- Introdução
A restrição de crescimento fetal (RCFrestrição de crescimento fetal) é uma condição frequente associada à alta morbidade e mortalidade perinatal e, a longo prazo, é responsável por comprometimento neurológico e cognitivo, bem como dano cardiovascular e endócrino/metabólico.
Classicamente, a restrição de crescimento é definida como feto com peso abaixo do percentil 10 (p10) ou impossibilidade de alcançar o potencial genético de crescimento. Todavia, esses conceitos são subjetivos e incapazes de refletir a verdadeira curva de crescimento e o comportamento hemodinâmico fetal.
Atualmente, critérios objetivos foram estabelecidos, facilitando a diferenciação entre fetos restritos e fetos pequenos para a idade gestacional (PIGpequenos para a idade gestacionals). Os fetos restritos constituem um grupo associado a um pior prognóstico neonatal, a curto e longo prazo, em decorrência de uma anormalidade placentária desencadeada por uma circulação hemodinâmica insatisfatória no leito uterino e na unidade feto-placentária, dificultando o ganho de peso e o desenvolvimento fetal de forma adequada. A evolução desse conceito possibilitou a descrição de critérios objetivos para diagnóstico, classificação e seguimento da gestação, proporcionando uma redução da morbidade e mortalidade perinatal.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- classificar a RCFrestrição de crescimento fetal a partir dos novos critérios diagnósticos;
- classificar os estágios de deterioração fetal na restrição de crescimento;
- estabelecer o seguimento da gestação da RCFrestrição de crescimento fetal;
- reconhecer as provas de vitalidade fetal que podem ser aplicadas no acompanhamento da RCFrestrição de crescimento fetal.
- Esquema conceitual