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FUNÇÃO SEXUAL EM PACIENTES ADULTOS COM DOENÇAS CRÔNICAS

Leda Maria Branco

Bethânia Buzato Marques

epub-BR-PROPSICO-C4V4_Artigo5

Introdução

Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são um importante problema de saúde em todo o mundo. Causam morte prematura, reduzem a qualidade de vida pelas limitações e dificuldades/incapacidade para realizar atividades de vida diárias, além de seu custo pessoal, familiar e social ser elevado. Incluem, por exemplo, diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, doença respiratória crônica e doença renal crônica.1–3

No Brasil, as DCNTs são responsáveis por 72% das causas de morte, e 45% da população adulta têm pelo menos uma DCNT.1–3

Profissionais da saúde têm papel fundamental para auxiliar na melhora da qualidade de vida dos pacientes com DCNTs, na sua adaptação à doença e nos desafios associados à prevenção e ao manejo das DCNTs.4,5

O processo de adaptação a uma doença crônica é complexo e afeta vários domínios da vida do paciente, bem como da sua família. Para o paciente, são afetados6

 

  • o domínio biológico;
    • efeitos diretos da doença, como dor e fadiga;
    • efeitos colaterais do tratamento;
    • funcionalidade e autonomia;
    • transtornos mentais decorrentes da doença, como depressão;
    • mudanças no funcionamento sexual;
  • o domínio social;
    • isolamento;
    • estigma;
    • relação frequente com profissionais de saúde;
    • necessidade de redefinir relacionamentos com a família;
  • o domínio emocional;
    • mudança na autoimagem;
    • perda de status ou valor social, afetando a autoestima;
    • impacto sobre a família ou cuidador, afetando as relações;
    • necessidade de encontrar um novo sentido para a vida;
    • reavaliação dos próprios valores;
    • espiritualidade;
  • o domínio comportamental;
    • manejo dos sintomas;
    • manutenção da saúde;
    • manejo das crises relacionadas à doença;
    • adesão ao tratamento.

Todos esses domínios estão relacionados e se afetam mutuamente.

Este capítulo aborda uma questão específica da adaptação a uma doença crônica: seu impacto sobre a sexualidade, um aspecto essencial do funcionamento humano. Discutir sexualidade em pacientes com doenças crônicas é relevante, uma vez que ela está relacionada à saúde e à qualidade de vida.7

Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

  • definir saúde, sexualidade, saúde sexual, função e disfunção sexual (DS);
  • reconhecer aspectos associados à adaptação a uma doença crônica nos domínios biológico, social, emocional e comportamental;
  • identificar DSs e suas principais características;
  • identificar fatores que podem afetar negativamente a função sexual;
  • investigar o desempenho e a satisfação sexual de pacientes com doenças crônicas;
  • reconhecer o papel do psicólogo na identificação, na avaliação e no tratamento de DSs associadas a doenças crônicas.

Esquema conceitual

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