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PANCREATITE AGUDA

Alberto Goldenberg

Franz Robert Apodaca-Torrez

Edson José Lobo

epub-BR-PROURGEM-C16V4_Artigo1

Objetivo

Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de

  • descrever os conceitos sobre pancreatite aguda (PA) leve e grave;
  • identificar a fisiologia, a classificação e a caracterização da PA;
  • ordenar como deve ser a abordagem inicial em pacientes com PA;
  • listar as controvérsias sobre a doença.

Esquema conceitual

Introdução

A PA é uma doença polimorfa, que, do ponto de vista histopatológico, se traduz em um processo inflamatório que pode limitar-se ao pâncreas, a tecidos peripancreáticos ou, ainda, atingir órgãos e sistemas remotos.

A PA tem características fisiopatológicas, clínicas, laboratoriais e de imagem bastante peculiares, que fazem com que, apesar do grande avanço no seu conhecimento, ainda persistam muitas lacunas no que se refere principalmente à sua fisiopatologia e à sua evolução. Da mesma forma, muitos de seus aspectos terapêuticos continuam gerando uma série de controvérsias.1

Esse processo inflamatório é desencadeado pela ativação anômala de enzimas pancreáticas, secundária a diversas etiologias e cuja repercussão clínica é muito variável, compreendendo desde dor abdominal, acompanhada ou não de sintomas dispépticos, com mínima repercussão do estado clínico do paciente, até manifestações sistêmicas, caracterizadas por insuficiência orgânica.

Após o Simpósio de Atlanta, em 1992,2 e analisando as características anatomopatológicas da doença, ficaram claramente diferenciadas as duas principais formas de apresentação da pancreatite: a forma leve, que é caracterizada por edema pancreático, infiltrado polimorfonuclear, baixos índices de morbimortalidade e frequência aproximada de 80 a 90%; a forma grave, que é observada em 10 a 20% das vezes, caracterizada por necrose pancreática ou peripancreática, elevados índices de morbidade e mortalidade de até 40%.

Embora o Simpósio de Atlanta, 1992, tenha tentado unificar e definir os conceitos sobre essa doença, muitos aspectos ainda geram controvérsias, fundamentalmente entre clínicos, intensivistas, cirurgiões e imagenologistas.3

Conceitos modernos propõem, para a definição e o diagnóstico clínico da PA, a presença de pelo menos dois de três critérios para a confirmação da doença:4 dor abdominal de forte intensidade sugestiva de PA; aumento dos níveis de amilase/lípase sérica, três vezes acima do limite superior da normalidade; achados radiológicos característicos da doença à tomografia de abdome ou ressonância magnética.

Dados epidemiológicos mostram que a PA é responsável por aproximadamente 275.000 internações por ano nos Estados Unidos da América (EUA).5 No Brasil, não dispomos de estudos epidemiológicos sobre a real incidência desta doença. Segundo dados do DATASUS, em 2022,6 e segundo a classificação internacional de doenças (CID-10 K85), a PA e outras doenças pancreáticas foram responsáveis por 37.312 internações.

Fisiopatologia

Os aspectos fisiopatológicos da PA foram um dos temas mais estudados nos últimos 30 anos. Estudos macroscópicos, como os de Opie (1901), iniciaram as tentativas de explicação fisiopatogênica da pancreatite de origem biliar. Com o avanço da tecnologia, os estudos biomoleculares e experimentais, assim como os novos métodos laboratoriais para dosagem de substâncias, ganharam grande importância no melhor conhecimento dos fenômenos intracelulares e bioquímicos que aconteceriam nessa doença.7

Evidências clínicas e principalmente experimentais mostraram que a PA não é simplesmente o resultado da ativação anômala de enzimas, a partir dos grânulos de zimogênio da célula acinar pancreática e com a consequente autodigestão de tecidos pancreático e peripancreático. Também desempenhariam papel fundamental as alterações da microcirculação pancreática, as quais determinariam a isquemia e a necrose pancreática — conceitos considerados hoje de fundamental importância na fisiopatologia da pancreatite aguda grave (PAG) e diretamente relacionados com a ação de mediadores inflamatórios.8

De forma abreviada, podemos afirmar que, após a agressão da célula acinar pancreática e independentemente do fator etiológico, uma série de eventos intracelulares levarão à ativação de enzimas pancreáticas, desencadeando uma cascata enzimática. Paralelamente a esses fenômenos, a liberação de uma série de mediadores inflamatórios caracterizaria também uma verdadeira cascata inflamatória, os quais determinariam o curso da PA.

O estímulo e ativação de células inflamatórias levariam ao aumento de vários mediadores pró-inflamatórios, como o fator de necrose tumoral (TNF, as interleucinas (IL-1, IL-2, IL-6), as citocinas, e de mediadores anti-inflamatórios — IL-10 e receptor antagonista de IL-1 —, entre outros. Dependendo do predomínio desses mediadores, teremos ou não as repercussões sobre diferentes órgãos e sistemas, consequentemente um quadro de PA leve ou grave, representado no Quadro 1.

Quadro 1

FATORES QUE DETERMINAM A GRAVIDADE DA PANCREATITE AGUDA

Leve

Grave

Mediadores anti-inflamatórios

Mediadores pró-inflamatórios

  • NEP
  • C5a
  • IL-10
  • sTNFR
  • IL-1ra
  • IL-1
  • TNF-α
  • IL-6
  • PAF
  • ICAM-1
  • IL-8
  • GRO-α/CINC
  • MIP-1α/RANTES
  • MCP-1
  • Substância P

Forma de morte celular Apoptose

Forma de morte celular Necrose

NEP: Endopeptidase neutra; C5a: Componente do complemento 5a; sTNFR = Receptor solúvel de fator de necrose tumoral; IL-1ra = Receptor antagonista de interleucina 1; PAF = Fator de ativação plaquetária; ICAM-1 = Molécula de adesão intercelular 1; GRO-α/CINC = Growth-related oncogene-α/cytokine-induced neutrophil chemoattrac-tant; MIP-1α = Macrophage inflammatory protein-1α; RANTES = Regulated upon Activation, Normal T-cell Expressed and Secreted; MCP-1 = monocyte chemoattractant protein-1. // Fonte: Adaptado de Bathia e colaboradores (2005).8

Etiologia

Embora muitas outras etiologias da pancreatite já estejam estabelecidas — trauma, drogas, infecciosas, vasculares e manuseio endoscópico —, uma parcela não desprezível permanece com a etiologia desconhecida, sendo, portanto, denominada idiopática. Entretanto, estudos clínicos e epidemiológicos apontam a doença litiásica biliar e o álcool como os principais fatores etiológicos, sendo responsáveis por aproximadamente 80 a 90% de todas as pancreatites. A relação dessas proporções varia de acordo com o local geográfico onde a doença é estudada.9

Em nosso meio, embora não se conheçam estudos epidemiológicos sobre a real incidência de PA, trabalhos apontam a litíase biliar como a causa predominante.10

De forma didática, Ranson classificou as diferentes etiologias das pancreatites, em quatro grandes grupos, conforme o Quadro 2.9

Quadro 2

FATORES ETIOLÓGICOS NA PANCREATITE AGUDA

Metabólicos

  • Álcool
  • Hiperlipoproteinemia
  • Hipercalcemia
  • Drogas
  • Genéticos
  • Veneno de escorpião

Mecânicos

  • Colelitíase
  • Pós-operatório
  • Pâncreas divisum
  • Pós-trauma
  • Pancreatocolangiografia retrógrada endoscópica
  • Obstrução do ducto pancreático — neoplasias, ascaridíase
  • Sangramento do ducto pancreático
  • Obstrução duodenal

Vasculares

  • Pós-operatório — bypass cardiopulmonar
  • Periarterite nodosa
  • Ateroembolismo

Infecciosos

  • Caxumba
  • Coxsackie B
  • Citomegalovírus
  • Cryptococcus

// Fonte: Adaptado de Ranson (1997).9

ATIVIDADES

1. Descreva a diferença entre a forma leve e a forma grave da PA.

Confira aqui a resposta

Espera-se que o leitor responda que a forma leve é caracterizada por edema pancreático, infiltrado polimorfonuclear, baixos índices de morbimortalidade e frequência aproximada de 80 a 90%; já a forma grave é observada em 10 a 20% das vezes, caracterizada por necrose pancreática ou peripancreática, elevados índices de morbidade e mortalidade de até 40%.

Resposta correta.


Espera-se que o leitor responda que a forma leve é caracterizada por edema pancreático, infiltrado polimorfonuclear, baixos índices de morbimortalidade e frequência aproximada de 80 a 90%; já a forma grave é observada em 10 a 20% das vezes, caracterizada por necrose pancreática ou peripancreática, elevados índices de morbidade e mortalidade de até 40%.

Espera-se que o leitor responda que a forma leve é caracterizada por edema pancreático, infiltrado polimorfonuclear, baixos índices de morbimortalidade e frequência aproximada de 80 a 90%; já a forma grave é observada em 10 a 20% das vezes, caracterizada por necrose pancreática ou peripancreática, elevados índices de morbidade e mortalidade de até 40%.

2. Analise as afirmativas sobre a determinação da PAG.

I. Cálculo impactado na papila.

II. Uso de analgésicos derivados da morfina.

III. Predomínio dos mediadores pró-inflamatórios.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II.

C) Apenas a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


As afirmativas I e II estão incorretas, pois, na fisiopatologia da PAG, estão envolvidos mecanismos de liberação de mediadores inflamatórios que desenvolvem resposta inflamatória sistêmica, independentemente de outros fatores mecânicos ou químicos.

Resposta correta.


As afirmativas I e II estão incorretas, pois, na fisiopatologia da PAG, estão envolvidos mecanismos de liberação de mediadores inflamatórios que desenvolvem resposta inflamatória sistêmica, independentemente de outros fatores mecânicos ou químicos.

A alternativa correta é a "C".


As afirmativas I e II estão incorretas, pois, na fisiopatologia da PAG, estão envolvidos mecanismos de liberação de mediadores inflamatórios que desenvolvem resposta inflamatória sistêmica, independentemente de outros fatores mecânicos ou químicos.

3. Assinale a afirmativa que apresenta os fatores que determinam a gravidade da PAG.

A) IL-1, TNF-α, IL-6, PAF, ICAM-1, IL-8, GRO-α/CINC, MIP-1α/RANTES, MCP-1 e Substância P.

B) NEP, IL-6, PAF, ICAM-1, IL-8, GRO-α/CINC, C5a, MCP-1 e sTNFR.

C) IL-1ra, TNF-α, IL-6, PAF, ICAM-1, IL-10, MIP-1α/RANTES, MCP-1 e Substância P.

D) IL-1, IL-6, IL-8, IL-10, ICAM-1, IL-8, GRO-α/CINC, sTNFR, MCP-1 e Substância P.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois, conforme consta no Quadro 1, NEP, C5a, IL-10, sTNFR e IL-1ra são fatores que determinam a gravidade da PA leve.

Resposta correta.


As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois, conforme consta no Quadro 1, NEP, C5a, IL-10, sTNFR e IL-1ra são fatores que determinam a gravidade da PA leve.

A alternativa correta é a "A".


As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois, conforme consta no Quadro 1, NEP, C5a, IL-10, sTNFR e IL-1ra são fatores que determinam a gravidade da PA leve.

Diagnóstico

O diagnóstico da PA é eminentemente clínico, laboratorial e de imagem.

Diagnóstico clínico

O quadro clínico da pancreatite pode variar, dependendo da intensidade do processo. É caracterizado fundamentalmente pela presença de dor abdominal, de moderada para forte intensidade, localizada no epigástrio e/ou no hipocôndrio direito, irradiada para a região dorsal em 50% dos casos — dor em faixa —, geralmente acompanhada de náuseas e vômitos. Em alguns pacientes, é possível encontrar sinais de desidratação e distúrbios eletrolíticos. Mais raramente, alguns pacientes podem apresentar sinais de colangite, devido à persistência do fator obstrutivo — origem biliar.

Em aproximadamente 5% dos pacientes que apresentam a forma grave da pancreatite, além do quadro de dor abdominal, podem ser observadas a presença de hematomas e equimose7

  • na região periumbilical — sinal de Cullen;
  • nos flancos abdominais — sinal de Grey-Turner;
  • nas regiões inguinais — sinal de Fox.

Diagnóstico laboratorial

Do ponto de vista laboratorial, o aumento dos níveis da amilase e lipase sérica três vezes acima dos limites da normalidade geralmente confirma o diagnóstico de PA. Algumas situações clínicas poderiam alterar esses parâmetros, como

  • insuficiência renal;
  • hipertrigliceridemia;
  • macroamilasemia.

Geralmente, são observados em pacientes com PA de etiologia litiásica:11

  • aumento das transaminases, especialmente a transaminase glutâmica pirúvica (TGP);
  • fosfatase alcalina;
  • gamaglutamiltransferase;
  • discreto aumento das bilirrubinas.

Diagnóstico por imagem

O Quadro 3 indica os métodos de imagem para diagnosticar a PA.

Quadro 3

MÉTODOS DE IMAGEM UTILIZADOS NO DIAGNÓSTICO DE PANCREATITE AGUDA

Raio X simples de abdome — três posições

Pode mostrar velamento do andar superior do abdome, presença de derrame pleural e até níveis hidroaéreos; esse método de imagem ajuda fundamentalmente para diferenciar outras eventuais causas de dor abdominal — diagnóstico diferencial.

Ultrassom de abdome

É um dos principais métodos de imagem para o estudo dessa doença, embora raramente mostre as alterações da glândula pancreática, em muitas situações mostrará o fator etiológico da pancreatite, e, mais raramente, sinais indiretos da presença de cálculos na via biliar.7

Tomografia de abdome

Sem dúvida, é o melhor método para avaliar e estadiar a PA; entretanto esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG cinco dias após o quadro ter-se iniciado.12

Classificação

Desde as primeiras observações clínicas e anatomopatológicas, vem-se buscando classificar as pancreatites, utilizando parâmetros13

  • etiológicos;
  • clínicos;
  • evolutivos;
  • histológicos.

No entanto a diversidade nas classificações se constituiu no principal obstáculo à comparação dos resultados das diferentes casuísticas.13

Preocupados em padronizar conceitos e terminologias, organizaram-se simpósios como os de Marselha, em 1963, e, posteriormente, em 1984, dos quais se obteve uma classificação com base, principalmente, em aspectos2

  • clínicos;
  • anatomopatológicos;
  • evolutivos.

A crítica e a posterior não aceitação desse tipo de classificações basicamente deveu-se ao fato de agrupar a PA e a crônica — entidades clínicas atualmente conceituadas, estudadas e classificadas de maneira independente.

Posteriormente, surgiram diferentes classificações, em geral pouco aceitas pela maioria dos serviços. Essa diversidade na caracterização e na denominação dos fenômenos locais que acompanham a doença levou a um novo simpósio, em Atlanta, em 1992, com o objetivo de estabelecer uma classificação simples, objetiva, precisa e não invasiva, além de definir melhor a terminologia, frequentemente utilizada de forma conflitante.

A classificação, então proposta, pode ser expressa como se segue:2

  • PAG;
  • PA leve.

E as complicações seriam:

  • coleção líquida aguda peripancreática;
  • necrose pancreática;
  • pseudocisto;
  • abscesso pancreático.

Em uma recente revisão, a definição da PA, pelos critérios de Atlanta, foi muito criticada devido a inúmeras falhas nela encontradas, observando-se nas publicações após 1993 uma série de novos métodos e escores de avaliação e de classificação da PA.13

Em 2012, surge a classificação revisada de Atlanta, na qual foi introduzida uma forma intermediária de PA, que a classifica da seguinte maneira:14

  • PA leve;
  • PA moderadamente grave;
  • PAG.

Na mesma época, surge também a classificação de acordo aos determinantes — infecção —, a qual acrescenta uma quarta forma de pancreatite, de acordo com a presença de falha orgânica e infecção, denominada PA fulminante. Entretanto a classificação revisada de Atlanta parece ser a mais aceita.

ATIVIDADES

4. Descreva as limitações da tomografia de abdome para diagnosticar a PA.

Confira aqui a resposta

Espera-se que o leitor responda que a limitação da tomografia de abdome está no fato de que esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG cinco dias após o quadro ter-se iniciado.

Resposta correta.


Espera-se que o leitor responda que a limitação da tomografia de abdome está no fato de que esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG cinco dias após o quadro ter-se iniciado.

Espera-se que o leitor responda que a limitação da tomografia de abdome está no fato de que esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG cinco dias após o quadro ter-se iniciado.

5. Descreva os sintomas mais comuns da PA leve.

Confira aqui a resposta

Espera-se que o leitor responda que os sintomas mais comuns de PA leve se dão pela presença de dor abdominal, de moderada para forte intensidade, localizada no epigástrio e/ou no hipocôndrio direito, irradiada para a região dorsal em 50% dos casos — dor em faixa —, geralmente acompanhada de náuseas e vômitos. Em alguns pacientes, é possível encontrar sinais de desidratação e distúrbios eletrolíticos. Mais raramente, alguns pacientes podem apresentar sinais de colangite devido à persistência do fator obstrutivo — origem biliar.

Resposta correta.


Espera-se que o leitor responda que os sintomas mais comuns de PA leve se dão pela presença de dor abdominal, de moderada para forte intensidade, localizada no epigástrio e/ou no hipocôndrio direito, irradiada para a região dorsal em 50% dos casos — dor em faixa —, geralmente acompanhada de náuseas e vômitos. Em alguns pacientes, é possível encontrar sinais de desidratação e distúrbios eletrolíticos. Mais raramente, alguns pacientes podem apresentar sinais de colangite devido à persistência do fator obstrutivo — origem biliar.

Espera-se que o leitor responda que os sintomas mais comuns de PA leve se dão pela presença de dor abdominal, de moderada para forte intensidade, localizada no epigástrio e/ou no hipocôndrio direito, irradiada para a região dorsal em 50% dos casos — dor em faixa —, geralmente acompanhada de náuseas e vômitos. Em alguns pacientes, é possível encontrar sinais de desidratação e distúrbios eletrolíticos. Mais raramente, alguns pacientes podem apresentar sinais de colangite devido à persistência do fator obstrutivo — origem biliar.

6. Analise as afirmativas sobre os sinais laboratoriais observados em pacientes com PA de etiologia litiásica.

I. Diminuição da TGP.

II. Fosfatase alcalina.

III. Gamaglutamiltransferase.

IV. Diminuição das bilirrubinas.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II e a III.

C) Apenas II e a IV.

D) Apenas a I, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


As afirmativas I e IV estão incorretas, pois são observados em pacientes com PA de etiologia litiásica: aumento das transaminases especialmente a TGP; fosfatase alcalina; gamaglutamiltransferase; discreto aumento das bilirrubinas.

Resposta correta.


As afirmativas I e IV estão incorretas, pois são observados em pacientes com PA de etiologia litiásica: aumento das transaminases especialmente a TGP; fosfatase alcalina; gamaglutamiltransferase; discreto aumento das bilirrubinas.

A alternativa correta é a "B".


As afirmativas I e IV estão incorretas, pois são observados em pacientes com PA de etiologia litiásica: aumento das transaminases especialmente a TGP; fosfatase alcalina; gamaglutamiltransferase; discreto aumento das bilirrubinas.

7. Correlacione os métodos de imagem utilizados no diagnóstico de PA e as características correspondentes.

1. Raio X simples de abdome

2. Ultrassom de abdome

3. Tomografia de abdome

É um dos principais métodos de imagem para o estudo dessa doença; embora raramente mostre as alterações da glândula pancreática, em muitas situações mostrará o fator etiológico da pancreatite, e, mais raramente, sinais indiretos da presença de cálculos na via biliar.

É o melhor método para avaliar e estadiar a PA.

Pode mostrar velamento do andar superior do abdome, presença de derrame pleural e até níveis hidroaéreos; esse método de imagem ajuda fundamentalmente para diferenciar outras eventuais causas de dor abdominal.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 3 — 2 — 1

B) 1 — 2 — 3

C) 2 — 1 — 3

D) 2 — 3 — 1

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois conforme mostrado no Quadro 3, a correlação correta dos de imagem utilizados no diagnóstico de PA e as características correspondentes são as seguintes: raio X simples de abdome — três posições — pode mostrar velamento do andar superior do abdome, presença de derrame pleural e até níveis hidroaéreos; esse método de imagem ajuda fundamentalmente para diferenciar outras eventuais causas de dor abdominal — diagnóstico diferencial; ultrassom de abdome — é um dos principais métodos de imagem para o estudo dessa doença, embora raramente mostre as alterações da glândula pancreática, em muitas situações mostrará o fator etiológico da pancreatite, e, mais raramente, sinais indiretos da presença de cálculos na via biliar; tomografia de abdome — sem dúvida, é o melhor método para avaliar e estadiar a PA, entretanto esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG, cinco dias após o quadro ter sido iniciado.

Resposta correta.


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois conforme mostrado no Quadro 3, a correlação correta dos de imagem utilizados no diagnóstico de PA e as características correspondentes são as seguintes: raio X simples de abdome — três posições — pode mostrar velamento do andar superior do abdome, presença de derrame pleural e até níveis hidroaéreos; esse método de imagem ajuda fundamentalmente para diferenciar outras eventuais causas de dor abdominal — diagnóstico diferencial; ultrassom de abdome — é um dos principais métodos de imagem para o estudo dessa doença, embora raramente mostre as alterações da glândula pancreática, em muitas situações mostrará o fator etiológico da pancreatite, e, mais raramente, sinais indiretos da presença de cálculos na via biliar; tomografia de abdome — sem dúvida, é o melhor método para avaliar e estadiar a PA, entretanto esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG, cinco dias após o quadro ter sido iniciado.

A alternativa correta é a "D".


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois conforme mostrado no Quadro 3, a correlação correta dos de imagem utilizados no diagnóstico de PA e as características correspondentes são as seguintes: raio X simples de abdome — três posições — pode mostrar velamento do andar superior do abdome, presença de derrame pleural e até níveis hidroaéreos; esse método de imagem ajuda fundamentalmente para diferenciar outras eventuais causas de dor abdominal — diagnóstico diferencial; ultrassom de abdome — é um dos principais métodos de imagem para o estudo dessa doença, embora raramente mostre as alterações da glândula pancreática, em muitas situações mostrará o fator etiológico da pancreatite, e, mais raramente, sinais indiretos da presença de cálculos na via biliar; tomografia de abdome — sem dúvida, é o melhor método para avaliar e estadiar a PA, entretanto esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG, cinco dias após o quadro ter sido iniciado.

Estadiamento e caracterização

Em 1974, Ranson e colaboradores elaboraram uma relação de critérios inicialmente aplicados para avaliar pacientes com PA de etiologia alcoólica, que foram, posteriormente (1982), modificados para a PA de etiologia biliar e que analisavam os doentes por ocasião da admissão e 48 horas após.15 Esses critérios, relacionados no Quadro 4, tiveram grande aceitação e permitiram a estratificação da doença, bem como a comparação de diferentes casuísticas.

Quadro 4

CRITÉRIOS DE RANSON

PA alcoólica e outras

PA biliar

Admissão

Idade

>55 anos

>70 anos

Leucócitos

>16.000/mm3

>18.000/mm3

Glicemia

>200mg/100mL

>220mg/100mL

Lactato desidrogenase (DHL)

>350U/I

>250 U/I

Transaminase glutâmica-oxaloacética (TGO)

>250U/I

>250 U/I

48 horas

Hematócrito (Htc)

↓ 10%

↓ 10%

Nitrogênio ureico

↑ 5mg/100mL

↑ 2mg/100mL

Cálcio

<8mg/100mL

< 8mg/100mL

Pressão de oxigênio (PO2)

<60mmHg

-

Excesso de base

<-4mEq/L

<-5mEq/L

Sequestro líquido

>6.000mL

>4.000mL

// Fonte: Adaptado de Ranson e colaboradores (1974).15

A presença de um ou dois critérios caracteriza a PA leve; de três a seis critérios são observados na PAG; acima de seis critérios indica a PA fulminante. Índices de mortalidade de 1 a 2% são observados nas formas leves, e de até 80 a 100%, nas formas mais graves.15

Em 1983, Bank e colaboradores elaboraram uma relação de critérios clínicos e laboratoriais, expressos no Quadro 5, e que definiam como PAG aquela que manifestasse um ou mais desses critérios, caracterizando, assim, a presença de insuficiência orgânica.16

Quadro 5

CRITERIOS DE BANK E COLABORADORES

Cardíacos

  • Choque
  • Taquicardia — >130bpm
  • Arritmias
  • Alterações do eletrocardiograma (ECG)

Pulmonares

  • Dispneia
  • Estertores
  • pO2 <60mmHg
  • Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA)

Renais

  • Débito urinário <50mL/h
  • Elevação do nitrogênio ureico e/ou creatinina

Metabólicos

  • Queda do cálcio
  • Queda do potencial hidrogeniônico (pH)
  • Queda da albumina

Hematológicos

  • Queda do Htc
  • Coagulação intravascular disseminada (CIVD)

Neurológicos

  • Irritabilidade
  • Confusão
  • Sinais de localização

Hemorragia peritoneal

  • Presença de equimose na parede abdominal

Distensão abdominal

  • Íleo paralítico grave
  • Líquido peritoneal

// Fonte: Adaptado de Bank e colaboradores (1983).16

Em 1984, Blamey e colaboradores estabeleceram os critérios de Glasgow, que, de forma prática, não seriam mais do que os critérios de Ranson modificados. Eles são apresentados no Quadro 6.17

Quadro 6

CRITÉRIOS DE GLASGOW

Nas primeiras 48 horas

Idade

>55 anos

Leucócitos

>15.000mm3

Glicemia

>180mg/dLl

Ureia

>45mg/dLl

DHL

>600U/I

Albumina

<3,3g/dL

Cálcio

<8mg/dL

PO2

<60mmHg

// Fonte: Adaptado de Blamey e colaboradores (1984).17

Knaus e colaboradores, a partir de 1985,18 passaram a empregar, para a avaliação da PA, os critérios de Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II), cuja maior qualidade é permitir uma avaliação momentânea e sequencial dos fenômenos que envolvem o processo. Nessa avaliação, o escore de até sete pontos caracteriza a PA leve, e o escore de oito ou mais pontos define a doença como grave. Nesse tipo de avaliação, são analisadas diferentes variáveis, conforme aponta o Quadro 7.

Quadro 7

ESCORE DE ACUTE PHYSIOLOGY AND CHRONIC HEALTH EVALUATION

A) Variáveis fisiológicas

  • Temperatura retal
  • Pressão arterial média
  • Frequência cardíaca
  • Frequência respiratória
  • Oxigenação
  • Fração inspirada de oxigênio (FIO2)
  • pH arterial
  • Sódio sérico
  • Potássio sérico
  • Creatinina sérica
  • Htc
  • Leucócitos — mil cel./mm3
  • Escala de coma de Glasgow.

B) Idade — anos

<44 = 0

45–54 = 2

55–64 = 3

65–74 = 5

>75 = 6

C) Doenças crônicas

Para pacientes sem condições cirúrgicas ou em pré-operatório de cirurgia de emergência = 5 pontos; pós-operatório de cirurgia eletiva = 2 pontos.

Define-se como tendo doença crônica o paciente portador de insuficiências orgânicas ou com estado imunocomprometido anterior à admissão hospitalar, conforme os seguintes critérios:

  • fígado — cirrose comprovada por biópsia e hipertensão portal documentada, episódios passados de hemorragia gastrintestinal atribuída à hipertensão portal, ou episódios anteriores de falência, coma ou insuficiência hepática;
  • cardiovascular — NY Heart Association classe IV.
  • respiratório — doença crônica obstrutiva/restritiva ou doença vascular resultando em hipertensão pulmonar — >40mmHg — ou dependência respiratória;
  • renal — diálise crônica recorrente;
  • imunocomprometido — imunossupressão, quimioterapia, radiação, uso de esteroide por longa data ou em altas doses recentemente, leucemia, linfoma, síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA).

// Fonte: Adaptado de Knaus e colaboradores (1985).18

O escore Apache II é calculado somando A (soma dos 12 itens das variáveis fisiológicas) + B (pontuação conforme a idade) + C (pontuação conforme as doenças crônicas).18

Previsão de gravidade: até sete pontos, pancreatite leve, de oito pontos para cima, PAG.18

Um dos principais objetivos do Simpósio de Atlanta2 foi o de homogeneizar a nomenclatura e a caracterização da PA, utilizando critérios clínicos, laboratoriais e de imagem. No entanto, passaram-se quase duas décadas, e esses aspectos continuam sem consenso.

A caracterização da PAG àquela época foi definida com a presença de

  • três ou mais critérios de Ranson;
  • oito ou mais pontos do APACHE II;
  • uma ou mais insuficiências orgânicas;
  • complicações locais.

Esse simpósio não atingiu os objetivos propostos.

Publicações e revisões mais recentes apontam o escore de Marchal Multiple Organ Dysfunction Score (MODS)19 e o Sequential Organ Failure Assessment (SOFA)20 como instrumentos de melhor acurácia para a avaliação inicial e o estadiamento de pacientes com PA, demonstrando a necessidade de uma nova revisão da terminologia, da forma de avaliação, do papel dos métodos laboratoriais e até dos novos métodos e técnicas imagenológicas aplicadas na tentativa de identificar o mais cedo possível pacientes com a forma grave da doença.

Tanto o escore de Marshal MODS quanto o SOFA consideram o zero como normal e 3 (três) como anormal; na aplicação para estratificar pacientes com PAG, consideram-se aqueles com escore superior a três.19,20

O Quadro 8 apresenta o escore de Marshal MODS.

Quadro 8

ESCORE DE MARSHAL MULTIPLE ORGAN DYSFUNCTION SCORE

Órgão/sistema

Escore

0

1

2

3

4

Respiratório

PO2/FIO2

>300

226–300

151–225

76–150

<75

Renal

Creatinina (µmol/L)

<100

101–200

201–350

351–500

>500

Hepático

Bilirrubinas (µmol/L)

<20

21–60

61–120

121–240

>240

Cardiovascular

Índice cardíaco

<10,0

10,1–15,0

15,1–20,0

20,1–30,0

>30,0

Hematológico

Plaquetas (mL 10-3)

>120

81–120

51–80

51–50

<20

Neurológico

Escore de Glasgow

15

13–14

10–12

7–9

<6

// Fonte: Adaptado de Marshall e colaboradores (1995).19

O índice cardíaco é calculado da seguinte forma:

Índice cardíaco = débito cardíaco x pressão venosa central/pressão arterial média.

O Quadro 9 demonstra o escore SOFA.

Quadro 9

ESCORE SEQUENTIAL ORGAN FAILURE ASSESSMENT

Órgão/sistema

SOFA escore

0

1

2

3

4

Respiratório

PaO2/FiO2 (torr)

>400

<400

<300

<200csv

<100csv

Coagulação

Plaquetas (x103/mm3)

>150

<150

<100

<50

<20

Hepático

Bilirrubinas (mg/dL)

<1,2

1,2–1,9

2,0–5,9

6,0–11,9

>12,0

Cardiovascular

Hipotensão

Sem

PAM <70

Dopamina <5

ou dobutamina QD

Dopamina >5

ou epi <0,1

ou norepi <0,1

Dopamina >15

ou epi >0,1

ou norepi >0,1

Sistema nervoso central

Escore de Glasgow

15

13–14

10–12

6–9

<6

Renal creatinina (mg/mL)

<1,2

1,2–1,9

2,0–3,4

3,5–4,9

>5,0

csv = Com suporte ventilatório; QD = Qualquer dose; epi = Epinefrina; norepi = norepinefrina. // Fonte: Adaptado de Vincent e colaboradores (1996).20

Na revisão de Atlanta, propõe-se a estratificação da PA através dos critérios de Marshal modificado, avaliando a função respiratória, renal e cardiovascular. Atualmente, existem outros escores de avaliação, como os de Bedside Index of Severity in Acute Pancreatitis (BISAP), síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), entre outros, que têm como objetivo detectar precocemente sinais de falha orgânica, não existindo uma forma única consensual para esse objetivo. As características do serviço serão as que determinarão qual a forma adequada para estratificar a PA.21

Em 1985, Balthazar e colaboradores22 propuseram índices de gravidade da PA, com base em achados de imagem obtidos por tomografia computadorizada. Essa classificação, expressa no Quadro 10, relaciona baixos índices de morbidade e mortalidade aos estádios A e B, ao contrário dos estádios D e E.

Quadro 10

CLASSIFICAÇÃO TOMOGRÁFICA DA PANCREATITE AGUDA

A — Pâncreas normal.

B — Pâncreas aumentado.

C — Edema peripancreático.

D — Presença de uma coleção peripancreática.

E — Presença de duas ou mais coleções ou ar na região peripancreática.

// Fonte: Adaptado de Balthazar e colaboradores (1985).22

Em 1990, os mesmos autores acrescentaram a esses critérios prognósticos os percentuais de necrose do parênquima glandular, fornecidos pela tomografia computadorizada com contraste endovenoso “em bolo”, a qual possibilita definir melhor a área pancreática, cuja perfusão se encontra comprometida. Essa nova classificação, expressa no Quadro 11, tem tido boa aceitação por parte dos serviços, sendo o principal critério de avaliação, principalmente em pacientes com a forma grave da doença.23

Quadro 11

ÍNDICE DE GRAVIDADE TOMOGRÁFICA

Alteração pancreática

Pontos

Necrose pancreática (%)

Pontos

A

0

Sem necrose

0

B

1

Até 30 % de necrose

2

C

2

De 30 a 50% de necrose

4

D

3

Acima de 50% de necrose

6

E

4

0–3 pontos: 3% de mortalidade e 8% morbidade; 4–6 pontos: 6% de mortalidade e 35% de morbidade; 7–10 pontos: 17% de mortalidade e 92% de morbidade. // Fonte: Adaptado de Balthazar e colaboradores (1990).23

A proteína C-reativa, com valores acima de 150, é considerada como de alto valor preditivo para detectar pacientes com PAG, 48 horas após o quadro ter sido iniciado.24

ATIVIDADES

8. Analise as afirmativas sobre a PAG.

I. Tem três ou mais critérios de Ranson.

II. Tem oito pontos ou mais do APACHE II.

III. Tem falência orgânica de um sistema.

IV. Precisa ter falência orgânica de todos os sistemas.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II e a III.

C) Apenas a III e a IV.

D) Apenas I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


A afirmativa IV está incorreta, pois a presença de falência orgânica de um único órgão é suficiente para caracterizar a PA como grave.

Resposta correta.


A afirmativa IV está incorreta, pois a presença de falência orgânica de um único órgão é suficiente para caracterizar a PA como grave.

A alternativa correta é a "D".


A afirmativa IV está incorreta, pois a presença de falência orgânica de um único órgão é suficiente para caracterizar a PA como grave.

9. O MODS — critérios de Marshal — avalia o sistema cardiovascular com

A) a pressão arterial média.

B) a pressão sistólica.

C) o índice cardíaco.

D) a pressão venosa central.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois adota-se o índice cardíaco como forma de avaliar o sistema cardiovascular nos critérios MODS.

Resposta correta.


As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois adota-se o índice cardíaco como forma de avaliar o sistema cardiovascular nos critérios MODS.

A alternativa correta é a "C".


As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois adota-se o índice cardíaco como forma de avaliar o sistema cardiovascular nos critérios MODS.

10. Os critérios de Ranson consideram cinco critérios na admissão. Esses critérios são:

A) hemoglobina (Hb), Htc, Glicemia, Amilase e DHL.

B) idade, sódio urinário, TGP, creatinina e cálcio.

C) glicemia, queda do Hb, BE, pressão parcial de gás carbônico (PCO2) e nitrogênio ureico.

D) idade, glicemia, leucócitos, DHL e TGO.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois os critérios de Ranson valorizam a idade do paciente, alterações do leucograma, glicemia e elevação de marcadores de necrose, como o aumento de DLH e TGO na sua admissão. Após 48 horas, avaliam-se Htc, nitrogênio ureico, cálcio, pO2, excesso de base e sequestro de líquido.

Resposta correta.


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois os critérios de Ranson valorizam a idade do paciente, alterações do leucograma, glicemia e elevação de marcadores de necrose, como o aumento de DLH e TGO na sua admissão. Após 48 horas, avaliam-se Htc, nitrogênio ureico, cálcio, pO2, excesso de base e sequestro de líquido.

A alternativa correta é a "D".


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois os critérios de Ranson valorizam a idade do paciente, alterações do leucograma, glicemia e elevação de marcadores de necrose, como o aumento de DLH e TGO na sua admissão. Após 48 horas, avaliam-se Htc, nitrogênio ureico, cálcio, pO2, excesso de base e sequestro de líquido.

11. Descreva como se calcula o escore de Apache II.

Confira aqui a resposta

Espera-se que o leitor responda que o cálculo do escore Apache II é calculado somando A (soma dos 12 itens das variáveis fisiológicas) + B (pontuação conforme a idade) + C (pontuação conforme as doenças, sendo que a previsão de gravidade é a seguinte: até sete pontos, pancreatite leve, de oito pontos para cima, PAG).

Resposta correta.


Espera-se que o leitor responda que o cálculo do escore Apache II é calculado somando A (soma dos 12 itens das variáveis fisiológicas) + B (pontuação conforme a idade) + C (pontuação conforme as doenças, sendo que a previsão de gravidade é a seguinte: até sete pontos, pancreatite leve, de oito pontos para cima, PAG).

Espera-se que o leitor responda que o cálculo do escore Apache II é calculado somando A (soma dos 12 itens das variáveis fisiológicas) + B (pontuação conforme a idade) + C (pontuação conforme as doenças, sendo que a previsão de gravidade é a seguinte: até sete pontos, pancreatite leve, de oito pontos para cima, PAG).

Abordagem terapêutica

O melhor conhecimento de alguns dos aspectos fisiopatológicos da doença e o progresso dos métodos e técnicas de imagem influenciaram notadamente sobre o tratamento da PA.25 Esse tratamento dependerá também do tipo de pancreatite, da etiologia e da fase em que se encontra a forma grave da doença.

Cronologicamente, é possível determinar duas fases na PAG:11

  • precoce — primeiras duas semanas —, em que existiria o predomínio dos efeitos das substâncias tóxicas liberadas, dos mediadores inflamatórios e das citocinas, com a consequente repercussão local e sistêmica, caracterizando a SIRS. Existe quase um consenso de que nessa fase se devem evitar quaisquer tipos de procedimentos cirúrgicos;
  • séptica — a segunda fase dessa forma grave de pancreatite, considerada a partir do final da segunda semana do início do processo, é denominada também fase séptica, devido às complicações decorrentes da infecção da necrose pancreática e peripancreática, desencadeando, assim, quadros de sepse local ou sistêmica.

Abordagens precoces na fase tóxica da doença foram progressivamente abandonadas devido aos altos índices de morbimortalidade. Eventuais benefícios de abordagens minimamente invasivas nessa fase ainda geram controvérsias. Por outro lado, a indicação de procedimentos minimamente invasivos ou como última opção a cirurgia aberta na fase tardia dependerá fundamentalmente da confirmação de infecção da necrose, do estado clínico do paciente e das características evolutivas da necrose.26

Tratamento clínico

É consenso que a abordagem inicial da PA, independentemente do tipo ou da etiologia, seja eminentemente clínica. Basicamente se limita:

  • à manutenção do jejum nas primeiras horas;
  • à reposição hidreletrolítica via endovenosa;
  • realimentação precoce;
  • aos analgésicos;
  • aos antiespasmódicos;
  • aos antieméticos;
  • aos procinéticos.

Esse tipo de medida, na grande maioria das vezes, é suficiente para controlar o quadro, não sendo necessária a administração de outros fármacos, fundamentalmente na PA leve.12

Evidências clínicas demonstraram que o uso rotineiro de substâncias anti-inflamatórias, como gabexate mesilato, aprotinina e o lexipafant, não teria um efeito benéfico na evolução, nem modificaria os índices de morbimortalidade da PAG.7

A condução da forma grave da PA ainda gera algumas controvérsias no que diz respeito ao uso de antibióticos, ao aporte nutricional e à abordagem endoscópica.26,27 O uso de antibióticos de forma profilática parece ainda estar longe de ser consenso na PAG.28,29

As evidências mais recentes não recomendam o uso de antibióticos na fase tóxica da doença.28,29

Estudos experimentais e clínicos apontam o aporte nutricional via enteral, utilizando sondas nasoenterais como a melhor alternativa quando comparada à via parenteral, constituindo-se atualmente como a via nutricional de escolha da maioria dos centros que tratam essa doença, a não ser que existam contraindicações.

A abordagem endoscópica na PA hoje somente tem indicação nas situações em que existem evidências clínicas, laboratoriais ou de imagem da presença de obstrução da via biliar.

Tratamento cirúrgico

De modo geral, as indicações cirúrgicas na PA são:

  • tratamento do fator etiológico;
  • tratamento da necrose pancreática e peripancreática;
  • outras indicações.

A indicação operatória na PA inclui basicamente a prevenção de sua recidiva através da colecistectomia e o tratamento das complicações presentes, como, por exemplo, em casos de infecção e diante do insucesso dos métodos minimamente invasivos, sempre o mais postergado possível. A seguir, procuraremos discutir separadamente cada indicação operatória.

Tratamento do fator etiológico

O tratamento cirúrgico do fator etiológico fica reservado para as pancreatites agudas de origem biliar, considerada a causa mais comum — cerca de 80%. A migração ou permanência do cálculo biliar na papila duodenal são os mecanismos desencadeantes mais aceitos da PA biliar.

É praticamente unânime a opinião de que, na forma edematosa ou intersticial da PA, o paciente não deva receber alta hospitalar sem ser submetido à colecistectomia. A operação eletiva após tratamento conservador é indicada quando cessarem as evidências de inflamação pancreática e na ausência de lesões locais evolutivas, como coleções líquidas.

A avaliação pré-operatória da via biliar deve ser preferencialmente realizada por meio da colangiografia por ressonância magnética naqueles pacientes com alteração das enzimas colestáticas. Durante a realização da colecistectomia laparoscópica, a colangiografia intraoperatória é recomendada.

No entanto ainda é controverso se a intervenção biliar deva ser precoce, ou seja, nas primeiras 48 horas ou após o tratamento conservador. Sabe-se que a manipulação endoscópica da via biliar com extração de cálculos passou a substituir a exploração cirúrgica da via biliar em muitos casos. Porém a injeção de contraste e a realização da papilotomia no paciente com PA biliar podem também potencializar as complicações.

Em um estudo de metanálise sobre o tema, Heinrich e colaboradores3 concluíram que a indicação precoce da pancreato–colangiografia–retrógrada–endoscópica (PCRE) não influencia o curso da PA leve, e que a realização da papilotomia com extração de cálculos precocemente está justificada na pancreatite biliar com sinais de colangite.

A indicação precoce do exame endoscópico e da papilotomia nos casos de complicações sépticas das vias biliares associadas ao surto de pancreatite biliar permanece inquestionável.

De modo geral, os pacientes portadores de PA edematosa evoluem bem, independentemente da forma de tratamento. É especialmente nos casos de pancreatite necrotizante que o momento da intervenção cirúrgica pode mudar o prognóstico do paciente.

Tratamento da necrose pancreática e peripancreática — quando intervir?

O momento exato para indicação operatória nos pacientes com necrose pancreática é sempre um dilema para o cirurgião do aparelho digestivo. Nas últimas décadas, a tendência a indicar uma cirurgia precoce foi substituída por uma abordagem mais conservadora com base no suporte intensivo na fase inicial, reservando o tratamento cirúrgico para situações bem-definidas, conforme apresenta o Quadro 12.

Quadro 12

INDICAÇÕES PARA ABORDAGEM CIRÚRGICA DA PANCREATITE AGUDA NECROTIZANTE — UNITED KINGDOM UGUIDELINES

1. Necrose pancreática infectada

2. Necrose pancreática estéril

2a. Pancreatite necrotizante persistente — falência orgânica apesar do tratamento de suporte intensivo

2b. “PA fulminante”

3. Complicações da PA

Hemorragia, perfuração de víscera oca etc.

// Fonte: Adaptado de Working Party of the British Society of Gastroenterology e colaboradores (2005).12

Os melhores resultados operatórios são obtidos quando se realiza a necrosectomia completa na presença de necrose infectada o mais postergado possível. Para isso, é necessário que a necrose pancreática e peripancreática sejam bem-definidas. Outro dado importante é diferenciar a necrose estéril da necrose infectada.

As manifestações clínicas e laboratoriais da resposta inflamatória da PA e as da síndrome séptica são muito semelhantes. Basear-se apenas no quadro clínico e nos exames de laboratório para indicar a operação pode levar o cirurgião a intervir, muito precocemente, na ausência da demarcação dos tecidos necróticos e, ainda, na ausência de infecção na área de necrose, sendo que a cirurgia pode, inclusive, desencadear a infecção nesse caso.

A identificação da necrose infectada, que é indicativa do tratamento cirúrgico, frequentemente é difícil de ser estabelecida. Muitas vezes, a presença de infecção não é detectada em virtude de o quadro clínico ser confundido com as alterações sistêmicas da pancreatite grave com necrose não infectada, postergando, assim, a indicação do tratamento cirúrgico.

A tomografia computadorizada com injeção de contraste “em bolo” — tomografia dinâmica — tem sensibilidade elevada no diagnóstico de necrose pancreática e permite identificar a extensão do comprometimento da glândula.

Alguns pacientes com necrose estéril podem evoluir de modo satisfatório sem precisar de tratamento cirúrgico.

A necrose infectada é definida como tecido necrótico intra ou extrapancreático e presença de bactérias, com ou sem pus. A ausência de pus dificulta diferenciar macroscopicamente a necrose infectada da estéril.

Estudos mostram que a necrose estéril deve ser abordada com tratamento conservador, mesmo que o paciente apresente falências orgânicas múltiplas. A retirada dos tecidos necróticos não previne as complicações.30

A tomografia computadorizada pode mostrar gás no interior do tecido necrótico e, assim, facilitar o diagnóstico. Porém na maioria das vezes, a tomografia computadorizada também não é suficiente para o diagnóstico da infecção, sendo necessário o auxílio da punção percutânea guiada por tomografia computadorizada ou pela ultrassonografia com análise bacteriológica do material aspirado, no entanto devido a seus índices de falsos negativos, esse tipo de abordagem para diagnosticar a infecção através da punção está praticamente abandonado.

A punção percutânea com drenagem é indicada quando o paciente apresentar necrose ou coleções líquidas pancreáticas ou peripancreáticas com sinais persistentes de inflamação, como febre, leucocitose e sepse. Não se justifica puncionar pacientes com os mesmos achados tomográficos — necrose ou coleções — que estão melhorando clinicamente.

O tratamento cirúrgico deve ser o mais tardio possível e somente está limitado aos casos nos quais os métodos endoscópicos, percutâneos ou minimamente invasivos fracassaram. Porém é importante não esquecer que a infecção pode apresentar-se precocemente de forma excepcional e necessitar, então, de drenagem percutânea ou endoscópica.

O diagnóstico de necrose infectada na pancreatite necrotizante determina a indicação da abordagem nesses pacientes.31

A necrosectomia ainda é o tratamento de escolha para a necrose infectada nos pacientes, em que os métodos minimamente invasivos não tiveram sucesso. A taxa de mortalidade em pacientes com PAG associada à necrose infectada varia de 30 a 40%. Esse procedimento pode ser dividido em:32

  • necrosectomia combinada com empacotamento aberto;
  • relaparotomias com limpezas programadas;
  • lavagem fechada contínua da retrocavidade;
  • empacotamento fechado.

Essas quatro técnicas de tratamento cirúrgico, em centros especializados, apresentam mortalidade inferior a 15%.33

A intervenção operatória nas necroses infectadas deve ser a mais ampla possível. Todo o tecido necrótico deve ser retirado, tanto o pancreático quanto o extrapancreático. A presença de tecido necrótico remanescente contribui para uma má evolução. Podem-se programar reexplorações cirúrgicas periódicas, até que todo o tecido necrótico seja extirpado.

Recentemente, cirurgiões, endoscopistas e radiologistas têm adotado a abordagem minimamente invasiva no tratamento da necrose infectada. Inicialmente, essa abordagem era praticada exclusivamente por laparotomia exploradora. No entanto há uma década, essa via vem sendo substituída pela33

  • drenagem percutânea;
  • drenagem transgástrica;
  • necrosectomia por via laparoscópica.

Após a publicação do step-up approach — combinação de métodos inicialmente percutâneo ou endoscópico e complementado em alguns casos com a abordagem minimamente invasiva —, as abordagens cirúrgicas convencionais para tratar a necrose pancreática e peri pancreática infectada foram progressivamente menos utilizadas.

O tratamento da pancreatite necrotizante exige experiência e bom senso do cirurgião. Exige também dedicação e monitorização constantes, uma vez que as modificações do quadro clínico e a sepse podem instalar-se em pouco tempo.

Outras indicações cirúrgicas

Após a estabilização clínica e o controle da sepse, os pacientes portadores de PAG podem ainda apresentar:

  • pseudocistos;
  • abscessos;
  • fístulas;
  • sangramento tardio oriundo de pseudoaneurismas.

As coleções líquidas peripancreáticas, na maioria das vezes, são exsudatos inflamatórios reabsorvidos espontaneamente. Algumas vezes, essas coleções têm comunicação com ductos pancreáticos, formando os pseudocistos. Os pseudocistos originados após surto de PA apresentam, geralmente, resolução espontânea e melhor prognóstico do que aqueles formados após surto de pancreatite crônica.

Pode haver necessidade de drenagem do pseudocisto caso ele não seja reabsorvido após quatro a seis semanas ou se for sintomático. A resolução pode ser obtida por colocação de prótese no ducto pancreático principal ou por drenagem endoscópica.

Já no tratamento do sangramento de vasos retroperitoneais, a primeira escolha é a embolização do vaso sangrante, utilizando a arteriografia seletiva.

A perfuração de uma víscera abdominal como consequência da progressão da necrose, de modo direto ou por isquemia secundária à destruição do meso, é outra indicação de tratamento operatório. Os órgãos mais comprometidos são:

  • o cólon;
  • o duodeno;
  • a primeira alça jejunal.

A PA de origem traumática, com secção do parênquima pancreático, também tem indicação cirúrgica, e a conduta a ser tomada — ressecção ou drenagem — dependerá dos achados da laparotomia, assim como das condições clínicas do paciente.

De uma maneira geral, o tratamento das complicações do surto de PAG tem uma abordagem multidisciplinar, sendo que as peculiaridades da doença necessitam de uma atenção especial, optando-se primeiramente por um tratamento conservador, mas capaz de proporcionar benefícios ao paciente, com o objetivo de reduzir a alta taxa de morbimortalidade presente na evolução da PAG.

ATIVIDADES

12. Sobre o tratamento da PA leve de etiologia biliar, analise as afirmativas a seguir.

I. Tem uma mortalidade inferior a 1%.

II. É a mais frequente em nosso meio.

III. A colecistectomia deve ser adiada.

IV. Dispensa a antibioticoprofilaxia.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II e a III.

C) Apenas I, a II e a IV

D) Apenas a II, a III e a IV.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A causa mais frequente de PA é a biliar. Em 80% dos casos, manifesta-se na forma leve, que tem ótima evolução clínica. É recomendado que o paciente não tenha alta hospitalar sem o fator etiológico corrigido, ou seja, a colecistectomia com colangiografia.

Resposta correta.


A causa mais frequente de PA é a biliar. Em 80% dos casos, manifesta-se na forma leve, que tem ótima evolução clínica. É recomendado que o paciente não tenha alta hospitalar sem o fator etiológico corrigido, ou seja, a colecistectomia com colangiografia.

A alternativa correta é a "C".


A causa mais frequente de PA é a biliar. Em 80% dos casos, manifesta-se na forma leve, que tem ótima evolução clínica. É recomendado que o paciente não tenha alta hospitalar sem o fator etiológico corrigido, ou seja, a colecistectomia com colangiografia.

13. Uma vez indicado o uso de antibióticos na PAG, o esquema de escolha deverá ser:

A) ampicilina, amicacina e metronidazol.

B) imipenem ou meropenem ou metronidazol + ciprofloxacino.

C) ampilicilina, ciprofloxacino e metronidazol.

D) amicacina, imipenem e metronidazol.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois os antibióticos mais indicados nas PAGs são o imipenem e o ciprofloxacino com metronidazol. Esses antibióticos, em estudos experimentais, apresentaram melhor penetração no tecido pancreático.

Resposta correta.


As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois os antibióticos mais indicados nas PAGs são o imipenem e o ciprofloxacino com metronidazol. Esses antibióticos, em estudos experimentais, apresentaram melhor penetração no tecido pancreático.

A alternativa correta é a "B".


As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois os antibióticos mais indicados nas PAGs são o imipenem e o ciprofloxacino com metronidazol. Esses antibióticos, em estudos experimentais, apresentaram melhor penetração no tecido pancreático.

14. O método considerado padrão-ouro para o diagnóstico da infecção da necrose é:

A) uma leucocitose importante.

B) a proteína C-reativa aumentada.

C) a punção por agulha fina (PAF) da necrose guiada por imagem com bacterioscopia.

D) a presença de SIRS.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


A PAG manifesta-se por SIRS, apresentando febre alta, leucocitose e sinais de choque hiperdinâmico sem ter infecção, tornando o diagnóstico da necrose infectada mais difícil. As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois, na suspeita da necrose infectada, indica-se PAF e estudo bacteriológico.

Resposta correta.


A PAG manifesta-se por SIRS, apresentando febre alta, leucocitose e sinais de choque hiperdinâmico sem ter infecção, tornando o diagnóstico da necrose infectada mais difícil. As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois, na suspeita da necrose infectada, indica-se PAF e estudo bacteriológico.

A alternativa correta é a "C".


A PAG manifesta-se por SIRS, apresentando febre alta, leucocitose e sinais de choque hiperdinâmico sem ter infecção, tornando o diagnóstico da necrose infectada mais difícil. As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois, na suspeita da necrose infectada, indica-se PAF e estudo bacteriológico.

15. Sobre o uso de substâncias anti-inflamatórias na PAG, é correto afirmar que

A) o lexipafant é a primeira escolha.

B) o gabexate mesilato é uma excelente alternativa.

C) somente devem ser utilizados na fase tóxica.

D) não existem evidências sobre seus benefícios na prática clínica.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois vários medicamentos foram estudados no intuito de melhorar as alterações da PAG, porém nenhum, até o momento, mostrou trazer benefícios.

Resposta correta.


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois vários medicamentos foram estudados no intuito de melhorar as alterações da PAG, porém nenhum, até o momento, mostrou trazer benefícios.

A alternativa correta é a "D".


As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois vários medicamentos foram estudados no intuito de melhorar as alterações da PAG, porém nenhum, até o momento, mostrou trazer benefícios.

16. Analise as afirmativas sobre a nutrição enteral na PAG.

I. Deve ser iniciada assim que possível.

II. Após a locação de sonda nasoenteral.

III. Está relacionada com menores índices de infecção da necrose pancreática.

Qual(is) está(ão) correta(s)?

A) Apenas a I.

B) Apenas a II e a III.

C) Apenas a II e a III.

D) A I, a II e a III.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "D".


A nutrição enteral mantém a integridade da mucosa intestinal, sendo a melhor opção para alimentar um paciente com PAG. Para evitar-se estímulo ao pâncreas, recomenda-se que a sonda seja posicionada próxima ao jejuno, e esse posicionamento é realizado, na maioria das vezes, com auxílio endoscópico. Evitando-se cateteres para nutrição parenteral, mantendo-se íntegra a mucosa intestinal com diminuição da translocação bacteriana, diminui-se a infecção da necrose.

Resposta correta.


A nutrição enteral mantém a integridade da mucosa intestinal, sendo a melhor opção para alimentar um paciente com PAG. Para evitar-se estímulo ao pâncreas, recomenda-se que a sonda seja posicionada próxima ao jejuno, e esse posicionamento é realizado, na maioria das vezes, com auxílio endoscópico. Evitando-se cateteres para nutrição parenteral, mantendo-se íntegra a mucosa intestinal com diminuição da translocação bacteriana, diminui-se a infecção da necrose.

A alternativa correta é a "D".


A nutrição enteral mantém a integridade da mucosa intestinal, sendo a melhor opção para alimentar um paciente com PAG. Para evitar-se estímulo ao pâncreas, recomenda-se que a sonda seja posicionada próxima ao jejuno, e esse posicionamento é realizado, na maioria das vezes, com auxílio endoscópico. Evitando-se cateteres para nutrição parenteral, mantendo-se íntegra a mucosa intestinal com diminuição da translocação bacteriana, diminui-se a infecção da necrose.

17. O tratamento cirúrgico do fator etiológico fica reservado para as pancreatites agudas de origem biliar, considerada a causa mais comum, cerca de

A) 60%.

B) 70%.

C) 80%.

D) 90%.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "C".


As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois o tratamento cirúrgico do fator etiológico fica reservado para as pancreatites agudas de origem biliar, considerada a causa mais comum, cerca de 80%.

Resposta correta.


As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois o tratamento cirúrgico do fator etiológico fica reservado para as pancreatites agudas de origem biliar, considerada a causa mais comum, cerca de 80%.

A alternativa correta é a "C".


As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois o tratamento cirúrgico do fator etiológico fica reservado para as pancreatites agudas de origem biliar, considerada a causa mais comum, cerca de 80%.

18. A taxa de mortalidade em pacientes com PAG associada à necrose infectada varia de

A) 25–75%.

B) 30–40%.

C) 35–85%.

D) 40–90%.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "B".


As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois a taxa de mortalidade em pacientes com PAG associada à necrose infectada varia de 30–80%.

Resposta correta.


As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois a taxa de mortalidade em pacientes com PAG associada à necrose infectada varia de 30–80%.

A alternativa correta é a "B".


As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois a taxa de mortalidade em pacientes com PAG associada à necrose infectada varia de 30–80%.

19. Pode haver necessidade de drenagem do pseudocisto caso ele não seja reabsorvido após

A) quatro a seis semanas.

B) seis a oito semanas.

C) oito a 10 semanas.

D) 10 a 12 semanas.

Confira aqui a resposta

Resposta incorreta. A alternativa correta é a "A".


As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois pode haver necessidade de drenagem do pseudocisto caso ele não seja reabsorvido após quatro a seis semanas.

Resposta correta.


As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois pode haver necessidade de drenagem do pseudocisto caso ele não seja reabsorvido após quatro a seis semanas.

A alternativa correta é a "A".


As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois pode haver necessidade de drenagem do pseudocisto caso ele não seja reabsorvido após quatro a seis semanas.

Paciente do sexo masculino, branco, 59 anos, natural de Bauru, procedente de São Paulo, encadernador:

  • queixa principal — dor epigástrica de forte intensidade há quatro horas.
  • história pregressa da moléstia atual (HPMA) — paciente assintomático até quatro horas atrás, apresenta quadro de dor abdominal contínua, localizada no epigástrio e irradiada para a região retroesternal, acompanhada de náuseas e vômitos. Refere ingestão de alimentos em grande quantidade na noite anterior.
  • interrogatório sobre diversos aparelhos (ISDA) — nada digno de nota.
  • antecedentes pessoais (AP) — hipertensão arterial há 31 anos, em uso de atenolol e hidroclorotiazida. Diabético há três anos, em uso de glibenclamida e metformina. Ex-tabagista, parou há oito anos. Nega consumo de álcool.
  • antecedentes familiares (AF) — mãe falecida por problemas neurológicos.

Exame físico — paciente obeso, em regular estado geral, corado, desidratado, sudoreico, anictérico, orientado e contactuante:

  • temperatura (T) — 36ºC;
  • frequencia cardíaca (FC) — 120bat/min;
  • pressão arterial (PA) — 176 x 102;
  • frequencia respiratória (FR) — 22 x;
  • pulmão — murmúrio vesicular (MV) diminuído em base esquerda, presença de roncos;
  • cardiovascular — bulhas rítmicas normofonéticas (BRNF) sem sopros;
  • abdome — globoso, em avental; doloroso no andar superior, fundamentalmente no epigástrio. Ruídos hidroaéreos (RHA) diminuídos;
  • toque retal — próstata discretamente aumentada;
  • extremidades e membros: n.d.n.

Exames laboratoriais e de imagem:

  • ECG — bloqueio do ramo direito, sem sinais de isquemia;
  • raio X de tórax — discreto velamento nas bases;
  • laboratório — dados positivos:
  • amilase — 1.592;
  • creatinoquinase (CK) — 129;
  • isoenzima MB da creatinoquinase (CK-MB) — 17;
  • Troponina — <0,2;
  • Hb — 17,1;
  • Htc — 50;
  • leucócitos — 23.000 (2/80);
  • plaquetas — 291.000;
  • glicemia — 160mg/dL;
  • TGO — 20;
  • DHL — 200;
  • creatinina — 0,9;
  • ureia — 10.
  • ultrassom de abdome — realizado com dificuldade devido ao tipo constitucional do paciente. Fígado esteatótico, vesícula biliar de paredes finas e sem imagens de cálculos no seu interior.

Evolução durante a internação

No segundo dia, paciente apresenta desconforto respiratório intenso, hipóxia e taquicardia.

Aplicando critérios clínicos, foi considerada forma grave de pancreatite.

Terceiro dia de internação, melhora da dor abdominal, mantém dispneia, normalização das enzimas pancreáticas. Introduzida dieta leve hipogordurosa.

Realizado exame de imagem — ressonância magnética de abdome: presença de hipoperfusão no corpo e cauda pancreática, múltiplas coleções peripancreáticas. Vesícula biliar sem cálculos, ausência de dilatação das vias biliares. Mantém-se o tratamento clínico.

A partir do 14o dia de internação, paciente sem dor, afebril, boa aceitação da dieta oral.

Exames laboratoriais:

  • amilase — 46;
  • bilirrubina total — 0,6;
  • creatinina — 0,76;
  • ureia — 22;
  • fosfatase alcalina — 87;
  • gama-glutamiltransferase (GGT) — 17
  • DHL — 203;
  • sódio (Na) — 139;
  • potássio (K) — 3,7;
  • leucócitos — 15.400, sem desvio à esquerda.

Paciente com boa evolução clínica, repetido ultrassom abdominal, que não evidenciou alterações em vesícula e vias biliares. Alta hospitalar e encaminhamento ao ambulatório para investigação diagnóstica da etiologia da PA.

Retorno do paciente

Um mês após, paciente procura novamente o pronto-socorro, apresentando quadro de dor abdominal de forte intensidade, localizada no andar superior do abdome e irradiada para a região dorsal:

  • exame físico — dor à palpação no epigástrio, sem outras alterações.
  • exames laboratoriais:
  • amilase — 413;
  • glicemia — 152;
  • creatinina — 0,9;
  • ureia — 35;
  • bilirrubinas — 0,5;
  • fosfatase alcalina — 85
  • GGT — 17;
  • DHL — 203;
  • Na — 139;
  • K — 4,5;
  • Hb — 13;
  • Htc — 39,7;
  • leucócitos — 15.500;
  • AP — 81;
  • ultrassom de abdome — sem alterações;
  • diagnóstico — PA;
  • conduta — jejum, sintomáticos.

A partir do segundo dia, paciente evolui sem nenhum tipo de sintomatologia. Iniciada uma investigação clínica das outras etiologias de PA.

ATIVIDADES

20. De acordo com os sintomas e exames apresentados pelo paciente ao chegar no hospital, descreva as principais hipóteses diagnósticas.

Confira aqui a resposta

Espera-se que o leitor responda que, hipóteses diagnósticas — infarto agudo do miocárdio (IAM), PA, doença ulcerosa péptica.

Resposta correta.


Espera-se que o leitor responda que, hipóteses diagnósticas — infarto agudo do miocárdio (IAM), PA, doença ulcerosa péptica.

Espera-se que o leitor responda que, hipóteses diagnósticas — infarto agudo do miocárdio (IAM), PA, doença ulcerosa péptica.

21. Descreva o diagnóstico definitivo e qual a conduta a ser adotada para o paciente descrito no caso clínico.

Confira aqui a resposta

Espera-se que o leitor responda que o diagnóstico definitivo é PA, e a conduta a ser adotada é jejum, sintomáticos, hidratação endovenosa (EV), bloqueador de bomba de prótons.

Resposta correta.


Espera-se que o leitor responda que o diagnóstico definitivo é PA, e a conduta a ser adotada é jejum, sintomáticos, hidratação endovenosa (EV), bloqueador de bomba de prótons.

Espera-se que o leitor responda que o diagnóstico definitivo é PA, e a conduta a ser adotada é jejum, sintomáticos, hidratação endovenosa (EV), bloqueador de bomba de prótons.

Conclusão

Embora muitos aspectos fisiopatológicos permaneçam desconhecidos, é de vital importância a diferenciação e o estadiamento inicial da PA, seja utilizando parâmetros clínicos, laboratoriais ou de imagem, considerando todos os conceitos mencionados no capítulo, com o intuito de homogeneizar a terminologia utilizada e, fundamentalmente, a abordagem terapêutica dessa ainda tão complicada doença.

Atividades: respostas

Atividade 1

Resposta: Espera-se que o leitor responda que a forma leve é caracterizada por edema pancreático, infiltrado polimorfonuclear, baixos índices de morbimortalidade e frequência aproximada de 80 a 90%; já a forma grave é observada em 10 a 20% das vezes, caracterizada por necrose pancreática ou peripancreática, elevados índices de morbidade e mortalidade de até 40%.

Atividade 2 // Resposta: C

Comentário: As afirmativas I e II estão incorretas, pois, na fisiopatologia da PAG, estão envolvidos mecanismos de liberação de mediadores inflamatórios que desenvolvem resposta inflamatória sistêmica, independentemente de outros fatores mecânicos ou químicos.

Atividade 3 // Resposta: A

Comentário: As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois, conforme consta no Quadro 1, NEP, C5a, IL-10, sTNFR e IL-1ra são fatores que determinam a gravidade da PA leve.

Atividade 4

Resposta: Espera-se que o leitor responda que a limitação da tomografia de abdome está no fato de que esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG cinco dias após o quadro ter-se iniciado.

Atividade 5

Resposta: Espera-se que o leitor responda que os sintomas mais comuns de PA leve se dão pela presença de dor abdominal, de moderada para forte intensidade, localizada no epigástrio e/ou no hipocôndrio direito, irradiada para a região dorsal em 50% dos casos — dor em faixa —, geralmente acompanhada de náuseas e vômitos. Em alguns pacientes, é possível encontrar sinais de desidratação e distúrbios eletrolíticos. Mais raramente, alguns pacientes podem apresentar sinais de colangite devido à persistência do fator obstrutivo — origem biliar.

Atividade 6 // Resposta: B

Comentário: As afirmativas I e IV estão incorretas, pois são observados em pacientes com PA de etiologia litiásica: aumento das transaminases especialmente a TGP; fosfatase alcalina; gamaglutamiltransferase; discreto aumento das bilirrubinas.

Atividade 7 // Resposta: D

Comentário: As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois conforme mostrado no Quadro 3, a correlação correta dos de imagem utilizados no diagnóstico de PA e as características correspondentes são as seguintes: raio X simples de abdome — três posições — pode mostrar velamento do andar superior do abdome, presença de derrame pleural e até níveis hidroaéreos; esse método de imagem ajuda fundamentalmente para diferenciar outras eventuais causas de dor abdominal — diagnóstico diferencial; ultrassom de abdome — é um dos principais métodos de imagem para o estudo dessa doença, embora raramente mostre as alterações da glândula pancreática, em muitas situações mostrará o fator etiológico da pancreatite, e, mais raramente, sinais indiretos da presença de cálculos na via biliar; tomografia de abdome — sem dúvida, é o melhor método para avaliar e estadiar a PA, entretanto esse método de diagnóstico somente deve ser solicitado em pacientes que apresentarem dúvida diagnóstica ou em pacientes com PAG, cinco dias após o quadro ter sido iniciado.

Atividade 8 // Resposta: D

Comentário: A afirmativa IV está incorreta, pois a presença de falência orgânica de um único órgão é suficiente para caracterizar a PA como grave.

Atividade 9 // Resposta: C

Comentário: As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois adota-se o índice cardíaco como forma de avaliar o sistema cardiovascular nos critérios MODS.

Atividade 10 // Resposta: D

Comentário: As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois os critérios de Ranson valorizam a idade do paciente, alterações do leucograma, glicemia e elevação de marcadores de necrose, como o aumento de DLH e TGO na sua admissão. Após 48 horas, avaliam-se Htc, nitrogênio ureico, cálcio, pO2, excesso de base e sequestro de líquido.

Atividade 11

Resposta: Espera-se que o leitor responda que o cálculo do escore Apache II é calculado somando A (soma dos 12 itens das variáveis fisiológicas) + B (pontuação conforme a idade) + C (pontuação conforme as doenças, sendo que a previsão de gravidade é a seguinte: até sete pontos, pancreatite leve, de oito pontos para cima, PAG).

Atividade 12 // Resposta: C

Comentário: A causa mais frequente de PA é a biliar. Em 80% dos casos, manifesta-se na forma leve, que tem ótima evolução clínica. É recomendado que o paciente não tenha alta hospitalar sem o fator etiológico corrigido, ou seja, a colecistectomia com colangiografia.

Atividade 13 // Resposta: B

Comentário: As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois os antibióticos mais indicados nas PAGs são o imipenem e o ciprofloxacino com metronidazol. Esses antibióticos, em estudos experimentais, apresentaram melhor penetração no tecido pancreático.

Atividade 14 // Resposta: C

Comentário: A PAG manifesta-se por SIRS, apresentando febre alta, leucocitose e sinais de choque hiperdinâmico sem ter infecção, tornando o diagnóstico da necrose infectada mais difícil. As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois, na suspeita da necrose infectada, indica-se PAF e estudo bacteriológico.

Atividade 15 // Resposta: D

Comentário: As afirmativas A, B e C estão incorretas, pois vários medicamentos foram estudados no intuito de melhorar as alterações da PAG, porém nenhum, até o momento, mostrou trazer benefícios.

Atividade 16 // Resposta: D

Comentário: A nutrição enteral mantém a integridade da mucosa intestinal, sendo a melhor opção para alimentar um paciente com PAG. Para evitar-se estímulo ao pâncreas, recomenda-se que a sonda seja posicionada próxima ao jejuno, e esse posicionamento é realizado, na maioria das vezes, com auxílio endoscópico. Evitando-se cateteres para nutrição parenteral, mantendo-se íntegra a mucosa intestinal com diminuição da translocação bacteriana, diminui-se a infecção da necrose.

Atividade 17 // Resposta: C

Comentário: As afirmativas A, B e D estão incorretas, pois o tratamento cirúrgico do fator etiológico fica reservado para as pancreatites agudas de origem biliar, considerada a causa mais comum, cerca de 80%.

Atividade 18 // Resposta: B

Comentário: As afirmativas A, C e D estão incorretas, pois a taxa de mortalidade em pacientes com PAG associada à necrose infectada varia de 30–80%.

Atividade 19 // Resposta: A

Comentário: As afirmativas B, C e D estão incorretas, pois pode haver necessidade de drenagem do pseudocisto caso ele não seja reabsorvido após quatro a seis semanas.

Atividade 20

Resposta: Espera-se que o leitor responda que, hipóteses diagnósticas — infarto agudo do miocárdio (IAM), PA, doença ulcerosa péptica.

Atividade 21

Resposta: Espera-se que o leitor responda que o diagnóstico definitivo é PA, e a conduta a ser adotada é jejum, sintomáticos, hidratação endovenosa (EV), bloqueador de bomba de prótons.

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Autores

ALBERTO GOLDENBERG — Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Medicina — Gastroenterologia Cirúrgica — pela UNIFESP. Doutor em Medicina — Gastroenterologia Cirúrgica — pela UNIFESP. Professor Titular do Departamento de Cirurgia da UNIFESP. Orientador Permanente do Programa de Pós-graduação em Ciência Cirúrgica Interdisciplinar da UNIFESP. Diretor Secretário do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Membro associado do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Presidente da Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia.

FRANZ ROBERT APODACA-TORREZ — Graduado em Medicina pela Universidad Mayor Real Y Pontificia de San Francisco Xavier de Chuquisaca/Bolívia. Especialista em Gastroenterologia Cirúrgica pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Mestre em Medicina — Gastroenterologia Cirúrgica — pela UNIFESP. Doutor em Medicina — Gastroenterologia Cirúrgica — pela UNIFESP. Professor Adjunto da Disciplina de Gastroenterologia Cirúrgica — Grupo de Vias Biliares e Pâncreas — do Departamento de Cirurgia da UNIFESP/EPM. Professor de Cirurgia da Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes/SP. Coordenador de Assistência Médica da Disciplina de Gastroenterologia Cirúrgica da UNIFESP. Coordenador do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo — SPDM.

EDSON JOSÉ LOBO — Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente da UNIFESP. Coordenador médico da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina do Hospital São Paulo/SP. Chefe do grupo de Vias Biliares e Pâncreas da Escola Paulista de Medicina (EPM) da UNIFESP.

Como citar a versão impressa deste documento

Goldenberg A, Apodaca-Torrez FR, Lobo EJ. Pancreatite aguda. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência; Lopes AC, Tallo FS, Lopes RD, Vendrame LS, organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e Emergência: Ciclo 16. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2023. p. 39–72. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4). https://doi.org/10.5935/978-65-5848-976-4.C0002

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