Entrar

URTICÁRIA

Mara Giavina-Bianchi

Pedro Giavina-Bianchi

epub_All_Artigo3
  • Introdução

A urticária é uma doença heterogênea, que pode ser aguda (menos de seis semanas) ou crônica (mais de seis semanas, com sintomas semanais frequentes), intermitente ou persistente, acompanhada ou não de outras condições, como angioedema ou até anafilaxia.

O quadro clínico de urticária consiste de urticas, que são pápulas ou placas eritemato-edematosas, tipicamente pruriginosas, que desaparecem dentro de 24 horas, sem deixar lesões residuais.1-4 Algumas vezes, as lesões podem permanecer até 48 horas no mesmo local antes de sumirem. Podem variar de milímetros a muitos centímetros, ser numerosas ou isoladas e coalescer, formando placas. Na eventualidade de as lesões se prolongarem por mais de 48 horas ou deixarem cicatriz residual, como hiperpigmentação, há necessidade de se excluir o diagnóstico de vasculite por meio de biópsia da lesão.1,4,5

O angioedema parece ter a mesma fisiopatologia da urticária e pode fazer parte do espectro da doença. O quadro clínico de angioedema revela um edema mais profundo (derme profunda e hipoderme) e menos circunscrito, que pode ocorrer na face, especialmente olhos e lábios, na orofaringe, na laringe, nos membros, na genitália e, menos frequentemente, no trato gastrintestinal. O edema pode ser doloroso em vez de pruriginoso e persistir por até 72 horas.1,5 O angioedema pode ocorrer em concomitância com a urticária em até 40% das vezes, mas pode ocorrer isoladamente em 10 a 20% dos casos.2 Quando ocorre de maneira isolada, os principais diagnósticos diferenciais são o angioedema induzido pelo uso de inibidor da enzima de conversão da angiotensina (IECAinibidor da enzima de conversão da angiotensinas) e o angioedema hereditário.

É necessário diferenciar a urticária como entidade clínica de outras condições médicas que podem cursar com urticária e/ou angioedema como uma de suas manifestações clínicas, o que ocorre na anafilaxia, nas doenças autoimunes, nas síndromes autoinflamatórias e nas infecções.1

O quadro de urticária é geralmente autolimitado, não apresentando risco à vida, mas, quando está associado a manifestações sistêmicas dos tratos gastrintestinal, respiratório ou cardiocirculatório, configurando um quadro anafilático, requer atendimento emergencial.4

Estima-se que a urticária aguda atinja 20% da população em algum momento da vida e a crônica acometa 2 a 5%.1,5 O impacto na qualidade de vida dos pacientes com quadro crônico pode ser bastante significativo e afeta a performance no trabalho e na escola, razão pela qual a urticária é classificada no grupo de doenças alérgicas graves.

O escore do estado de saúde do paciente com urticária crônica é comparável ao daqueles com doença coronariana.1,6

Nota da Editora: os medicamentos que estiverem com um asterisco (*) ao lado estão detalhados no Suplemento constante no final deste volume.

  • Objetivos

Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 

  • reconhecer a importância da obtenção de história clínica e exame físico minuciosos do paciente com urticária;
  • indicar exames subsidiários e conduta adequados para cada paciente com urticária.
  • Esquema conceitual
Este programa de atualização não está mais disponível para ser adquirido.
Já tem uma conta? Faça login