Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os principais diagnósticos diferenciais para a queixa de fraqueza muscular de membros inferiores nos idosos;
- considerar a abordagem sistematizada de avaliação, que auxilie na suspeição de causas secundárias de sarcopenia (associada a comorbidades);
- reconhecer as doenças neuromusculares que acometem mais comumente a população idosa.
Esquema conceitual
Introdução
A redução da força de membros inferiores resulta em grande impacto para a população idosa, levando a distúrbio de equilíbrio e marcha, quedas, perda da independência e um aumento da mortalidade.
Embora a sarcopenia primária (associada ao envelhecimento) seja muito prevalente no idoso e provavelmente a causa mais comum desse sintoma nessa população, é importante estar atento para outros diagnósticos diferenciais de condições que também podem se manifestar de forma semelhante nessa faixa etária, por exemplo distúrbios neuromusculares como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), miopatias inflamatórias como a miosite por corpúsculos de inclusão ou doenças musculares hereditárias como a distrofia miotônica tipo 2.
Se rastreados pelo questionário Strength, Assistance in walking, Rise from a chair, Climb stairs, and Falls (SARC-F), todos os pacientes portadores dessas condições estariam classificados erroneamente como portadores de sarcopenia grave. Por se tratar de doenças raras, um diagnóstico confiável só poderia ser feito por médicos com alto grau de suspeição e cientes de importantes diagnósticos diferenciais a serem descartados.
Apesar de muito ter sido publicado sobre a patogênese da sarcopenia nos últimos anos, há poucas referências na literatura sobre algoritmos de investigação para possíveis diagnósticos diferenciais. Embora sua prevalência na população geral não seja bem descrita, a fraqueza muscular ocorre em 5% dos adultos norte-americanos com 60 anos ou mais.1