- Introdução
O tremor é o movimento involuntário mais comum em seres humanos. Por vezes, é um sinal clínico que pode indicar alterações metabólicas ou doenças neurológicas de base.
Conhecer dados da história clínica e do exame físico que devem ser investigados visando chegar a um diagnóstico preciso é de central importância não só para o neurologista, mas também para o clínico geral, profissional que lidará com inúmeros casos de tremor durante a sua carreira. Por isso é tão importante ao médico generalista estar atento às características do quadro apresentado e saber reconhecer os sinais da história e do exame físico que apontam para uma determinada etiologia.
O tremor é uma oscilação rítmica de uma parte do corpo decorrente de contrações de músculos antagonistas.1
O tremor pode ser classificado de diferentes maneiras, por exemplo, quanto à etiologia (tremor parkinsoniano, tremor essencial, tremor fisiológico, etc.), à fenomenologia (modo de manifestação do tremor), à frequência, à amplitude, à localização, etc.
Na prática, classificar o tremor do paciente quanto a cada uma de suas características pode parecer trabalhoso e irrelevante, mas não é: a análise minuciosa de todas as características visuais do tremor é a ferramenta mais importante para se chegar a um diagnóstico. Não há uma fórmula prática de diagnóstico, uma tabela para decorar e resolver o assunto ou um exame que mostre prontamente do que ele se trata, por isso é válido rever os conteúdos de semiologia neurológica, os quais fornecem as ferramentas necessárias para lidar de fato com o tremor.
Neste capítulo, propõe-se uma revisão geral sobre a terapêutica mais comum para cada etiologia do tremor, contudo é necessário que o profissional faça a sua parte, o que consiste em raciocinar a respeito de cada caso e, consequentemente, chegar sozinho a um diagnóstico preciso, a partir do qual será fácil estabelecer um plano de tratamento.
O objetivo central deste capítulo é contribuir para que o leitor, considerado um médico generalista, esteja apto a examinar com minúcia um paciente com tremor, de modo a saber identificar todas as características que apontem para uma determinada etiologia. Neste capítulo, também se apresentam aspectos sobre os tratamentos específicos. Para um melhor aproveitamento deste material, é interessante que o leitor compreenda o conteúdo central já tendo dominado a propedêutica.
Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- examinar um paciente com tremor de forma adequada;
- identificar as principais causas de tremor no contexto de atendimento ambulatorial;
- reconhecer os principais recursos terapêuticos envolvidos no manejo do tremor.
- Esquema conceitual
