- Introdução
Considerações gerais
A urolitíase é uma patologia decorrente da formação de concreções anormais, constituídas de compostos cristalinos incorporados em uma matriz orgânica localizada em qualquer segmento, no interior das vias urinárias. Entende-se que a formação do cálculo é consequência do rompimento do equilíbrio existente entre as substâncias promotoras e as inibidoras da cristalização. A frequência e distribuição geográfica da litíase urinária são bastante variáveis (5 a 20%).1 Estima-se que tenham aumentado de forma importante nos países industrializados, atingindo de 10 a 15% da população.
Nos últimos 20 anos, significantes avanços foram alcançados no que se refere a marcadores, sejam eles promotores ou inibidores da litogênese urinária, e a estudos de fatores dietéticos, epidemiológicos, terapêuticos e farmacológicos. No nosso meio, desde a década de 1980, muito se tem pesquisado e publicado sobre essa patologia, notadamente nos trabalhos de Schor NH, IP e Schor NS, M. 2,3
Do ponto de vista urológico, progressos também foram conquistados com o advento da litotripsia percutânea, litotripsia extracórporea por ondas de choque (LECOlitotripsia extracórporea por ondas de choque) e o desenvolvimento de endoscópios de pequeno calibre e mais flexíveis que facilitaram o acesso para retirada de cálculos localizados no trato urinário alto com pouco ou nenhum efeito danoso sobre a função renal. Consequentemente, a cirurgia aberta foi relegada a procedimento de última instância.
No entanto, a nefrolitíase é uma importante causa de doença renal aguda. Além do que, nos eventos agudos de cálculo urinário, mais de 50% dos casos com cálculo localizado no trato urinário superior requerem intervenção cirúrgica.4,5 A presença de litíase recorrente pode levar à perda da função renal. Em um estudo de 1.300 casos novos de doença renal crônica em estágio final, 3,2% desses casos de falência renal ocorreram como resultado direto de litíase renal.6 O objetivo principal do tratamento médico da litíase recorrente é prevenir a formação de novos cálculos e o crescimento dos cálculos já existentes.7,8
- Objetivos
Após a leitura do capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de:
- diagnosticar e tratar a cólica ureteral;
- identificar os prováveis distúrbios metabólicos que possam estar envolvidos na formação de cálculos urinários;
- impedir o crescimento de cálculos renais já existentes ou a formação de outros.
- Esquema conceitual
