Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar as possíveis interações entre o ambiente e a expressão de genes;
- reconhecer as principais diferenças entre os mecanismos de modificação epigenética;
- distinguir as principais contribuições da dieta para a metilação do DNA (DNAm);
- discutir as repercussões da dieta materna e da dieta hipercalórica para a DNAm;
- listar as principais contribuições da DNAm para alterações do comportamento alimentar.
Esquema conceitual
Introdução
Não está claro se o comportamento humano do dia a dia tem relação com os genes ao ponto de as pessoas expressarem diferentes condutas sociais e alimentares como resultados de suas escolhas.
Hoje, sabe-se que o ambiente que se vive, as experiências dos indivíduos e de seus antepassados modificam muitos pontos da vida não só em questão de saúde ou de doença, mas também do ponto de vista comportamental, no sentido de serem indivíduos mais ou menos estressados, irritados ou compulsivos.1
Na literatura, diversos estudos têm buscado por respostas ligadas às modificações genéticas ou mesmo de genes que estejam relacionados ao comportamento humano. Uma dessas modificações que explicaria muito das relações entre o ambiente e a expressão gênica é a ciência da epigenética.
Neste capítulo, aborda-se essa relação tão interessante entre os genes humanos, o ambiente e o seu comportamento, incluindo o comportamento alimentar, que terá maior enfoque junto à descrição dos genes nuclear receptor subfamily 3 group c member 1 (NR3C1), que codifica o receptor do cortisol, e o brain-derived neurotrophic factor (BDNF), que codifica a neurotrofina BDNF. Ambos geram grande repercussão no comportamento humano.