- Introdução
Nas últimas décadas, ocorreram mudanças profundas na organização familiar da sociedade ocidental, como o engajamento cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, a redução da taxa de fecundidade, a migração dos jovens aos grandes centros urbanos e a maior longevidade da população — com o consequente aumento da prevalência das doenças crônico-degenerativas incapacitantes.
Essas mudanças tornaram a institucionalização uma alternativa cada vez mais adotada por familiares de idosos dependentes de cuidados para as atividades vitais rotineiras ou com transtornos comportamentais de difícil controle.
A prestação de cuidados médicos a idosos institucionalizados, já parte significativa da rotina dos médicos geriatras, será cada vez mais corriqueira, à medida que essas transformações sociais se consolidam.
Os idosos institucionalizados são uma população especialmente suscetível a intercorrências clínicas graves e à morte, demandando estratégias terapêuticas refinadas, adaptadas ao contexto de cada paciente.
Neste capítulo, serão discutidas essas peculiaridades, com foco específico nas infecções pulmonares.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- reconhecer as peculiaridades dos idosos institucionalizados, no que tange ao risco de desenvolverem pneumonias e de apresentarem evolução desfavorável;
- descrever as apresentações clínicas mais comuns das pneumonias em idosos institucionalizados;
- identificar e atuar sobre os fatores de risco modificáveis para pneumonias em idosos institucionalizados, em especial a disfagia;
- individualizar a estratégia de tratamento, adaptando-a à realidade de cada idoso institucionalizado.
- Esquema conceitual