- Introdução
A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica, crônica, caracterizada por redução de massa óssea e deterioração de sua microarquitetura, gerando uma estrutura frágil, suscetível a fraturas.
A manifestação clínica da osteoporose é a fratura espontânea ou decorrente de trauma de baixo impacto, afetando principalmente:
- fêmur proximal;
- vértebras;
- úmero proximal;
- rádio distal.
Uma em cada 2 mulheres e 1 em cada 4 homens a partir de 50 anos de idade sofrerão fratura osteoporótica em suas vidas. Os pacientes que apresentam a primeira fratura têm o dobro de risco de novas fraturas em relação àqueles que não vivenciaram essa experiência. Esse é o conceito de fratura gera fratura. Nos EUA, somente 21% das fraturas osteoporóticas são identificadas ou tratadas, e a segunda fratura gera um custo anual de US$ 1 bilhão.1
As fraturas de quadril são as de maior impacto em qualidade de vida e custo econômico por gerarem maiores morbimortalidades. Esses pacientes apresentarão 10 a 24% de mortalidade no primeiro ano pós-fratura,2,3 e 20% terão nova fratura osteoporótica dentro de 2 anos.3 Outro estudo evidenciou que 30% da taxa de mortalidade após fratura de fêmur ocorreram nos primeiros 6 meses e 21% nos 18 meses seguintes.4 O aumento da taxa de mortalidade persiste com o decorrer do tempo, sendo elevada por mais de 10 anos após fratura de quadril.5
No Brasil, estimam-se 140 mil fraturas de quadril por ano em 2020, com projeções para que esse número suba para 160 mil em 2050. O tempo médio de internação para um paciente com fratura de quadril é de 11 dias com um custo estimado de tratamento de US$ 3.987 por paciente (custo de US$ 12.000 nos hospitais particulares).6
Cada fratura vertebral prévia eleva o risco de novas fraturas vertebrais em duas a quatro vezes, e a progressão se mantém para cada nova fratura vertebral associada.4 O risco de mortalidade é elevado por mais de 5 anos após a lesão.5
As fraturas por fragilidade, não vertebrais e não femorais são frequentemente fraturas sentinelas, que podem preceder grandes fraturas. Com frequência, são oportunidades negligenciadas de avaliação e tratamento focado na prevenção secundária.7
Alguns custos são difíceis de quantificar, como deterioração da qualidade de vida e do tempo gasto pela família no cuidado do paciente. O tratamento das comorbidades após uma fratura constitui 75% do custo total de saúde das fraturas osteoporóticas.8
Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- revisar os grupos de risco para osteoporose;
- rastrear a osteoporose;
- investigar as possíveis patologias subjacentes;
- utilizar as medicações disponíveis;
- realizar o manejo dos bisfosfonatos;
- descrever os parâmetros de boa resposta terapêutica.
- Esquema conceitual