Introdução
O processo de ventilação, de uma forma geral, está relacionado com a capacidade do indivíduo de expandir e retrair a caixa torácica, possibilitando, assim, a entrada e a saída de ar dos pulmões. O comportamento mecânico durante o ato de ventilar envolve diferentes pressões, ações musculares, componentes elásticos pulmonares e, consequentemente, a variação de fluxo e volumes pulmonares e da parede torácica. A análise desses volumes pode oferecer informações complementares para a caracterização de estados fisiopatológicos e da eficiência ventilatória.1
Diferentes fatores podem influenciar os volumes pulmonares e da parede torácica, como2
- idade;
- sexo;
- massa corporal;
- estatura;
- aspectos étnicos;
- atividade física;
- diferentes condições fisiopatológicas.
Entre as afecções ventilatórias, as doenças ventilatórias restritivas estão associadas à diminuição da complacência da parede torácica e ao aumento da resistência das vias aéreas (VAs), causando alterações dos volumes pulmonares.
LEMBRAR
Não somente as enfermidades de origem no parênquima pulmonar ou nas pleuras, mas também as de origem neuromuscular e as decorrentes de alterações musculoesqueléticas da parede torácica propiciam o desenvolvimento de doenças ventilatórias restritivas.1
Com relação à avaliação dos volumes do sistema respiratório, existem variações na nomenclatura quando os volumes são medidos de forma estática, pelo método de diluição de hélio por respiração simples com circuito aberto (capacidade residual funcional) ou com respirações múltiplas (capacidade pulmonar total), e de forma dinâmica, por meio da pletismografia optoeletrônica (POEpletismografia optoeletrônica) com medidas dos volumes da parede torácica. Essas definições assumem relevância, pois muitos estudos científicos se dedicaram a demonstrar os efeitos de técnicas de fisioterapia por meio da avaliação dinâmica e contínua dos volumes da parede torácica, utilizando a POEpletismografia optoeletrônica.3
Em razão de suas características, como a calibração estável e a ausência de peças bocais, a POEpletismografia optoeletrônica possibilita desenhos de estudos adequados para avaliar diferentes técnicas e dispositivos de fisioterapia direcionados ao sistema respiratório.
Sabendo que os volumes pulmonares podem estar alterados na presença de doenças ventilatórias restritivas, e que essas alterações podem desencadear uma ineficiência ventilatória com futuros agravantes, é importante realizar uma avaliação minuciosa para a introdução de um tratamento adequado. A fisioterapia cardiorrespiratória dispõe de diferentes técnicas que podem auxiliar na manutenção e na melhora dos volumes pulmonares, desde que utilizadas de forma correta.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- diferenciar os volumes e as capacidades pulmonares;
- caracterizar as doenças ventilatórias restritivas quanto à função pulmonar;
- interpretar a avaliação dos volumes da parede torácica em pacientes com doenças ventilatórias restritivas;
- identificar as alterações fisiopatológicas relacionadas aos volumes pulmonares presentes nas doenças ventilatórias restritivas;
- descrever as técnicas que podem ser utilizadas no processo de reabilitação das doenças ventilatórias restritivas.