- Introdução
A surdez súbita ou perda auditiva neurossensorial súbita (PANSperda auditiva neurossensorial súbita) — termo adotado neste capítulo — é definida como a perda auditiva neurossensorial de, pelo menos, 30dB, em três frequências contíguas, ocorrendo em um período de até 3 dias.
A orelha contralateral é utilizada como parâmetro nos casos de perda auditiva unilateral, uma vez que, em geral, não se dispõe de audiometrias prévias, e a maioria dos quadros tem comprometimento unilateral.
A PANSperda auditiva neurossensorial súbita pode se apresentar como um sintoma isolado ou uma síndrome — e não um diagnóstico per se — cujo sintoma cardinal é a perda auditiva, existindo uma miríade de possibilidades etiológicas implicadas. Portanto, ao se estudar a história natural da PANSperda auditiva neurossensorial súbita, deve-se ter em mente que a história natural descrita é provavelmente a soma das histórias de pacientes com diferentes afecções.
Apesar do advento de novas tecnologias e o crescente empenho, nas últimas décadas, em melhor compreender a etiologia e a patogenia da PANSperda auditiva neurossensorial súbita, na grande maioria dos casos, não são identificadas. Nessas situações, confere-se a denominação de perda auditiva neurossensorial súbita idiopática (PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática) definida, segundo os critérios da PANSperda auditiva neurossensorial súbita, como ausência de causa identificável após investigação adequada. Seu tratamento, dessa forma, é majoritariamente empírico, e corticosteroides sistêmicos têm sido largamente utilizados na prática clínica como medicamento de escolha.
Neste capítulo, serão pontuados os aspectos fundamentais da propedêutica e do tratamento dos pacientes acometidos por PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática.
- Objetivos
Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de:
- identificar os casos de PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática;
- realizar a investigação adequada dos casos de PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática;
- estabelecer um fluxograma de atendimento e acompanhamento para os casos de PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática;
- identificar os fatores de bom e mau prognóstico na PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática;
- indicar o tratamento adequado da PANSIperda auditiva neurossensorial súbita idiopática.
- Esquema conceitual