■ Introdução
A palavra insônia origina-se do latim de in (não) e somnus (sono). Sono e morte são irmãos no imaginário humano, assim como os deuses gregos Hypnos (sono) e Tanatos (morte), motivo porque o fato de não dormir remete a uma percepção de busca de segurança ou de ameaça e manutenção de condições essenciais à vida, havendo vários contextos da atividade humana que lembram perdas, fracassos, perigos e demais instabilidades previstas ou fantasiadas. A insônia é inerente ao homem e habita sua existência desde o nascimento.
A revolução industrial foi associada a um aumento da prevalência de insônia, e a vida agitada daqueles tempos modernos era responsabilizada pelo fenômeno. A insônia era classificada em senil, relacionada a processos degenerativos; tóxica, com o envolvimento de álcool, do cigarro, do chá; e psíquica. Essa última surge do contínuo e excessivo nervosismo mental, do luto, da ansiedade, da preocupação, podendo ser tratada com doses de brometos, tinturas de ergot, óleo de fígado de bacalhau e até com ópio, dependendo da gravidade.1,2
Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.
■ Objetivos
Após a leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:
- ■ conhecer os distúrbios do sono, em especial a insônia, e suas implicações para a clínica, seu diagnóstico e tratamento;
- ■ compreender que a formulação de perguntas sobre o sono, introduzidas na anamnese, são de grande valia para a saúde do paciente como um todo.
■ Esquema conceitual