Entrar

HEMORRAGIAS E IMPLICAÇÕES ASSISTENCIAIS PARA O ENFERMEIRO NO CENÁRIO DE ATENÇÃO EM EMERGÊNCIA

Autores: Anna Brunet de Figueiredo Monteiro, Graciele Oroski Paes
epub_All_Artigo5
  • Introdução

As causas externas de morbidade e mortalidade são as lesões decorrentes de acidentes e de violências. As causas externas respondem anualmente por mais de 5 milhões de mortes em todo o mundo, representando cerca de 9% da mortalidade mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2008.1 As causas externas podem estar relacionadas a:

 

  • trânsito;
  • afogamento;
  • envenenamento;
  • quedas;
  • queimaduras
  • violências (agressões/homicídios, suicídios, tentativa de suicídio, abusos físicos, sexuais e psicológicos).

Além de ser diretamente responsável pela maioria das mortes hospitalares precoces, o sangramento também contribui para a mortalidade hospitalar tardia, causada pela falência múltipla de órgãos. A palavra trauma, do ponto de vista semântico, vem do grego traûma, cujo significado é ferida. Pode ser uma lesão física causada por ações externas lesivas ou violentas ou pela introdução de substância tóxica no organismo.

Independentemente de sua melhor definição, o fato é que o trauma é um agravo que pode gerar várias complicações, como a hemorragia, e representa um problema de saúde pública de grande magnitude e transcendência no Brasil e tem provocado forte impacto na morbidade e na mortalidade da população, com profundas repercussões nas estruturas sociais, econômicas e políticas da sociedade.2,3

O tratamento das feridas vem evoluindo desde 3000 a.C., quando as feridas hemorrágicas eram tratadas com cauterização. Outros exemplos são o uso de torniquete, descrito em 400 a.C., e da sutura, documentada desde o século III a.C.3

No período medieval, os monastérios desenvolviam estudos sobre a manutenção da ferida limpa, a remoção de corpos estranhos e tecido necrótico e a necessidade de controle da hemorragia, por meio de compressões locais, cauterizações e ligaduras dos vasos sangrantes.3

As emergências hemorrágicas estão entre os casos mais frequentes nos cenários hospitalares, principalmente por conta dos traumas citados. Estima-se que as mortes por traumas hemorrágicos ocupem a terceira posição geral no ranking de morbidade mundial.

Entre os traumas hemorrágicos, as hemorragias externas por acidentes de trânsito e as armas de fogo ocupam a primeira posição nos serviços de emergência no Brasil, nos últimos cinco anos.4

Os pacientes de trauma hemorrágico podem desenvolver um distúrbio de coagulação complexo, no qual os fatores etiológicos múltiplos – como diluição, consumo, acidose, hipotermia, deficiência na utilização do fibrinogênio e dissolução exacerbada do coágulo (hiperfibrinólise) – são responsáveis pelo seu desenvolvimento.

Devido ao cenário epidemiológico e à necessidade de constante atualização e capacitação das equipes que atuam em emergências, sobretudo a equipe de enfermagem, várias ações vêm sendo tomadas a fim de garantir a prevenção dos agravos e os padrões adequados de acessibilidade aos recursos tecnológicos, à gravidade dos casos e à continuidade do cuidado.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • identificar os tipos de hemorragia no cenário emergencial;
  • definir os níveis de gravidade e prioridade na assistência de enfermagem;
  • sistematizar o cuidado de enfermagem a pacientes de trauma hemorrágico;
  • discutir a abordagem ao paciente em choque hipovolêmico.
  • Esquema conceitual
×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login