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HIPOGLICEMIAS REATIVAS

Autor: Ana Cristina Ravazzani de Almeida Faria
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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

 

 

  • explicar como ocorre a hipoglicemia;
  • identificar os sinais e sintomas de hipoglicemia;
  • descrever a fisiologia dos mecanismos contrarreguladores na hipoglicemia;
  • classificar a hipoglicemia em seus subtipos;
  • identificar as causas de hipoglicemias para o diagnóstico diferencial;
  • reconhecer a abordagem diagnóstica e terapêutica das hipoglicemias.

Esquema conceitual

Introdução

As hipoglicemias recorrentes são muito frequentemente causadas por medicamentos para tratamento de pessoas com diabetes, além de serem uma das causas mais comuns de atendimentos em unidades de emergência.1,2 Porém, quando acontecem em pessoas que não utilizam essas medicações, podem se manifestar com graus de gravidades bem variados, mas sempre causando morbidade significativa para o paciente. Portanto, é um problema clínico complexo e motivo de investigação minuciosa. Afortunadamente, a prevalência de hipoglicemias espontâneas na população não diabética é baixa.3

Em situações fisiológicas normais, o metabolismo da glicose e sua homeostase requerem o balanço fino entre várias vias neurais, metabólicas e hormonais para manter a glicemia em intervalos tão estreitos sem ocorrer hipoglicemias. Esses mecanismos reguladores são muito precisos. Portanto, várias são as etapas da via metabólica da glicose que podem estar afetadas pelas diversas causas de hipoglicemias recorrentes espontâneas.3

A hipoglicemia reativa — ou síndrome pós-prandial — é caracterizada por sinais e sintomas de hipoglicemias caracteristicamente em um período de 2 a 4 horas após a refeição. A causa não é bem-estabelecida até hoje. Alguns estudos relacionam a secreção exacerbada de insulina induzida pelo peptídeo semelhante ao glucagon 1 (em inglês, glucagon-like peptide 1 [GLP-1]). Dietas ricas em carboidratos e pobres em gordura e a ingesta de álcool também podem desencadear os episódios. Além disso, pode haver glicosúria renal, defeitos na resposta ao glucagon e alta sensibilidade à insulina. O tratamento se baseia em mudanças na dieta e/ou uso de inibidores da alfa-glicosidade, entre outras medicações.4

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