Entrar

FIBRILAÇÃO ATRIAL NA POPULAÇÃO IDOSA

Autores: Kalil Lays Mohallem, Roberto Gamarski, Elizabete Viana de Freitas
epub-BR-PROGER-C5V2_Artigo3
  • Introdução

A fibrilação atrial (FAfibrilação atrial) é a arritmia sustentada mais comum, com cerca de 33 milhões de portadores mundialmente. Ela está associada com aumento de volume e/ou pressão nos átrios e com inflamação/infiltração do tecido miocárdico atrial, levando a uma desorganização do impulso elétrico normal proveniente do nódulo sinoatrial, pela criação de múltiplos focos anormais de impulso nas paredes atriais estressadas ou inflamadas.

Na FAfibrilação atrial, não há contração atrial efetiva, o que reduz o débito cardíaco, elevando assim o risco de insuficiência cardíaca (ICinsuficiência cardíaca), e, pela estase sanguínea, favorece a formação de trombos intracardíacos, que podem se soltar na corrente sanguínea causando embolia, sendo a mais temida a embolia cerebral (acidente vascular cerebral [AVCacidente vascular cerebral] isquêmico).

A prevalência da FAfibrilação atrial aumenta de forma contínua com a idade, tanto em homens quanto em mulheres, indo de 0,1% em pessoas com menos de 55 anos para 9% em pessoas com mais de 80 anos. Com o aumento mundial da população idosa, é previsto que essa prevalência atinja valores duas vezes maiores nas próximas décadas.

A FAfibrilação atrial está associada com aumento da mortalidade, especialmente cardiovascular, por morte súbita, ICinsuficiência cardíaca ou AVCacidente vascular cerebral. Entre 10 e 40% dos pacientes com FAfibrilação atrial são hospitalizados anualmente, e a qualidade de vida está prejudicada, independentemente de outras condições cardiovasculares.

Também há associação da FAfibrilação atrial com declínio cognitivo e demência vascular (que podem se desenvolver mesmo em pacientes anticoagulados). Lesões de substância branca cerebral são mais comuns nesses pacientes.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • considerar a importância da FAfibrilação atrial na população idosa, principalmente como um fator de risco para o AVCacidente vascular cerebral isquêmico de origem cardioembólica;
  • revisar as estratégias de manuseio da anticoagulação oral como prevenção do AVCacidente vascular cerebral nos idosos;
  • analisar a relação risco–benefício da terapia para a anticoagulação oral.
  • Esquema conceitual
×
Cadastre-se para ler o artigo completo
Já tem uma conta? Faça login