- Introdução
Os biomarcadores tumorais são características celulares, bioquímicas e/ou moleculares (incluindo genética e epigenética), que podem ser medidas de forma objetiva indicando um processo biológico normal, patológico ou, ainda, uma resposta farmacológica após uma intervenção terapêutica. Esses biomarcadores são medidos nos tecidos ou fluidos biológicos, e podem ser proteínas (enzimas, proteínas séricas, metabólitos, receptores, proteínas carcinoembrionárias e oncoproteínas), e, mais recentemente, ácido desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucleico (RNA) (incluindo microácidos ribonucleicos [microRNAmicroácido ribonucleicos]), proteínas e células tumorais circulantes (CTCcélula tumoral circulantes).1
Um marcador tumoral ideal deve ser fácil e rápido de ser medido, rapidamente extraído de fontes prontamente disponíveis, como sangue e urina, ter sensibilidade e especificidade altas. Além disso, seus níveis devem variar rapidamente em resposta ao tratamento, seu nível basal deve permitir uma estratificação de risco e avaliação prognóstica e o seu monitoramento deve estar ligado à fisiopatologia do câncer. Teoricamente, é um método ideal por não ser invasivo, possibilitar uma quantificação objetiva, sem diferença interobservador.1
Os biomarcadores tumorais podem ser preditores de resposta terapêutica, prognósticos e diagnósticos. Os estudos experimentais sobre os biomarcadores têm evoluído progressivamente nos últimos anos, com o sequenciamento de alto rendimento e aumento de caracterização molecular no tecido tumoral. Destaca-se a biópsia líquida que possibilita um diagnóstico precoce não invasivo, fenotipagem do tumor, seleção da terapia e monitoramento da doença em tempo real, parecendo ser um método muito promissor.2,3
No entanto, apesar deste avanço tecnológico, o desenvolvimento dos biomarcadores vai além dos estudos básicos (experimentais), passando por estudos de validação e aplicação clínica. É necessário ressaltar que, além dos marcadores tumorais, todos os demais parâmetros clínicos e de imagem são relevantes para o auxílio no diagnóstico e a avaliação prognóstica da paciente.2,3
- Objetivos
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
- identificar os principais marcadores tumorais estudados nos cânceres de ovário, endométrio e colo uterino;
- distinguir entre biomarcadores prognósticos, preditores e diagnósticos;
- refletir sobre o uso racional dos marcadores tumorais na prática clínica.
- Esquema conceitual