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NEOPLASIA COLORRETAL

Marcela Siqueira Brandão Canuto

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • considerar os principais fatores de risco associados ao surgimento do câncer colorretal;
  • identificar as populações mais vulneráveis ao câncer colorretal;
  • reconhecer as formas de detecção precoce e de tratamento do câncer colorretal.

Esquema conceitual

Introdução

Um dos tipos de câncer mais comuns atualmente, o câncer colorretal (CCR) apresenta incidência e mortalidade variáveis globalmente. De forma geral, é o terceiro tipo de neoplasia mais comum em homens e o segundo tipo mais comum em mulheres.1

A incidência do CCR varia cerca de 10 vezes, dependendo da região. Locais como Europa, América do Norte e Nova Zelândia apresentam taxas bem mais altas, contrastando com incidências menores em locais como centro-sul da Ásia e África. Tais diferenças podem ser atribuídas a exposições dietéticas, fatores ambientais, menor status socioeconômico e menores taxas de triagem de CCR, associadas à predisposição genética existente.2

Nos Estados Unidos, a incidência em homens é cerca de 25% maior do que em mulheres e cerca de 20% maior nos afro-americanos do que em americanos brancos. Obviamente, também há maior incidência naqueles pacientes com condições hereditárias específicas que predispõem ao desenvolvimento de CCR.2

Houve uma mudança gradual no local de maior acometimento do colo para o lado direito (ou proximal do colo), com aumento relativo de cecais primários. Tal mudança pode indicar um aumento nos exames de triagem, com diagnóstico e tratamentos mais precoces no tocante à remoção de pólipos adenomatosos no colo distal.2

Outro fator que deve ser levado em consideração é que a colonoscopia é mais eficaz na prevenção de CCRs do lado esquerdo em relação ao lado direito, o que contribuiria para essa mudança de cenário. Há de se ressaltar que parte dessa diferença deve ser relacionada à qualidade da colonoscopia (preparo ruim do lado direito, colonoscopia incompleta, configurações anatômicas que comprometam a visibilidade), e a biologia pode diferir entre os CCRs.2

Como exemplo, podem ser citados adenomas serrilhados, os quais são mais planos e difíceis de visualizar por via endoscópica, originam CCRs instáveis e microssatélites e apresentam maior ocorrência no lado direito. Além disso, parece haver um verdadeiro aumento na incidência de câncer no colo ascendente e cecal.2

Deve-se ter em mente que a idade é um fator de risco importante para CCR, uma vez que esse câncer é incomum antes dos 40 anos. Após essa idade, as taxas de incidência aumentam a cada década subsequente.2

Dados epidemiológicos dos Estados Unidos apontam um aumento no número de casos em pacientes com menos de 50 anos e uma diminuição nos grupos mais velhos. Esses aumentos seriam de CCR do lado esquerdo e de câncer retal. Alguns dos motivos que explicariam essa tendência seriam fatores genéticos, estilo de vida e exposições ambientais.2

A mortalidade por CCR vem apresentando queda desde a década de 1980 nos Estados Unidos e em muitos países ocidentais. Esse fato pode ser atribuído em parte à remoção e à detecção de pólipos colônicos, ao diagnóstico de CCRs em estágio inicial e ao tratamento adjuvante mais eficaz. Ainda sobre os Estados Unidos, há declínio da mortalidade em geral, mascarando as tendências em adultos mais jovens. Em países menos desenvolvidos situados na América Central e na Europa Oriental, as taxas de mortalidade continuam a subir.2

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