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INVESTIGAÇÃO CIRÚRGICA DAS EPILEPSIAS

Marina Koutsodontis Machado Alvim

Lucas Scárdua Silva

Clarissa Lin Yasuda

Mateus Henrique Nogueira

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • identificar os pacientes candidatos à cirurgia de epilepsia;
  • discutir as principais causas de epilepsia refratária que podem ser abordadas cirurgicamente;
  • listar os principais exames que devem ser realizados previamente à cirurgia de epilepsia, a fim de definir a zona epileptogênica;
  • reconhecer os achados dos exames utilizados na investigação de pacientes candidatos à cirurgia de epilepsia.

Esquema conceitual

Introdução

A epilepsia atinge 1 a 2% da população mundial, com prevalência ainda maior em países em desenvolvimento.1 Apesar dos avanços medicamentosos da área nos últimos anos, um terço dos casos ainda é refratário ao tratamento medicamentoso.2

Após o paciente não ter respondido à primeira medicação anticrise com dose e posologia adequadas, a chance de ficar livre de crises com a introdução de uma segunda e terceira medicações é de 28 e 4,1%, respectivamente, com porcentagens reduzindo progressivamente com as demais tentativas.3

A frequência elevada de crises está diretamente relacionada não apenas com os riscos de acidentes durante uma crise, mas também com a incidência e a gravidade de comorbidades psiquiátricas,4 a baixa qualidade de vida e o aumento da mortalidade. A mortalidade dos pacientes com epilepsia é 1,6 a 11,4 vezes superior à da população geral e se associa de forma direta à frequência das crises.5 

A cirurgia é uma opção para os pacientes refratários às medicações anticrise, podendo oferecer controle de crises em até 70%, número que varia de acordo com a etiologia e a localização. Ademais, estudos já comprovaram melhoria significativa na qualidade de vida e redução da mortalidade desses indivíduos.6,7 Assim, pessoas com epilepsias refratárias que não respondem ao tratamento medicamentoso devem ser encaminhadas a um serviço de referência para avaliação de um possível tratamento cirúrgico. Entretanto, essa investigação costuma ser longa e requer profissionais experientes, além de uma equipe multidisciplinar.6–8

O prognóstico cirúrgico também está relacionado com o tempo de epilepsia do paciente. Dessa forma, quanto mais precoce o encaminhamento a um serviço de referência, melhor será seu desfecho.6-8 Neste capítulo, os autores discutem quais são os pacientes candidatos à cirurgia de epilepsia e como seus casos devem ser investigados, a fim de que o procedimento seja indicado e realizado com segurança.

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