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MANUTENÇÃO DO DOADOR PEDIÁTRICO

Autores: Fernanda Paiva Bonow, Cinara Andreolio, Jefferson Pedro Piva, Ian Teixeira e Sousa
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir as metas a serem atingidas com o manejo adequado dos doadores de órgãos;
  • identificar e tratar as principais alterações fisiopatológicas que ocorrem na manutenção do doador pediátrico com morte encefálica (ME);
  • sistematizar as medidas necessárias para otimizar a utilização do maior número de órgãos possível por doador.

Esquema conceitual

Introdução

A doação de órgãos na faixa etária pediátrica é pouco frequente, constituindo cerca de 8% do total de doadores nos Estados Unidos e 7% no Brasil.1–3 Acredita-se que isso ocorra por vários motivos, com destaque para as menores taxas de mortalidade em crianças, o menor aproveitamento dos órgãos desses pacientes e o menor número de pacientes em lista de espera para transplante.4–6 As dificuldades técnicas impostas pelo tamanho das estruturas e pela necessidade de que o receptor e o doador estejam na mesma faixa de altura e peso dificulta a utilização de órgãos de doadores muito pequenos, por exemplo.2,6

Apesar de cerca de 15 a 20% das mortes de pacientes pediátricos serem diagnosticadas por critérios neurológicos, ou seja, em ME, a quantidade de crianças com esse diagnóstico em números absolutos é muito pequena, variando de 1 a 15 casos por ano para cada unidade de terapia intensiva (UTI), dependendo do perfil da unidade e da rotatividade de pacientes.7,8 Esses fatos dificultam o treinamento dos profissionais e fazem com que muitas vezes os pediatras não sejam tão familiarizados com as diferentes etapas do processo de doação.

No contexto descrito até aqui, há uma situação clínica bastante rara e desafiadora para o intensivista e os transplantadores, o que torna importante a otimização dos esforços para que o transplante pediátrico possa ocorrer.9 É necessário trabalhar não somente com o intuito de aumentar a identificação dos pacientes em ME em UTI neonatais e pediátricas, mas, sobretudo, na sistematização da manutenção do doador, ainda mais fundamental nessa faixa etária, a qual será abordada neste capítulo. Em função da grave instabilidade desses pacientes, é necessário que uma série de medidas terapêuticas sejam instituídas para garantir a viabilidade dos órgãos, o que é chamado de manutenção do doador.1

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