- Introdução
O coração e os pulmões estão em estreita proximidade dentro do tórax, e os pulmões servem como uma conexão entre as câmaras cardíacas direita e esquerda, o que determina a interdependência desses órgãos. Várias estratégias ventilatórias afetam o sistema cardiovascular. A respiração espontânea e a ventilação mecânica induzem alterações na pressão intrapleural/intratorácica e no volume pulmonar, o que pode afetar, de forma independente, a função cardiovascular por meio de alterações na pré-carga e pós-carga, na frequência cardíaca (FCfrequência cardíaca) e na contratilidade miocárdica.1
Nesse contexto, durante a ventilação mecânica positiva, o aumento da pressão intratorácica é transmitido às veias centrais e ao ventrículo direito, reduzindo a pré-carga do ventrículo direito. Ademais, o aumento da pressão alveolar eleva a resistência vascular pulmonar, aumentando, consequentemente, a pós-carga do ventrículo direito. Logo, o aumento da pós-carga e a redução da pré-carga contribuem para a diminuição do volume sistólico do ventrículo direito.1
No que concerne ao ventrículo esquerdo, a ventilação sob pressão positiva reduz a pré-carga, por diminuir a pressão venosa pulmonar, bem como a pós-carga, em decorrência da redução da pressão transmural sistólica do ventrículo esquerdo e do aumento do gradiente de pressão entre a aorta intratorácica e o sistema vascular extratorácico. Consequentemente, o débito cardíaco (DCdébito cardíaco) reduz.1
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar a resposta fisiológica após a reposição volêmica;
- descrever as vantagens e desvantagens de usar parâmetros estáticos e dinâmicos à beira do leito;
- avaliar a resposta hemodinâmica por ecocardiografia transtorácica e teste de oclusão expiratória final (EEOoclusão ao final da expiração);
- determinar o volume mínimo de desafios de fluidos necessário para detectar alterações hemodinâmicas.
- Esquema conceitual