Entrar

LEUCEMIAS: QUANDO PENSAR E COMO AVALIAR

Autor: Ana Paula Kuczynski Pedro Bom
epub_All_Artigo4

Introdução

As neoplasias malignas são relativamente incomuns na infância, entretanto, são as doenças com maior índice de mortalidade na faixa etária de 1 a 14 anos, no Brasil e em outros países, como nos Estados Unidos.1,2 Esse fato pode estar relacionado à agressividade neoplásica, porém sabe-se que atrasos no diagnóstico também contribuem para a mortalidade.

5177.png

As leucemias correspondem a aproximadamente 28% das neoplasias malignas; são as mais comuns, seguidas pelos tumores do sistema nervoso central, com incidência de 22%.

Estudos epidemiológicos evidenciaram fatores de risco diretamente relacionados às leucemias na infância:4

 

  • condições genéticas: síndrome de Down (incidência 20 vezes maior),3 neurofibromatose tipo 1, síndrome de Klinefelter, anemia de Fanconi;
  • radiação ionizante: exposição pré-natal a radiografias, irradiação terapêutica;
  • agentes quimioterápicos: alquilantes e epipodofilotoxinas aumentam o risco para leucemia mieloide aguda (LMAleucemia mieloide aguda);
  • tabagismo paterno e materno.

O índice de cura das leucemias vem aumentando progressivamente em função do melhor entendimento dos quimioterápicos, da intensidade do tratamento, bem como dos cuidados de suporte mais intensivos (tratamento de infecções, necessidades transfusionais, cuidados de UTI, quando necessária a internação).

5120.png

As chances de cura para as crianças com leucemia linfoide aguda (LLAleucemia linfoide aguda) podem chegar a 80%. Para esses bons resultados, é de extrema importância a atuação imediata do pediatra no primeiro atendimento, realizando as condutas pertinentes de acordo com o quadro clínico e hematológico do paciente.

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

Objetivos

Após a leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • lembrar das leucemias ao avaliar crianças com sinais e sintomas hematológicos, assim como pacientes com febre e dor óssea;
  • analisar um hemograma com todas as alterações que são características da leucemia;
  • prescrever analgésicos para a criança com dor, inclusive opioides ou derivados, quando a dor for de forte intensidade;
  • reconhecer a gravidade do caso e proceder ao encaminhamento para um centro de referência de tratamento, desde que a criança esteja em condições clínicas para uma eventual transferência de hospital;
  • tomar algumas condutas de urgência, caso necessário, como realizar transfusões ou prescrever antibióticos;
  • conscientizar-se de que não deve prescrever corticosteroides, pois eles dificultam a análise posterior do mielograma, o qual confirmará o diagnóstico;
  • tranquilizar o paciente e os pais.

Esquema conceitual

5008.png

 

×
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login