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FISIOLOGIA DA RESSUSCITAÇÃO NA CRIANÇA GRAVE: CARDIOVASCULAR E RESPIRATÓRIA

Autor: Felipe Rezende Caino de Oliveira
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • discutir sobre as especificidades cardíacas e respiratórias, suas peculiaridades na criança criticamente doente e suas diferenciações (tanto da criança hígida como também sua diferenciação do adulto) para uma melhor abordagem na questão do suporte e da ressuscitação compensatória desses dois sistemas;
  • reconhecer as reações fisiológicas cardíacas de crianças quando gravemente doentes, comparando essas reações tanto com a resposta adulta, quanto com os dados da criança hígida;
  • identificar dados que auxiliem na memorização das alterações fisiológicas cardíacas de crianças, como batimentos cardíacos e pressão arterial (PA) sistêmica;
  • descrever a dinâmica fisiológica respiratória da criança em relação ao adulto e, também, quando comprometida, quais são seus mecanismos compensatórios e como melhor adequá-los.

Esquema conceitual

Introdução

A doença crítica reflete uma interação entre o processo de doença e os processos fisiológicos de adaptação. A resposta adaptativa ao estresse é um conjunto de respostas comportamentais, fisiológicas e celulares que visam a adaptar o organismo a mudanças internas ou externas. Essa adaptação objetiva preservar a integridade celular de acordo com uma hierarquia funcional de sistemas de órgãos que são vitais para a sobrevivência de um organismo.1–3

A gestão da doença crítica está centrada em prevenir a perda, ou restabelecer, posteriormente, a homeostase. Conceitos como “a hora de ouro” da ressuscitação e a terapia precoce dirigida a metas buscam restaurar a fisiologia e prevenir a disfunção orgânica. Os cuidados se concentram em manter o equilíbrio entre a entrega de oxigênio e o consumo com base nos modelos guytonianos de choque. As intervenções visam a manipular variáveis fisiológicas como trocas gasosas e pressões arteriais. Infere-se que ao monitorar e melhorar partes de um sistema, como o fornecimento de oxigênio, é possível otimizar o desempenho do todo, às vezes de modo inadequado.4–6

Por mais que a descompensação ocorra com um tratamento inadequado ou como resposta ao estresse hiperativo, intervenções de terapia intensiva tentam encontrar um ponto ótimo entre o sub e o sobretratamento. Esse ponto ótimo nem sempre pode ser um estado de fisiologia normal, definida durante um estado de saúde, mas pode precisar imitar a fisiologia adaptativa da compensação da doença grave. Esse conceito permanece difícil de ser definido em adultos, e em crianças isso é ainda mais complicado.7

O monitoramento da fisiologia acaba sendo ainda mais desafiador em crianças devido às limitações de tamanho e tecnologia. Além disso, a fisiologia normal e adaptativa desenvolve-se com a idade, e mesmo as definições de intervalos normais são conflitantes. Essas definições também variam consideravelmente em crianças com comorbidades específicas ou patologias subjacentes, como aquelas com broncodisplasia ou doença cardíaca congênita.7–10

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