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LETRAMENTO EM SAÚDE E ENVELHECIMENTO: PERSPECTIVAS PARA A ENFERMAGEM

Lisiane Manganelli Girardi Paskulin

Andreivna Kharenine Serbim

Naiana Oliveira dos Santos

Odete Araújo

Carla Cristiane Becker Kottwitz Bierhals

Marines Aires

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Objetivos

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • considerar os aspectos históricos e conceituais sobre o letramento em saúde e sua relação com o envelhecimento;
  • identificar fatores que influenciam o letramento em saúde das pessoas idosas;
  • analisar as habilidades em letramento em saúde, com vistas a desenvolver melhores estratégias para empoderar as pessoas idosas para a promoção do autocuidado;
  • reconhecer a importância da implementação do letramento em saúde por enfermeiros em diferentes serviços na rede de atenção à saúde;
  • considerar os instrumentos disponíveis no Brasil para avaliação e mensuração do letramento em saúde;
  • avaliar as intervenções que podem ser utilizadas por enfermeiros para aprimorar o letramento das pessoas idosas.

Esquema conceitual

Introdução

O envelhecimento das populações e dos indivíduos exige dos enfermeiros atenção especial no que tange à promoção da saúde e à prevenção de agravos, tanto no preparo das pessoas para esse processo no curso da vida como para propiciar aos idosos uma velhice ativa e saudável. Quanto à promoção da saúde dos idosos e à prevenção de agravos, dois aspectos têm sido destacados nos últimos anos.

O primeiro aspecto é a necessidade de dar acesso às melhores informações disponíveis, para que as pessoas possam tomar suas próprias decisões em saúde e para estarem engajadas na sociedade. Já o segundo aspecto está ligado às tecnologias digitais. Sabe-se que estas têm se tornado mais acessíveis; em contrapartida, nem todos os idosos possuem competências para utilizá-las.

Além disso, observa-se uma grande quantidade de informações incorretas, ou descontextualizadas, disponibilizadas nas mídias sociais. Ainda, é importante destacar que a pandemia de COVID-19 alterou de forma abrupta os modos de contato entre os profissionais de saúde e a população, quando os atendimentos virtuais passaram a ser utilizados com muita frequência.1

Dados publicados recentemente em relatório europeu sobre acessibilidade digital demonstram que, embora 85% dos cidadãos utilizassem a Internet em 2019, antes da crise da COVID-19, apenas 58% possuíam competências digitais básicas. Por conseguinte, ter uma conexão com a Internet não é suficiente; a participação na sociedade digital exige o desenvolvimento de competências adequadas.1

Um dos pilares para a promoção à saúde e a prevenção de agravos é a educação em saúde, que é entendida como um conjunto de práticas de conteúdo técnico, político e científico, a ser disponibilizado pelos profissionais de saúde aos cidadãos.2

A educação em saúde realizada por enfermeiros ocorre em vários contextos de cuidado, desde a atenção primária até a internação hospitalar, por meio de consultas, grupos, atividades na comunidade, visitas domiciliares, orientações de preparo de alta hospitalar, entre outros. Mas como os enfermeiros podem avaliar os resultados obtidos nas suas intervenções de educação em saúde?

Nessa perspectiva, surge o conceito de health literacy, que tem sido definido por estudiosos do tema de formas variadas e tem diferentes traduções para o português. Neste capítulo, serão utilizados o termo letramento em saúde (LS) e o conceito proposto por Sorensen e colaboradores.3

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