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PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA BARIÁTRICA

Andressa Heimbecher Soares

Soraya Ribeiro Amorim

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  • Introdução

Atualmente, a cirurgia bariátrica tem sido considerada um dos métodos mais efetivos para promover a perda de peso, a longo prazo, na falência do tratamento clínico para a obesidade.1 A cada ano, observa-se aumento no número de cirurgias bariátricas realizadas em todo o mundo. E, no Brasil, o cenário não é diferente: segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, foram realizadas cerca de 60 mil cirurgias no ano de 2010.2

Os procedimentos bariátricos podem ser:

 

  • restritivos – banda gástrica ajustável (BGAbanda gástrica ajustável) e gastrectomia vertical em manga (sleeve);
  • disabsortivos – cirurgia de Scopinaro (gastrectomia parcial e uma derivação biliopancreática [DBP] e desvio (switch) duodenal;
  • mistos, como a gastroplastia redutora em Y de Roux (GPRYRgastroplastia redutora em Y de Roux) – ou bypass em Y de Roux e o sleeve gástrico com o desvio duodenal.

As principais complicações clínicas que ocorrem no pós-operatório (POpós-operatório) podem ser precoces ou tardias.

As complicações precoces surgem nos primeiros 30 dias após a cirurgia e incluem desde intercorrências clínicas, como o tromboembolismo pulmonar (TEPtromboembolismo pulmonar), até complicações inerentes ao procedimento cirúrgico. A incidência de complicações está relacionada à técnica utilizada e à via de acesso.

Uma importante complicação, principalmente após o bypass em Y de Roux, é a ocorrência de fístula, que, embora rara, representa um desafio ao cirurgião, já que pode ser fatal se não diagnosticada precocemente.

A presença de vômitos no POpós-operatório pode indicar uma complicação mecânica inerente à cirurgia, como estenose da anastomose. A síndrome de dumping é muito frequente após o bypass gástrico e se caracteriza por diarreia, mal-estar e sudorese após ingestão de alimentos hiperosmolares.

As complicações tardias (ou crônicas) referem-se especialmente às deficiências nutricionais, principalmente a anemia ferropriva, e ocorrem após procedimentos disabsortivos. Nessas modalidades cirúrgicas, importantes nutrientes, como ferro, ácido fólico, cálcio, vitamina D, proteínas e vitaminas do complexo B, deixam de ser absorvidos no trato intestinal em decorrência da exclusão do trânsito duodenal e do jejuno proximal. O grau de desnutrição é maior após procedimentos mais disabsortivos, como cirurgia de Scopinaro e desvio duodenal, principalmente desnutrição proteica e de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).

É de suma importância reconhecer e tratar adequadamente complicações precoces e tardias no POpós-operatório da cirurgia bariátrica. Além disso, a suplementação nutricional deve ser feita de modo adequado após procedimentos disabsortivos, como prevenção das deficiências vitamínicas e de sais minerais.

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor seja capaz de:

 

  • identificar as principais condições clínicas agudas e crônicas associadas ao POpós-operatório de cirurgia bariátrica;
  • indicar investigação clínica das principais deficiências nutricionais no POpós-operatório de cirurgia bariátrica;
  • avaliar e indicar terapia para as principais deficiências nutricionais no POpós-operatório de cirurgia bariátrica.
  • Esquema conceitual
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