como uma área crítica destinada à internação de pacientes graves, que requerem atenção profissional especializada de forma contínua.1

Os pacientes graves ou críticos geralmente encontram-se em estado hipermetabólico em consequência de trauma, de sepse ou outro agravo, condições que aceleram o processo de desnutrição, exigindo intervenção precoce e monitoramento contínuo do estado nutricional.

A identificação de pacientes em risco nutricional ou desnutridos permite um acompanhamento constante pela equipe de nutrição e adequação da terapia nutricional às necessidades do paciente para prevenir ou minimizar os impactos da desnutrição. Por sua vez, as reavaliações nutricionais possibilitam o ajuste do plano alimentar durante o curso da hospitalização, uma vez que pacientes em risco nutricional ou já desnutridos têm maior chance de apresentar aumento do tempo e do custo da internação, são dinâmicos em relação ao quadro clínico e têm maior número de complicações e mortalidade.2–5

No cenário da terapia intensiva, a prevalência de desnutrição alcança índices alarmantes.6 Um estudo latino-americano com 1.053 pacientes internados em 116 UTIs, incluindo o Brasil, identificou 74,1% de pacientes com desnutrição moderada ou grave, de acordo com a Avaliação Subjetiva Global (ASG).4

Outro estudo, realizado em UTIs públicas do Distrito Federal, mostrou aumento de 3,3 vezes no risco de mortalidade em pacientes gravemente desnutridos, diagnosticados de acordo com o protocolo Academy of Nutrition and Dietetics–American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (AND–ASPEN) para reconhecimento da desnutrição, o que justifica a necessidade de reconhecimento precoce desses pacientes, de uma intervenção individualizada e de monitoramento constante.7,8

Diante do exposto, fica evidente o papel da nutrição clínica como parte fundamental nos cuidados intensivos. A presença de nutricionistas nas UTIs atualmente conta com previsão legal e tem sido associada a melhores resultados, impactando positivamente também na redução dos custos em saúde.9–11

Neste capítulo, abordam-se os diferentes métodos de avaliação nutricional em pacientes em UTIs, com enfoque no reconhecimento e no estabelecimento do diagnóstico da desnutrição, muito frequente no âmbito hospitalar e, especialmente, em pacientes graves.

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