Introdução
Em 1882, Engelman, observou que as mulheres, não influenciadas pelas convenções ocidentais, evitavam a posição dorsal e mudavam, sempre que possível, de posição, de forma natural durante o processo.1 No entanto, atualmente, a maioria das mulheres nas sociedades ocidentais assume as posições dorsal, semi-inclinada ou litotomia. Com a introdução do fórceps obstétrico, houve uma tendência para mudança na posição materna no período expulsivo, de uma posição vertical para uma posição horizontal.
A posição assumida pelas mulheres durante o parto é influenciada por vários fatores, e estes são muito complexos. O comportamento"instintivo" é difícil de identificar, porque ele é fortemente influenciado por normas culturais. Para as sociedades nas quais a maioria dos nascimentos ocorre em instalações hospitalares, a posição materna, ao longo dos anos, foi moldada por várias influências, como:1
- expectativas e demandas do atendimento médico vigente;
- necessidade de monitoramento fetal;
- terapia intravenosa e anestesia, incluindo anestesia regional;
- exames médicos;
- procedimentos médicos realizados no parto.
Existem, há muito tempo, controvérsias sobre as posições maternas no segundo período do parto e se elas apresentam alguma vantagem para o parto e o nascimento. Este capítulo apresentará uma revisão atualizada e baseada nas melhores evidências científicas sobre a influência das posições verticalizadas comparadas às posições horizontalizadas em pacientes sem analgesia e com analgesia, para que se possa fornecer uma orientação ou recomendação no momento da escolha da posição materna no segundo período do parto.1
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar as posições que podem ser assumidas pela gestante no segundo período do parto;
- listar hipóteses que apoiam a utilização das posições verticalizadas;
- descrever a necessidade de avaliar separadamente as pacientes que estão sob analgesia;
- definir o tipo de orientação que deve ser dada à gestante sem analgesia para a melhor escolha da posição, com base em evidências científicas;
- definir o tipo de orientação que deve ser dada à gestante sob analgesia para a melhor escolha da posição, com base em evidências científicas.