Introdução
A síndrome geniturinária da menopausa (SGM) é definida como um conjunto de sinais e sintomas que se associam à redução dos níveis de estrogênio e de outros esteroides sexuais, promovendo alterações que envolvem o aparelho genital e o trato urinário inferior.
A terminologia de SGM tem sido utilizada com maior frequência em substituição ao termo “atrofia vulvovaginal”, quando o conselho da International Society for the Study of Women’s Sexual Health (ISSWSH) e o conselho administrativo da North American Menopause Society (NAMS), em 2012, reconheceram a necessidade de revisar e ampliar essa terminologia, considerando os sintomas geniturinários durante o período pós-menopausa.1,2
Dessa forma, a SGM pode incluir diversos sintomas genitais, como secura vaginal e secura no vestíbulo vulvar, ardor, desconforto e irritação vulvovaginal, além de sintomas sexuais, como falta de lubrificação e dispareunia, levando a dificuldades durante as relações sexuais. Há, ainda, sintomas urinários, como urgência, polaciúria, disúria e infecções urinárias recorrentes.3
Diferentemente dos sintomas vasomotores, que tendem a diminuir com o tempo após a menopausa, as queixas associadas à SGM não reduzem espontaneamente, e, muitas vezes, aumentam com a idade, devido à redução progressiva dos níveis de estrogênio circulante. Deve-se ressaltar que a redução do estrogênio após a menopausa, devido à falência ovariana e à exaustão folicular, promove modificações na histologia vulvar e vaginal, com redução das camadas celulares, redução da vascularização, perda da elasticidade e encurtamento vaginal.
Adicionalmente, na pós-menopausa, ocorre o aumento do número de infecções vaginais recorrentes causadas pela diminuição de lactobacilos na mucosa vaginal e pelo crescimento de bactérias patogênicas, consequentes à diminuição gradual dos níveis de glicogênio celular. A microbiota vaginal das pacientes na menacme e na pós-menopausa diferem principalmente pelo estado de hipoestrogenismo.
Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de
- identificar os aspectos mais importantes da prática clínica na assistência de mulheres com SGM;
- identificar e escolher a melhor alternativa terapêutica para utilizar em mulheres com quadro clínico de SGM;
- aplicar critérios baseados em graus de recomendação e níveis de evidência para a assistência de mulheres com SGM.