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SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO NO IDOSO: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO

Autores: Adriana Keller Coelho, Alessandra Hugo de Souza
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  • Introdução

A desnutrição é definida como o estado resultante da deficiência de nutrientes que pode causar alterações na composição corporal, na funcionalidade e no estado mental, com prejuízo para a saúde.1

Muitas vezes não diagnosticada, apesar da elevada prevalência entre idosos, a desnutrição apresenta como principais complicações:2

 

  • pior resposta imunológica;
  • atraso no processo de cicatrização;
  • risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas;
  • maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão;
  • aumento no tempo de internação e nos custos hospitalares;
  • maior risco de mortalidade.

Nesse contexto, a terapia nutricional enteral (TNEterapia nutricional enteral) tem sido amplamente empregada como recurso para melhorar as condições nutricionais, com o objetivo de levar a melhorias nos desfechos.

Atualmente, apesar dos avanços tecnológicos e da adoção das melhores práticas assistenciais, falhas no cuidado podem comprometer a evolução clínica do paciente em uso de TNEterapia nutricional enteral.3

Um risco potencialmente fatal da TNEterapia nutricional enteral em idosos desnutridos é a síndrome de realimentação (SRsíndrome de realimentação), condição metabólica fisiológica que pode ocorrer devido ao reabastecimento nutricional rápido e inadequado.4

Historicamente, a SRsíndrome de realimentação foi descrita em prisioneiros libertados de campos de concentração na Segunda Guerra Mundial, os quais, após passarem por longo período de privação alimentar, apresentaram anormalidades cardiológicas e neurológicas com o início da realimentação.5

A mudança agressiva de um estado catabólico para um estado anabólico pode levar a efeitos negativos graves, desde a disfunção de múltiplos órgãos até a morte.5 Em geral, associa-se a alterações eletrolíticas séricas, sintomas clínicos ou ambos, resultantes de alterações metabólicas e desequilíbrio de fluidos (p. ex., edema periférico, insuficiência cardíaca ou respiratória).4

No cotidiano de assistência à saúde, a conscientização sobre a desnutrição na população idosa, apesar de reconhecida, muitas vezes não é adequadamente identificada e tratada, aumentando o potencial risco à vida por SRsíndrome de realimentação.6,7

Na prática clínica, mesmo quando a desnutrição está devidamente identificada e registrada por protocolos de triagem nutricional validados para esse grupo populacional, o risco de SRsíndrome de realimentação costuma ser negligenciado.8

A avaliação adequada de risco, o estabelecimento de um plano de cuidados nutricionais e o monitoramento de pacientes com SRsíndrome de realimentação iminente e/ou manifestada têm o potencial de reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à SRsíndrome de realimentação.9

  • Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • identificar os principais processos fisiopatológicos relacionados à SRsíndrome de realimentação;
  • reconhecer os principais fatores de risco, aspectos clínicos e critérios diagnósticos;
  • indicar medidas preventivas e terapêuticas;
  • reconhecer a importância da gestão de qualidade em terapia nutricional na prevenção da SRsíndrome de realimentação.
  • Esquema conceitual
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